Musicologia e História
De todas as ciências da música, a história é uma das mais férteis em temas de reflexão, pois é uma história da imaginação e do comportamento. Seu domínio engloba uma grande diversidade de conhecimentos (teoria, estética, sociologia, etc.), donde o enriquecimento que proporciona, se não se perseguir a miragem da cultura individual enciclopédica. Pois toda ciência bem compreendida faz progredir primeiro a cultura coletiva, deixando ao indivíduo, apenas o sentimento do que resta a descobrir.
No entanto, a história da música esbarra nos limites de todo estudo histórico e nas dificuldades que lhe são específicas. Assim, não pode haver história da música objetiva, no sentido familiar do termo, pois o procedimento histórico toma seus conceitos fundamentais (por vezes até mesmo o objeto de suas pesquisas) emprestados da filosofia pessoal do historiador. Mais particularmente, os juízos musicais se referem necessariamente a preferências individuais ou coletivas, na ausência de modelos exteriores.
Esse subjetivismo torna os depoimentos sobre a música particularmente frágeis. Ora, os fenômenos musicais passados não podem ser estudados diretamente, como os monumentos da pintura ou da literatura, e não se prestam, como os acontecimentos políticos ou militares, a relatos exatos e pormenorizados: a música é fugidia e indescritível. As fontes com que o historiador deve então contentar-se são, de um lado, testemunhos suspeitos e sem rigor, de outro, a reprodução aproximada dos fenômenos musicais, graças à notação (quando ela existe).
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