Afastem-se, fujam de ti os revoltados e os maus. Tu os vês e lhes distingues as sombras: o universo com eles é belo, embora sejam feios e disformes!
Mas, que mal puderam fazer-te? Como puderam desonrar-te o reino, puro e santo, desde o mais alto dos céus às últimas extremidades da terra? Para onde fugiram, ao fugirem, de tua face? Em que lugar não os podes encontrar? Fugiram para não verem teu olhar a observá-los, ofuscados e para esbarrarem contigo - pois não abandonas as tuas criaturas; - sim, para esbarrarem contigo e serem com justiça punidos.
Quiseram fugir de tua bondade, e esbarraram na tua justiça, e incidiram na tua severidade. Evidentemente não sabem que estás em toda parte, que nenhum espaço te encerra, e que somente tu sempre estás presente, mesmo àqueles que se afastam de ti. Que voltam atrás e te procurem, porque não abandonas as tuas criaturas, como estas abandonam o Criador.
Voltem a procurar-te, eis que aí estás, em seus corações, no coração de cada um que te reconhece e se lança a teus pés, e chora no teu seio, após longa e difícil jornada. Tu estás pronto a enxugar as suas lágrimas; choram ainda mais e no pranto encontram a alegria, porque tu, Senhor, não és um homem qualquer de carne e osso, mas és tu o Senhor, que os fizeste, que agora os encoraja e consola. Onde estava eu quando te procurava? Estavas diante de mim, e eu até de mim mesmo me afastava, e se não encontrava nem a mim mesmo, menos podia encontrar-te a ti.
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