O dicionário define
racionalizar como "prover
plausíveis mas falsas razões para uma conduta". Em outras palavras, é
o que acontece quando substituímos verdadeiras razões por falsas explicações...
quando encobrimos nossos reais motivos com uma cortina de fumaça de desculpas
aparentemente agradáveis.
Como você acha que
Moisés reagiu quando Deus disse para ele: "Fala aos filhos de Israel que
me tragam oferta; de todo homem cujo coração o mover para isso, dele recebereis
a minha oferta. Esta é a oferta que dele recebereis: ouro, e prata, e bronze, e
estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabra, e peles de
carneiro tintas de vermelho, e peles finas, e madeira de acácia, azeite para a
luz, especiarias para o óleo de unção e para o incenso aromático, pedras de
ônix e pedras de engaste, para a estola sacerdotal e para o peitoral" (Êxodo 25:2-7)?
Você acha que Moisés
disse:
— Espere aí, Deus. O bronze tudo bem, sem
problemas, mas prata e ouro? Eu não sei. Se o Senhor ainda não reparou, sua
nação é composta de um povo refugiado. Que tal latão e plástico?
Ou talvez:
— Ah, acho que vai ser difícil arranjar o
estofo azul e púrpura. O estoque do supermercado já acabou.
Se Moisés tivesse dito
estas coisas, ele teria ficado maluco quando Deus começasse a dar as instruções
mais específicas: o ouro puro para a Arca e as argolas; ouro puro para a tampa
da Arca — tudo tinha de ser puro! Afinal, Moisés e seus amigos estavam morando
em tendas no deserto! Eles provavelmente tinham milhares de motivos para não
obedecerem a Deus.
Mas Moisés não disse
nada. Ele não protestou. Por quê? Porque ele sabia que Deus — e não ele nem o
povo — é o autor das regras. Uma das coisas que Deus disse é que a pureza é
boa. Ela é boa para a construção do tabernáculo e para a construção da nossa
vida.
Existem milhares de
motivos pelos quais nós achamos que ser puro é exigir demais. Mas nós não
fazemos as regras, e sim Deus. E Ele é o poder presente para cumprir em nós o
que Ele ordena. Não cabe a nós decidirmos o que é certo e errado. Racionalizar
nos destruirá.
Um dos motivos porque
agimos assim é para aliviar a dor da verdade. Outra razão é para calar a voz da
culpa, aquele dragão de voz profunda e grave que está sempre pronto para nos
varrer com seu rugido ensurdecedor. Frequentemente racionalizamos para nos
justificar diante dos outros.
Algumas vezes a
racionalização faz as pessoas justificarem pecados óbvios. Arão, por exemplo, a
usou quando seu irmão, Moisés, se deparou com o pecado dele ao construir um
bezerro de ouro para os israelitas adorarem.
"...tu bem sabes
como esse povo é propenso ao mal. Eles me disseram: 'Faça para nós deuses que
nos conduzam...' Então eu lhes disse: Quem tiver enfeites de ouro, traga-os
para mim. O povo trouxe o ouro, eu o joguei no fogo e surgiu esse bezerro"
(Êx 32.22-24).
Inacreditável! Ele era
apenas um inocente espectador cujo coração estava tão puro como a neve. Depois
de amontoar alguns colares e brincos de ouro, de repente apareceu um bezerro de
ouro! Foram aquelas pessoas más... não ele. Ele nunca seria capaz.
A Bíblia é repleta de
exemplos iguais a esse. E a vida também é. Quão melhor será se enfrentarmos os
fatos, ao invés de ficar procurando desculpas agradáveis “espiritualmente” ou
passagens bíblicas fora do contexto que aliviem nossa consciência.