Acreditar na verdade bíblica da Soberania de Deus, na Graça
soberana... aponta para o imperativo da santificação. O mundanismo em quem fala
sobre a graça é sempre fruto da separação impossível da graça e da verdade,
como se fossem coisas antagônicas. A manifestação da glória de Deus em sua
perfeição em Cristo e em toda a Palavra mantém sempre estas duas coisas juntas:
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1:14
A nossa santidade foi
planejada por Deus na eternidade: “Porque
a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, Ensinando-nos
que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste
presente século sóbria, e justa, e piamente” - Tito 2:11-12 – É assim que a graça se manifesta. A graça de Deus se
manifestou e isso sempre produz santidade. A “graça de Deus se manifestou” aponta, é uma referência a Cristo.
Ele já veio e esse plano eterno mostra que a nossa santidade é fruto de planejamento
eterno.
A linguagem junto com a
eleição sempre é esta – aponta para a santidade, “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas
de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” - Colossenses 3:12 – e qualquer ensino
das Doutrinas da Graça que não apontem para isso, mas como uma liberdade para
ser e viver como o homem natural, caracterizado pela sociedade que nos cerca, é
uma grosseira falsificação da Verdade, o que não tem sido incomum nestes dias.
A santidade está
enraizada no conselho eterno de Deus: “Porque
os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de
seu Filho” - Romanos 8:29 – O propósito
divino é mostrados na nossa conformidade a Cristo. Isto nada mais é que
Santidade. A semelhança com Cristo é a santidade, e é de suma importância isso ficar
claro para nós. Podemos ter inúmeras habilidade, conhecimento teológico,
capacidade intelectual, habilidades na comunicação, mas se não há semelhança
com Ele, não há santidade.
Como podemos saber que
fomos eleitos, pergunta John Owen –
A resposta sempre vem – Deus destinou
que você seja santo? Ainda temos um combate com o pecado mesmo sendo homens
regenerados, e sem a Graça nós falharíamos completamente neste combate, mas o
plano eterno de Deus é o impulso e poder necessário e suficiente para o
crescimento em santidade.
A imagem de Deus foi
quebrada no homem quando este pecou – a obra eterna de Deus visa exatamente nos
livrar de tudo que não é Cristo em nós, santificação! O propósito de Deus é que
sejamos à imagem de Seu Filho, e a isto fomos eleitos e predestinados. Em
Romanos, Paulo continua dizendo que NADA vai frustrar esse plano – Satanás?...
Quem pode ficar no caminho de Deus? Quem pode destruir Seu propósito? Em seu
poder Onipotente e Soberano Deus em seu plano restaura o universo para que ele
reflita Cristo. Ele “desconstrói” os
eleitos e reconstrói nosso caráter, vida... para sermos semelhantes a Cristo.
Deus está determinado que você (se de fato é igreja de Cristo) vai ser
transformado na mesma imagem de Cristo. Santidade nos eleitos de Deus não é uma
ameaça, mas um motivo de alegria, adoração, humildade... porque a santidade foi
comprada pela obra perfeita de Cristo para todos aqueles que Deus chamou
eficazmente.
Precisamos ver que o
papel de Cristo na santificação se estende para muito além da compra somente, a
santidade foi adquirida por Cristo – não como um trabalho adicional,
Justificação e Santificação estão ligadas entre si e inseparáveis. Minha
santificação é tão comprada como qualquer outro aspecto da salvação. Podemos
ficar tão focados no sangue de Cristo que perdoa, que perdemos de vista que ele
também compra a nossa santificação e santidade. Não há nenhuma benção no
Evangelho que vem de algo além de Cristo e este crucificado. Nós não recebemos
nada ( e nem poderíamos ) que Ele não tenha comprado por sua obediência e
expiação: “E, visto como os filhos
participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para
que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E
livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à
servidão. Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência
de Abraão. Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser
misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os
pecados do povo.” - Hebreus 2:14-17
A morte de Cristo é uma
realidade multifacetada, e isto é assim porque o pecado não é uma massa única e
independente em nossos corações, mas o pecado é tecido multidimensionalmente em
nossas vidas. A salvação no Sangue derramado na Cruz é uma perfeita expiação
que corresponde a esse pecado. Estamos indo para sermos um dia totalmente
santificados – o que significa que não haverá nenhum vestígio de pecado em nós –
e esse processo poderoso e infalível em todos os que Deus elegeu, começa
imediatamente no momento que o homem é regenerado: “que se entregou a si mesmo por nossos pecados a fim de nos resgatar
desta presente era perversa, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” Gálatas 1:4
Muitas vezes o
entendimento das pessoas sobre a cruz é completamente superficial – temos que
enxergar as múltiplas dimensões do pecado e entendermos claramente as múltiplas
dimensões da obra feita na cruz: “Porque
Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis em sua presença.” - Efésios
1:4
“Revesti-vos,
pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”
- Colossenses 3:12