“Que benção irmão!”
“Eu sou abençoado!”
“Isso é uma bênção!”
“Uau, você é abençoado!”
Pode ser um dinheiro
que estava para ser recebido, um dia ideal que eu planejei, achar algo que eu
havia perdido... todos temos a tendência a agir assim. Podemos dizer que essas
coisas são “bênçãos” – Mas muito rapidamente e superficialmente, com grande
frequência lançamos expressão “abençoados” com total descuido e olhando
simplesmente de uma forma centralizada no homem.
Qual é o significado de
ser “abençoado”? Como Deus define “benção”? A definição de Deus talvez não se
encaixe nas definições populares repetidas de maneira infantil e superficial
como hoje entre os que se dizem cristãos.
Por exemplo, de uma
benção que é totalmente contra intuitiva abre o maior sermão já pregado no
mundo – O Sermão da Montanha. Cristo abre o sermão assim: “Bem-aventurados os
pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” ( Mt 5.3 ). Qual é a
benção aqui?
Você percebe facilmente
que “abençoado”, não se refere a qualquer emoção de “felicidade” que pode mudar
em cinco minutos dependendo de que novos fatos aconteçam. Mas sim um estado PERMANENTE de favor de
Deus, INDENPENDETEMENTE de como estamos
nos sentimos. Se refere totalmente ao estado de bem-estar espiritual diante de
Deus por causa da Graça Soberana de Deus sobre a pessoa. Ou seja, os beneficiários privilegiados da
misericórdia soberana e salvadora de Deus.
Só somos abençoados se
somos “pobres de espírito” – A palavra original usada em Mateus 5.3 – que foi
traduzida por pobre em nossa língua – se refere a uma pobreza que está além da
capacidade de ser superada pelo nosso esforço para pagar nossa conta. No grego
antigo, havia uma palavra para descrever quem era pobre mas que com esforço
poderia superar isso. O pobre que deveria viver num padrão mais baixo devido a
falta de recursos para equalizar sua situação.
Mas Jesus escolheu uma
palavra diferente. Uma palavra que se refere a um mendigo – Alguém com total
incapacidade, total destituição e possibilidades, totalmente incapaz de
fornecer qualquer coisa para si mesmo. Muitas pessoas pobres, ainda tem
condição de providenciar o mínimo necessário para a sobrevivência razoável. Trabalham,
trazem para casa um pouco a cada mês, que deve ser bem administrado para não
passar necessidade.
Mas a pessoa descrita
aqui é um indivíduo destituído de provisão, mas não só isso, mas destituído de
qualquer capacidade de prover para si de alguma forma. A palavra fala de um
indivíduo que se prostrou e está completamente encolhido devido a sua privação
invencível. Se você visse esse indivíduo, ele seria um mendigo... encolhido num
canto. Incapacitado e completamente incapaz de fornecer uma renda mínima, ele
vive em um estado de absoluta dependência da graça e da generosidade de outro.
O mendigo vivia
permanentemente a um passo da morte. Na antiguidade, não existia sistemas
estatais para ajudar mendigos de qualquer forma. Como na parábola do filho
pródigo, eles se alimentariam desesperadamente das “bolotas que os porcos
comiam” – Lc 15.16. A sobrevivência deles dependia totalmente de outra pessoa
que possuía recursos e da benevolência para suprir sua necessidade. Essa pessoa
não podia fazer pouco sobre si, ela não podia fazer nada.
Mendigos não só não
podem providenciar para si mesmos.
Mendigos não têm
absolutamente nada para oferecer aos outros.
Eles não podem ter
dependentes, pois eles mesmos são completamente dependentes. Não tem nada de
naturalmente atrativo nele. A única esperança do mendigo é que algum indivíduo
possa ser movido por sua miséria, de forma a supri-lo antes que ele morra de
fome.
Totalmente falido.
Jesus qualifica essa pobreza que ele descreve como de “espírito”. Está falando
de uma miséria irreparável num nível espiritual e moral – o alicerce de nossas
vontades e desejos. Tudo que pensamos e
nos move, diz sobre e vem do “espírito”. Como somos em espírito, é o que somos.
Então? Somos abençoados
ou não? Jesus diz que somos abençoados se, e apenas se, diante de Deus, nos
reconhecemos como nada mais como
mendigos morais e INTEIRAMENTE DEPENDENTES da misericórdia Soberana de outro.
Devemos e podemos declarar “sou abençoado” – se nos vemos como indigentes
morais e completamente incapazes de fornecer qualquer coisa de valor espiritual
para nós mesmos... totalmente incapazes de fornecer qualquer algo bom diante de
Deus. “Bem-aventurados os mendigos morais!”
Mas apesar disso, uma
notícia surpreendente é dada por Jesus para essas pessoas: “deles é o reino dos
céus” ( Mt 5.3 ). Um cidadão do reino – alguém sob o reinado do Rei dos reis e
Senhor dos senhores – com o céu como seu futuro. Conhecer profundamente sua
indigência moral e necessidade desesperadora de Graça Soberana é a marca de
alguém que pode realmente ser declarado como “abençoado”. Sem isso, o homem
está no ponto oposto... amaldiçoado. Isso significa que aqueles que tem a vida
eterna agora e que estarão para sempre com Cristo, sabem que em si mesmo são um
completo fracasso moral, precisando não em parte, mas totalmente da justiça de
outro. Nenhum dos que foram chamados soberanamente e são verdadeiramente
salvos, chegaram diante de Deus com algum portfólio moral, mas com infinitas
violações morais dignas da Ira infinita de Deus e mais nada.
O homem salvo não
chegou a Deus com alguma possessão moral que o diferenciou de outros,
moralmente prósperos ou com alguma posse... mas com a pobreza absoluta de
qualquer coisa boa aos olhos de Deus. Símbolos da miséria final da moralidade e
“bondade” humana.
Se somos verdadeiros
cristãos, não pensamos sobre nós mesmos como trazendo uma quantidade, mesmo que
mínima, de coisa aceitáveis diante de Deus, mas trazendo diante dele uma
quantidade colossal de pecado que merece tão somente a Ira eterna de Deus. O
homem verdadeiramente convertido não chegou a Deus com nenhum “investimento”
moral e espiritual que pudesse apresentar, mais com uma colossal dívida
devastadora de pecados flagrantes e incessantes durante toda a sua vida. Se são
salvos, não foi por qualquer possessão moral ou de bondade... mas apenas coisas
que mereciam a ira de Deus por sua imundície moral ofensiva: "Mas TODOS
nós somos como o imundo, e TODAS as nossas justiças como trapo da
imundícia" - Isaías 64:6.
TODOS os cidadãos
futuros do Céu são atualmente caracterizados por um verdadeiro senso de sua
paralisia moral total diante do Rei... dependendo de algo que venha totalmente
de fora de si mesmo. Se alguém não chega assim diante de Deus – mendigos morais
– nunca chegou realmente diante de Deus. Se supomos que algo de bom em nós, não
passava de um trapo imundo, nunca vimos o Rei da glória. Nenhum deles chegou
com um portfólio moral diante de Deus. Nosso único grito foi: “Miserável homem
que sou... Deus... sê propício ( propiciação – sacrifício que aplaca a ira de
Deus ) a mim, O pecador!”
Então, você é
abençoado?






