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    Jean François Champollion - Biografia


    Jean François Champollion
    Jean François Champollion e a Rosetta Stone

    Quando o famoso frenologista Dr. Gall andava de um lugar para outro a fim de popularizar a sua teoria do crânio, admirado por uns, insultado por outros, honrado, difamado, num grupo em Paris apresentaram-lhe um jovem estudante. Medindo imediatamente com os olhos o crânio do rapaz, Gall exclamou, impressionado:
    - Oh! Que grande gênio lingüístico!

    O jovem de dezesseis anos que Gall tinha na sua frente conhecia, já então, além do latim e do grego, meia dúzia de línguas orientais. (O frenologista não podia ter a menor idéia sobre isso... ou seria apenas uma das suas bem preparadas charlatanearias?)

    No século XIX foi adotada uma modalidade de exposição biográfica que ativamente se dedicava a desencabar coisas assim: por exemplo, que Descartes, com três anos de idade, posto diante dum busto de Euclides, exclamara "Ah!" e que Goethe reunia as contas da lavadeira, a fim de mostrar o dedo do gênio até no agrupamento de punhos e peitilhos.

    O primeiro exemplo mostra apenas um exagero de método e o segundo pode ser uma tolice. Destas fontes, porém, nascem as anedotas, e que se pode alegar contra as anedotas? Até a história de Descartes com três anos é digna de um folhetim, escrito no solo mole das reflexões fáceis, cuja eliminação nos deixaria apenas um grave dia de vinte e quatro horas. Depois destes exemplos, também nós não nos furtaremos a falar do nascimento maravilhoso de Champollion.

    Rosetta Stone ou Pedra Roseta
    Em meados do ano de 1790 Jacques Champollion, livreiro na pequena localidade de Figeac, na França, mandou chamar urgentemente o "feiticeiro" Jacqou para ver sua mulher, que estava presa ao leito, completamente paralítica e já desenganada pelos médicos. Figeac fica no Delfinado, ao sudeste da França, na "Província das sete maravilhas", uma das regiões mais belas do país, abençoada por Deus. É habitada por uma raça de homens rigidamente conservadora, difícil de arrancar de sua letargia, mas, uma vez despertada, é capaz do mais exaltado fanatismo. Fora disso, é gente rigidamente católica e muito crédula.

    O feiticeiro mandou deitar a doente - e isto é atestado por várias testemunhas - sobre ervas quentes, fê-la beber vinho quente, anunciou o seu convalescimento imediato e profetizou (o que surpreendeu a família extraordinariamente) o nascimento de um menino que no futuro conquistaria glória imorredoura.

    No terceiro dia a doente levantou-se. A 23 de dezembro de 1790, pelas duas horas da manhã, nascia Jean-Françoi Champollion, o futuro decifrador dos hieróglifos. Ambas as profecias se haviam cumprido.

    Se crianças engendradas pelo diabo costumam nascer com cascos de cavalo, não é de surpreender que se encontrem marcas menores onde um feiticeiro pós a mão. Examinando o menino Françoi, o médico verificou com espanto que ele tinha a córnea dos olhos amarela, coisa que só os orientais costumam ter e que num centro europeu era uma grande curiosidade. Além disso, tinha pele escura, quase pardacenta, e todo o talhe do seu rosto era pronunciadamente oriental. Vinte anos mais tarde seria geralmente chamado "O Egípcio".

    Champollion era um filho da Revolução. Em setembro de 1792 foi anunciada a proclamação da República em Figeac. A partir de abril de 1793 reinou o Terror. Sua casa ficava a treze passos da Place d´Armes (que mais tarde deveria receber o seu nome), onde foi plantada a árvore da liberdade, e as primeiras coisas que ele aprendeu a ouvir foram a música estridente da Carmagnole e as lamentações dos que procuravam asilo na casa de seu pai, fugindo à plebe desencadeada. Entre esses perseguidos encontrava-se um sacerdote que foi o seu primeiro professor. (Para continuar, clique AQUI)



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