Eu estava vendo um
documentário sobre um General Americano na guerra da independência contra a
Inglaterra (1775-1783) - chamado Benedict Arnold (1740-1801), e um texto bíblico
vinha constantemente a minha mente: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e
tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” - Tiago 2:10
Esta é uma afirmação
assustadora de Tiago. Alguém poderia dizer: “Um fracasso, e a culpa total sobre
toda a Lei de Deus cai sobre mim? Não seria um exagero? É assim realmente que
Deus age?” Como é comum quando o barro questiona o Oleiro – logo ouvimos: “Mas
será isto justo?” – Qual é a resposta para isso? Que princípio fundamental que isso
nos ensina?
Como conhecemos através
da história, e estava novamente vendo no documentário sobre ele, Benedict
Arnold era um general americano na revolução que levou os Estados Unidos ( As
13 Colônias ) a independência. Mas seu nome acabou por se tornar um símbolo de
traição na história americana. Toda a memória de Benedict evoca um pensamento
apenas: Traição.
Enquanto general americano,
ele obteve o comando do Forte em West Point, Nova York (futuro local da
Academia Militar dos EUA depois de 1802), de frente ao rio Hudson – em determinado
momento da guerra, ele planejou entregar o forte as forças britânicas. Depois
que o plano foi exposto, em setembro de 1780, ele foi contratado pelo exército
britânico como um general de brigada.
O que precisamos saber
é que Arnold tinha servido enérgica e eficazmente do lado americano. Conquistou
batalhas importantes, capturou Fortes, como o Ticonderoga... Mas ele foi preterido para a promoção em
alguns momentos, ele contraiu algumas dívidas pessoais, ele foi criticado pelos
concorrentes políticos... então ele mudou de lado. Tendo o comando de West
Point, planejou entregá-lo aos britânicos. Mas seu plano foi descoberto.
Podemos nos perguntar
tudo o que estava passando na mente dele nestes momentos. É comum racionalizarmos nossas atitudes para
não ver a realidade mais feia por trás delas. Por que não pensar assim: “Eu fiz
muitas coisas pela causa americana e não estou recebendo nem o reconhecimento,
e nem o tratamento adequado aos meus esforços e valor.” – Pensar assim nos faz
achar que está tudo bem a atitude que estamos tomando.
Mas definitivamente,
essa não é a forma como o cálculo moral funciona. Fazer o “bem” não compensa
fazer o mal. É por isso que os anos de bravura e o bom registro de Benedict
Arnold foram ofuscados para sempre na história americana por um ato de traição. Sua traição revelou
na verdade, o estado de seu coração. Ele não estava servindo a causa da América
sinceramente, mas por segundas intenções. Intenções auto-centradas. E quando
ele não foi servido naquilo que ele achava que merecia e para sua própria
satisfação, ele se virou e mudou de lado. Se ele tivesse recebido o que achava
merecer. Se Benedict Arnold tivesse sido satisfeito em seus desejos e
aspirações... Ele teria ficado do lado Americano e jamais se tornaria um traidor – mas sua lealdade mesmo assim, teria
sido falsa – já que estava condicionada a suas próprias conveniências e
interesses.
Quando a obediência a
Deus é condicionada ou parcial, ela está nesta categoria – por isso Paulo
declara: “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem
faça o bem, não há nem um só.” - Romanos 3:12
Mesmo naquilo na ação
do homem que parece ser obediência a Deus, ou parece ser algo “bom”... Acontece
por várias razões desqualificantes. Acontece por coincidência. Acontece porque
o que Deus revelou em Sua Palavra, naquele caso, coincidiu com que queremos
fazer, ou com o que já faríamos... e apenas nos alinhamos. Acontece porque
temos uma agenda que esperamos que seja atendida... Ou seja, nós podemos
reivindicar sermos pró-Deus, mas o que revela o nosso coração é nossa
desobediência. O que revelou as motivações de Benedict Arnold – mesmo quando
ele obedecia – foi o seu ato de traição. Ele agia certo quando isso lhe era
conveniente. Ele servia a si mesmo o tempo todo. A desobediência revela o mal
no que chamamos “obediência” – É por isso que a violação de um mandamento da
Lei nos condena em toda ela. Nosso pecado expõe a fraude de nossa justiça, e
não o contrário – ou seja, ele não é um lapso.
Cristo morreu por
traidores! Todos nós somos “Benedicts Arnolds” – Agora, ele nos oferece sua
anistia real em termos de Graça – recebidas com as mãos vazias da fé – O que só
acontece quando soberanamente o Espírito Santo abre nossos corações e nos faz
admitir diante de Deus o que realmente somos por dentro – em todos os atos – atos
“bons” e maus em nossa vida – Traidores! O homem natural serve a si mesmo em
todos os seus atos. Todos são Benedic Arnold. Traição é punida justamente com a
morte:
“Ora, nós sabemos que
tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca
esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele
pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado... Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente
pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” - Romanos 3:19-24