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    Onde está o maior risco?






    O maior risco para sua vida espiritual não está em líderes que pregam o engano, você pode gastar a vida só denunciando o erro e o engano sem vê-lo no lugar mais evidente e mais perigoso.


    “Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem” (Rm 3.4). Há uma incrível tendência em nós para a mentira. Isso está tão relacionado com o homem que ele é capaz de mentir para si mesmo. Paulo aqui em Romanos faz uma acusação a toda a raça humana. E a mentira e o engano toma várias formas no coração humano – Jeremias diz que “enganoso é o coração do homem, mais corrupto que qualquer outra coisa...”



    Mas chegar ao ponto de mentirmos para nós mesmos sobre nós, é chocante. De todas as tarefas que a verdade de Deus nos impõe em nossa integridade, é a difícil tarefa de contar a verdade sobre nós mesmos para nós mesmos. Se nós olharmos para nós mesmos superficialmente ( e quase sempre é assim que nos olhamos ) parece ridículo e inacreditável que seja difícil falar a verdade sobre nós para nós mesmos. Mais aí é que entra outra característica poderosa infundida na queda nos homens – O ORGULHO.


    O profeta Obadias diz: “A soberba do teu coração te enganou” (Ob 1.3). Há um desejo intenso no homem de que as pessoas tenham uma boa opinião sobre ele. Isto está tão misturado a essência do que somos, que antes dos outros, nós desejamos ter um boa opinião sobre nós mesmos, por isso nos enganamos. Nada é mais difícil do que enfrentar com honestidade o lado obscuro da nossa personalidade – a verdade sobre nós mesmos é cruel, dolorosa... escapamos pelo caminho do auto-engano em nossa soberba. Sempre olhamos para nós com o melhor dos olhos. Isso certamente leva o homem a ruína – Deus não exige de nós a perfeição, mais exige a honestidade.



    “A soberba do teu coração te enganou” – A avaliação que eles ( a quem Obadias se dirigia – Edom) estava errada. Geralmente só o poder sobrenatural do Espírito Santo nos leva a convicção da verdade sobre nós mesmos. Olhamos nossas ações, como vimos, com a melhor de todas as luzes possíveis – ao mesmo tempo em que somos rápidos e agudos para olhar as atitudes dos outros com severidade, sempre estamos prontos a nos perdoar e explicar as nossas atitudes. RACIONALIZAÇÃO – O ser humano é especialista nisto. Aquela nação, quanto a avaliação que os outros faziam deles, pensavam que eram vistos em honra – porque era assim que o corações deles viam a si mesmo – e a soberba os fez completamente cegos a realidade – Deus diz “Tu és mui desprezado” (v.2) – Vocês estão enganados, enganados pela sua própria soberba – seus corações são mentirosos.


    Algumas vezes a racionalização faz as pessoas não verem e justificaram os pecados mais óbvios. Arão a usou quando seu irmão, Moisés, se deparou com o pecado dele ao construir um bezerro de outro para os israelitas adorarem: “...Tu sabes que este povo é propenso para o mal. Eles me disseram: ‘Faça para nós deuses que nos conduzam...’ Então eu lhes disse: Quem tiver enfeites de ouro, traga-os para mim. O povo trouxe-me o ouro, eu o joguei no fogo e surgiu esse bezerro!” (Êx 32.22-24) Inacreditável! Ele conta como se fosse mero espectador inocente. Depois de pegar o ouro do povo ele jogou no fogo e, acreditem, do nada saiu um bezerro. Foram aquelas pessoas difíceis, más... Ele jamais seria capaz de fazer aquilo. Lógico que Aarão estava enganando a si mesmo.


    Nos enganar certamente nos levará a ruína. No coração dos Edomitas eles se sentiam seguros – essa era a mensagem que ouviram dos seus próprios corações – “...ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada que dizes no teu coração: Quem me derrubará em terra?Embora te eleves como águia, e ponhas o teu ninho entre as estrelas, dali te derrubarei...” (Ob 1.3,4). O coração deles mentiu a eles sobre a segurança pessoal deles, sobre como eles eram fortes e bem edificados. Deus está dizendo que quando o homem ouve a mentira do seu coração e sente seguro – haverá repentina ruína.


