Conheço bom número de
cristãos que têm uma resposta universal para todas as questões. Não importa qual
seja a questão, eles dizem: “Ore sobre isso” . . . Quão simplista, superficial
e falso pode ser tantas vezes esse conselho — e o digo num púlpito cristão!
Você talvez pergunte: “É errado em algumas circunstâncias, dizer aos homens que
façam dos seus problemas assunto de oração?” Nunca é errado, mas às vezes é
completamente fútil...
A luta deste pobre
homem (Salmo 73) era toda esta, que ele estava tão confuso em seus pensamentos
acerca de Deus que não podia orar a Ele. Se temos na mente e no coração
pensamentos confusos sobre a maneira como Deus nos trata, como podemos orar?
Não podemos. Antes de podermos orar de verdade, precisamos pensar
espiritualmente. Não há nada mais fátuo do que tagarelar sobre a oração, como
se a oração fosse algo para o que você pudesse correr sempre e imediatamente. .
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Me permitam citar um
dos maiores homens de oração que o mundo já conheceu. . . George Müller,
fazendo preleção a ministros . . .disse-lhes o seguinte: Que durante muitos
anos de sua vida, a primeira coisa que fazia todas as manhãs era orar. Por fim
veio a descobrir que esse não era o melhor caminho. Percebera que para orar
verdadeira e espiritualmente, tinha que estar no Espírito, e que deveria
preparar-se primeiro.
Descobrira que isso era
bom e da maior utilidade, e agora lhes recomendava que sempre lessem uma porção
da Escritura e talvez algum livro de devoção antes de começarem a orar. Em
outras palavras, ele descobriu que era necessário pôr-se a si mesmo e a seu
espírito em correta condição, antes de poder orar verdadeiramente a Deus. . .
Precisamos dedicar tempo à oração. Não começamos a orar a Deus enquanto não nos
apercebemos da Sua presença. . . Assim, eis os passos perfeitamente certos — a
casa de Deus, a Palavra de Deus, oração a Deus e comunhão com Deus.
Faith on Trial, p. 41,2. – Martyn Lloyd-Jones