Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ezequiel 36:26
O grande problema do homem não está em sua mente mas em seu coração. A declaração aterradora sobre o homem perdido é: “A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más”. (João 3:19) – Por que o homem rejeita Cristo? Não porque suas mentes acharam contradição entre o que Ele falava, o que dizia que era e o que vivia. A condenação envolve o centro vital do ser humano: “amaram as trevas” – a mente depois dessa escravidão dos desejos, serve apenas para encontrar racionalizações para aquilo que mesmo o homem caído não suporta admitir: O homem ama as trevas!
Parece quase incrível que alguém possa preferir trevas em lugar da luz. Em nenhuma outra circunstância o homem escolhe trevas – todos bendizem a visão, a luz... Mas a razão dessa escolha não está na mente mas nos desejos – “porque suas obras eram más” – O homem sendo mau não podia amar a luz, e sua mente sendo escrava de seus desejos nada mais faz do que encontrar racionalizações para algo que admitir abertamente é difícil mesmo para o homem caído – “eu amo as trevas”.
Amar a Deus está além da possibilidade da natureza caída do homem. Além da possibilidade de todos os homens que nasceram em Adão – Jesus disse que os homens não o amam porque não fazem parte da família de Deus. Ninguém nascido em Adão tem natureza familiar com ele. A tendência, propensão, prazeres, preferências... estão ligadas ao pai dos homens – ou seja – a raça humana caída está irremediavelmente ligada aos seu pai, Adão. Cristo diz: “Se Deus fosse pai de vocês, vocês me amariam” (Jo 8.42).
Sem um novo coração dado na regeneração; como amar alguém que nunca vimos sobre e além de tudo que vimos e temos no mundo? Incluindo as coisas boas como família, amigos... Nenhum ser humano pode nos ajudar aqui – Somos regenerados? Temos um novo coração?
Um novo coração é sempre acompanhado daquilo que sem exceção brota de uma nova natureza como...
Uma grande medida de afeições espirituais;
Uma luta diária por santidade universal;
Um desejo intenso e esforço no Espírito por pureza no coração;
Um gosto predominante sobre todas as outras coisas para coisas divinas e celestiais;
Um andar diário com Deus;
Uma viver diário pela fé e não pelo que se vê;
Nossos pensamentos estarem no alto – onde Jesus está;
Estar morto para o mundo;
Uma mortificação do pecado no coração que um dia amou as trevas;
Uma inclinação para meditação devotada diante de Deus;
Um deleite e desejo de manter comunhão com Deus odiando tudo que a quebre;
Um amor desmedido pelas Escrituras;
Um grande amor fraternal que faz sermos membros ativos e em comunhão com o Corpo de Cristo;
Uma integridade inflexível e não moldável ao mundo a nossa volta.
Um coração liberal para a causa de Cristo;
Uma amor ardente a todos os preceitos bíblicos, dizendo como João: “Seus mandamentos não são penosos para nós”;
Um gozo e uma paz que excede a todo o entendimento humano;
Uma contínua experiência de alegria espiritual em Deus;
Uma consciência extremamente sensível e uma mente que treme diante de qualquer pecado;
Um andar em constante arrependimento e contrição por nossas imperfeições;
Uma constante vigilância contra todo pecado da vida, imaginação, língua e do coração!
Nada que o ser humano faça pode produzir um coração assim em absolutamente ninguém. A piedade e amor a Deus não é um sistema abstrato de doutrina ou ética. Ninguém que não tenha nascido de novo e tenha um coração assim em nada (nem em suas boas obras) pode agradar a Deus.
A verdadeira piedade, antes de ser algo que eu faço, é um movimento do constante do coração movido pelo esplendor e atração da cruz de Cristo! Só o Espírito pode levar o homem até aí.
A fonte de todo viver cristão verdadeiro é o amor a Cristo como a Bíblia diz ser o amor. Só neste ponto o homem pode começar a entender as palavras do Apóstolo: “para mim o viver é Cristo!”