Introdução
Não há doutrina mais importante para a teologia evangélica do que a doutrina da justificação pela fé somente - o princípio sola fide da Reforma. Martinho Lutero o definia como sendo o artigo que determinava se uma igreja estava de pé ou caindo.
A própria Bíblia coloca sola fide como única alternativa a um sistema de justiça pelas obras que leva à maldição. "Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça"(Rm 4.4,5, ênfase acrescentada). A apostasia de Israel se baseou no seu abandono da justificação somente pela fé: "Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus"(Rm 10.3). Em outras palavras, aqueles que confiam em Jesus Cristo para a justificação pela fé somente recebem uma justiça perfeita que lhes é atribuída. Os que tentam estabelecer sua própria justiça ou misturam fé com obras só recebem o salário terrível que é o devido aqueles que não alcançam o alvo.
Na verdade, a justificação foi a doutrina que acendeu a Reforma. A teologia católica havia negligenciado o assunto por séculos. Roma estava despreparada para responder ao desafio doutrinário dos primeiros reformadores. Por isso, a resposta inicial da Igreja foi desviar o debate para a questão das reformas morais e eclesiásticas. Martinho Lutero ficou frustrado pela relutância de Roma em falar sobre doutrina, especificamente sobre a justificação pela fé. Ele até declarou que teria prazer em ceder ao papa em matérias eclesiásticas se o papa abraçasse o verdadeiro evangelho. Lutero entendeu que todas as ofensas morais e eclesiásticas toleradas pela Igreja foram em última instância resultado do obscurecimento da justificação. A doutrina da justificação somente pela fé teria automaticamente posto fim à venda de indulgências e outros abusos do poder eclesiástico.
Portanto, quando a pregação dos reformadores sobre a... (Para continuar clique aqui)
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