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    DEUS CASTIGA O PECADO DOS CRENTES? JOÃO CALVINO



    AOS CRENTES O SENHOR CASTIGA OS PECADOS, PORÉM LHES É PROPÍCIO EM AMOR, NÃO DEVENDO ISSO SER PARA SEU ACABRUNHAMENTO, MAS PARA ENCORAJAMENTO-


    Com estas reflexões importa que o fiel seja sustentado na agrura das aflições. “É tempo de o juízo começar pela casa do Senhor” [1Pe 4.17], na qual seu nome era invocado [Jr 25.29]. O que os filhos de Deus haveriam de fazer, se cressem que sua vingança era a severidade que sentiam? Ora, aquele que, tocado pela mão de Deus, a este concebe como um juiz punitivo, não pode imaginá-lo senão irado e para consigo adverso; de fato, não pode senão detestar o próprio azorrague de Deus como real maldição e perdição. Enfim, jamais poderá persuadir-se de que é amado por Deus aquele que sentir que toda sua inclinação é puni-lo.
    Mas, afinal, alcança proveito sob os açoites de Deus aquele que o considera como irado contra suas faltas, contudo é para com ele propício e benévolo. Ora, de outra sorte aconteceria necessariamente o que o Profeta se queixa de haver experimentado: “Sobre mim passaram tuas iras, ó Deus; teus terrores me oprimiram” [Sl 88.16]. De igual modo, o que escreve Moisés: “Pois temos desfalecido em tua ira e em tua indignação temos sido conturbados. Puseste nossas iniqüidades diante de teus olhos, nossos pecados ocultos, à luz de teu rosto. Pois que todos os nossos dias são dissipados em tua ira; nossos anos foram consumidos como uma palavra que sai da boca” [Sl 90.7-9].
    Em contrário, porém, assim canta Davi acerca dos castigos paternais, quando ensina que eles mais ajudaram os fiéis do que oprimiram: “Feliz o homem a quem castigas, ó Senhor, e em tua lei é ele instruído, para que lhe propicies descanso dos dias maus, enquanto se cava um fosso para o pecador” [Sl 94.12, 13]. Dura prova é, certamente, quando Deus, poupando os incrédulos, e não atentando para seus crimes, se mostra mais rígido para com os seus. E, por isso, como causa de consolo acrescenta a admoestação da lei, mercê da qual aprendam a exercitar sua salvação enquanto são chamados de volta ao caminho; os ímpios, porém, são lançados de ponta cabeça em seus erros, cujo fim é o fosso da perdição. Não importa se a pena é eterna ou temporal. Ora, as guerras, a fome, as pestes, as doenças são tanto maldições de Deus quanto o próprio juízo da morte eterna, enquanto são infligidas com este propósito: que sejam instrumentos da ira e da vingança do Senhor contra os
    réprobos.

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