    Mesmo quando longe da sabedoria de Deus – o coração diz ao homem – “Tu és sábio...” – Era isso que os edomitas ouviam dos seus próprios corações – Mas sob o olhar de Deus que a tudo prescruta, é dito: “Naquele dia, não farei perecer os sábios de Edom , e o entendimento da montanha de Esaú?” (v.8).
    O homem faz planos, se alia com aqueles que eles acham fortes e se sentem seguros. Esse é mais um passo terrível da soberba do coração, do auto-engano. Todas as alianças de Edom falharam quando de fato precisaram delas. “Os que gozam da tua paz te enganaram” (v.7). O auto-engano que o orgulho produz, deixa o homem completamente vulnerável a toda espécie de engano vindo de outros, em quem colocaram a sua confiança. Tudo falhou para os edomitas – tudo falhará para com aqueles que mentem para si mesmos a respeito de si mesmos. Mentir para nós mesmos sempre nos levará a ruína.


    Por que os Edomitas estavam propensos ao auto-engano: O ORGULHO. O orgulho nos prepara, dispõe todo o nosso ser a sermos enganados por nós mesmos, pelo diabo, pelos homens... Nossa capacidade de julgar é solapada, todos os pontos de referência são corrompidos e ficamos incapazes de julgar a nós mesmos.


    Os pesos da balança que usamos são falsos – e com pesos falsos, como obteremos resultado verdadeiro. A pessoa pode viver na igreja, ouvir mil mensagens – mas com sua balança falsa sempre será enganada por seu próprio coração. Podemos medir, medir... mas se a balança está adulterada, o resultado sempre estará errado. O orgulho nos torna desejosos de receber elogios, lisonja, palavras de apoio... e num mundo enganoso ( que faz eco com nossos corações ) a lisonja virá e nosso coração insensato e mentiroso a aceitará com alegria. A Palavra fica infrutífera – a ruína chega cedo ou tarde: “A casa de Jacó será fogo, e a casa de José chama; a casa de Esaú palha, e aqueles se acenderão contra eles, e os consumirão” (v.18).


    Se pelo poder do Espírito não vencermos o auto-engano, como Adão, que pensou que a fruta o tornaria como o seu Criador – sentiremos o mesmo juízo de Deus – a fruta fez adão semelhante a serpente.


    “A soberba do teu coração te enganou” – Que alerta tremendo contra o auto-engano, a soberba e a racionalização. Ao lermos a história de Davi com Bete-Sabá, vemos que esse perigo nos assedia diariamente. O profeta Natã confrontou Davi. Abordou o rei com uma parábola (2Sm 12.1-4) – Quando Davi ouviu a história, ficou furioso: “Então o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o Senhor, o homem que fez isso deve ser morto. E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa,e porque não se compadeceu” (2Sm 12.5-6). Então Natã corajosamente disse: “Você é tal homem!” – Ouve o mais profundo arrependimento que podemos ver na Bíblia – Davi escreveu o Salmo 51 que é a suma do verdadeiro arrependimento – mas devemos lembrar – que o auto-engano é tão poderoso em nós, que Davi não pôde ver sua culpa diretamente. Natã disfarçou o pecado na vida de outra pessoa, a só aí Davi pôde vê-lo. Davi em momento algum ligou a história ao que ele tinha feito. Eis a dificuldade de se fazer a aplicação pessoal daquilo que a Palavra de Deus mostra.


    É completamente inútil ouvir milhares de mensagens se não conseguirmos fazer a aplicação pessoal delas. Natã teve que apontar o dedo no rosto de Davi. Você Davi, esta é a tua história. Cada homem tem essa tendência – mas se ao sermos confrontados não reagirmos como Davi. A ruína se abaterá sobre nós – porque ainda hoje, como disse o profeta Obadias, a verdade se impõe: “A soberba do seu coração te enganou” – Verdadeira humilhação, como a de Davi ao ser tão duramente confrontado, é a única forma de escaparmos da armadilha que a soberba já armou em nossos corações.