Dentro das formas tradicionais da teologia arminiana, existem aqueles que concordam que a regeneração precede à fé, mas que insistem que nem sempre, ou necessariamente, ela produz a fé. Esse ponto de vista concorda que a iniciativa cabe a Deus; que se dá pela graça divina, e que a regeneração é monergística. Esse ponto de vista está usualmente vinculado ao mesmo tipo de ponto de vista da regeneração universal.
Essa idéia está ligada à cruz. Alguns estudiosos argumentam que um dos benefícios universais da expiação de Cristo é que todas as pessoas foram regeneradas ao ponto que a fé agora é possível. A cruz redimiu todos os homens da morte espiritual, pois agora temos o poder de cooperar ou de não cooperar com a oferta da graça salvadora. Aqueles que cooperam, exercendo fé, são justificados. Aqueles que não exercem fé nasceram de novo, mas não se converteram. Esses são espiritualmente vivificados e estão espiritualmente vivos, mas permanecem na incredulidade. Agora todos são capazes de ver o reino de Deus e têm a capacidade moral de entrar no reino, mas preferem não fazê-lo.
Chamo esse ponto de vista de graça ineficaz ou de graça dependente. Está bem; perto daquilo que Tomás de Aquino rejeitava como graça cooperativa.
Quando sustento que a regeneração é eficaz, quero dizer com isso que ela atinge seu alvo desejado. Ela é eficaz. Realiza o seu trabalho. Somos vivificados para termos fé. O dom é da fé, que nos foi verdadeiramente concedido e que lançou raízes em nossos corações.
Algumas vezes, a frase chamada eficaz é usada como sinônimo da regeneração. A palavra chamada refere-se a alguma coisa que acontece dentro de nós, em distinção a algo que ocorre fora de nós.
Quando o evangelho é pregado audivelmente, são emitidos sons da boca do pregador. Há uma chamada externa à fé e ao arrependimento. Todo aquele que não for surdo será capaz de ouvir as palavras ditas com os seus ouvidos. Essas palavras ferem os nervos auditivos dos regenerados e dos não-regenerados igualmente.
Os indivíduos não-regenerados experimentam a chamada externa do evangelho. Essa chamada externa não efetuará a salvação, a menos que a chamada seja ouvida e abraçada pela fé. A chamada eficaz é obra do Espírito Santo, na regeneração. Nesse caso a chamada é interna. Os regenerados são chamados internamente. Todos quantos recebem a chamada interior de regeneração respondem mediante a fé. Paulo diz como segue:
E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou (Romanos 8.30).
Essa passagem da epístola aos Romanos é elíptica. Ou seja, requer que forneçamos uma palavra a ela, palavra essa que fica subentendida no texto, que não é explicitamente declarada. A grande questão é: Qual palavra deveríamos suprir — alguns ou todos? Vamos experimentar a palavra "alguns".
E a alguns que predestinou, a esses também chamou; e a alguns que chamou, a esses também justificou; e a alguns que justificou, a esses também glorificou.
Acrescentar a esse texto a palavra "alguns" apenas tortura a passagem. Isso significaria que alguns dos predestinados nunca ouvem a chamada do evangelho.
Alguns que são chamados nunca chegam à fé e à justificação. E alguns dos justificados não são glorificados. De acordo com esse esquema, não somente a chamada não seria eficaz, mas também não seriam eficazes nem a predestinação e nem a justificação.
Mas o que fica implícito no texto sagrado é que todos quantos foram predestinados também são chamados. E todos os que são chamados são justificados, e que todos os justificados são glorificados.
Sendo esse o caso, então devemos distinguir entre a chamada externa do evangelho, que pode ser ou não ouvida, e a chamada interna do Espírito Santo, que é necessariamente eficaz. Por quê? Se todos os chamados são também justificados, então todos os chamados devem exercer fé. Como é óbvio, nem todos os que ouvem a chamada externa do evangelho chegam à fé e à justificação. Mas todos os que são chamados eficazmente chegam à fé e à justificação. Nesse caso, a chamada é a obra interior do Espírito Santo, obra essa vinculada à regeneração.
Aqueles que o Espírito Santo vivifica com toda a certeza chegam à vida. Esses vêem o reino de Deus; abraçam o reino e entram no reino.
É ao Espírito Santo de Deus que somos devedores quanto à graça da regeneração e da fé. Ele é quem concede o dom, é quem, quando estávamos mortos em nossos delitos, nos deu vida com Cristo, para Cristo e em Cristo. É por causa do ato misericordioso do Espírito Santo que nos vivifica que entoamos sola gratia e também soli deo gloria — para a glória de Deus somente.
