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    Da Eternidade de Deus.


    Este texto de Tomás de Aquino (1225 - 1274) sobre a Eternidade de Deus é simplesmente sensacional!!!
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    Em seguida devemos tratar da eternidade.
    E nesta questão discutem-se seis artigos:
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    1. O que é a eternidade;
    2. Se Deus é eterno;
    3. Se ser eterno é próprio de Deus;
    4. Se a eternidade difere do tempo;
    5. Se a eternidade difere do evo e do tempo;
    6. Se há só um evo, como há só um tempo e uma só eternidade.
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    ART. I –– SE É BOA A SEGUINTE DEFINIÇÃO DA ETERNIDADE: A POSSE TOTAL, SIMULTÂNEA E PERFEITA DE UMA VIDA INTERMINÁVEL.
    (I Sent., dist. VIII, q. 2, a. 1; De Causis, lect. II).

    O primeiro discute-se assim. -- Parece que não é boa a definição de eternidade, que dá Boécio: a posse total, simultânea e perfeita de uma vida interminável.
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    1. –– Pois, "interminável" é um conceito negativo. Ora, a negação é própria à noção de deficiência, que não convém à eternidade. Logo, na definição desta não deve entrar a palavra interminável.
    2. Demais. –– A eternidade implica uma espécie de duração. Ora, estaé própria, mais do ser, que da vida. Logo, a palavra vida não se devia incluir na noção de eternidade, mas, antes a de ser.
    3. Demais. –– Chama-se totalidade o que tem partes. Ora, isto não pode convir à eternidade, que é simples. Logo, é mal aplicada na definição a palavra total.
    4. Demais. –– Nem vários dias, nem vários tempos podem existir simultaneamente. Ora, na eternidade distinguem-se muitos dias e tempos, pois diz a Escritura (Mq 5, 2): Cuja geração é desde o princípio, desde os dias da eternidade; e (Rm 16, 25): segundo a revelação do mistério encoberto desde tempos eternos. Logo, a eternidade não é total e simultânea.
    5. Demais. –– “Todo” é idêntico a “perfeito”. Ora, se já se incluiu na definição a palavra total, é inútil acrescentar perfeita.
    6. Demais. –– A posse não é própria da duração. Ora, a eternidade é uma duração. Logo, não é posse.
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    SOLUÇÃO. –– Assim como devemos partir do simples para chegar ao conhecimento do composto, assim devemos partir do tempo para chegar ao conhecimento da eternidade. Ora, o tempo não é senão o número das partes do movimento, por anterioridade e posteridade. Pois, como em qualquer movimento, a uma parte sucede outra, pela enumeração das diversas partes, anteriores e posteriores, apreendemos o tempo, que não é senão o número do que é anterior e posterior, no movimento. Mas, onde não há movimento, mas, sempre o mesmo modo de existir, não se pode descobrir anterioridade e posteridade. Por onde, assim como a essência do tempo consiste na enumeração do que é anterior e posterior no movimento, assim, a da eternidade, consiste na apreensão da uniformidade do que está absolutamente fora do movimento. –– Demais. Consideram-se medidas pelo tempo as coisas que nele têm princípio e fim, como diz Aristóteles; e isto, porque tudo o que é movido inclui um princípio e um fim. Logo... (Clique aqui para continuar lendo).
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