Essa idéia está ligada à cruz. Alguns estudiosos argumentam que um dos benefícios universais da expiação de Cristo é que todas as pessoas foram regeneradas ao ponto que a fé agora é possível. A cruz redimiu todos os homens da morte espiritual, pois agora temos o poder de cooperar ou de não cooperar com a oferta da graça salvadora. Aqueles que cooperam, exercendo fé, são justificados. Aqueles que não exercem fé nasceram de novo, mas não se converteram. Esses são espiritualmente vivificados e estão espiritualmente vivos, mas permanecem na incredulidade. Agora todos são capazes de ver o reino de Deus e têm a capacidade moral de entrar no reino, mas preferem não fazê-lo.
Chamo esse ponto de vista de graça ineficaz ou de graça dependente. Está bem; perto daquilo que Tomás de Aquino rejeitava como graça cooperativa.
Quando sustento que a regeneração é eficaz, quero dizer com isso que ela atinge seu alvo desejado. Ela é eficaz. Realiza o seu trabalho. Somos vivificados para termos fé. O dom é da fé, que nos foi verdadeiramente concedido e que lançou raízes em nossos corações.
Algumas vezes, a frase chamada eficaz é usada como sinônimo da regeneração. A palavra chamada refere-se a alguma coisa que acontece dentro de nós, em distinção a algo que ocorre fora de nós.
Quando o evangelho é pregado audivelmente, são emitidos sons da boca do pregador. Há uma chamada externa à fé e ao arrependimento. Todo aquele que não for surdo será capaz de ouvir as palavras ditas com os seus ouvidos. Essas palavras ferem os nervos auditivos dos regenerados e dos não-regenerados igualmente.
Os indivíduos não-regenerados experimentam a chamada externa do evangelho. Essa chamada externa não efetuará a salvação, a menos que a chamada seja ouvida e abraçada pela fé. A chamada eficaz é obra do Espírito Santo, na regeneração. Nesse caso a chamada é interna. Os regenerados são chamados internamente. Todos quantos recebem a chamada interior de regeneração respondem mediante a fé. Paulo diz como segue:
E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou (Romanos 8.30).
Essa passagem da epístola aos Romanos é elíptica. Ou seja, requer que forneçamos uma palavra a ela, palavra essa que fica subentendida no texto, que não é explicitamente declarada. A grande questão é: Qual palavra deveríamos suprir — alguns ou todos? Vamos experimentar a palavra "alguns".
E a alguns que predestinou, a esses também chamou; e a alguns que chamou, a esses também justificou; e a alguns que justificou, a esses também glorificou.
Acrescentar a esse texto a palavra "alguns" apenas tortura a passagem. Isso significaria que alguns dos predestinados nunca ouvem a chamada do evangelho.
Alguns que são chamados nunca chegam à fé e à justificação. E alguns dos justificados não são glorificados. De acordo com esse esquema, não somente a chamada não seria eficaz, mas também não seriam eficazes nem a predestinação e nem a justificação.
Mas o que fica implícito no texto sagrado é que todos quantos foram predestinados também são chamados. E todos os que são chamados são justificados, e que todos os justificados são glorificados.
Sendo esse o caso, então devemos distinguir entre a chamada externa do evangelho, que pode ser ou não ouvida, e a chamada interna do Espírito Santo, que é necessariamente eficaz. Por quê? Se todos os chamados são também justificados, então todos os chamados devem exercer fé. Como é óbvio, nem todos os que ouvem a chamada externa do evangelho chegam à fé e à justificação. Mas todos os que são chamados eficazmente chegam à fé e à justificação. Nesse caso, a chamada é a obra interior do Espírito Santo, obra essa vinculada à regeneração.
Aqueles que o Espírito Santo vivifica com toda a certeza chegam à vida. Esses vêem o reino de Deus; abraçam o reino e entram no reino.
É ao Espírito Santo de Deus que somos devedores quanto à graça da regeneração e da fé. Ele é quem concede o dom, é quem, quando estávamos mortos em nossos delitos, nos deu vida com Cristo, para Cristo e em Cristo. É por causa do ato misericordioso do Espírito Santo que nos vivifica que entoamos sola gratia e também soli deo gloria — para a glória de Deus somente.
R. C. SPROUL
0 comentários:
Postar um comentário