Muitas vezes, de maneira
obscura, muitos falam da fraqueza humana como auto-justificativa para a
escravidão que permanece. Sempre que falarmos da fraqueza humana, o discurso
deve ser acompanhado por vigorosa declaração sobre o poder do Evangelho.
Estamos em Cristo? Então a palavra para nós é: “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver
segundo a carne.” - Romanos 8:12
Que em torno de um
assunto essencial como este não coloquemos de forma obscura coisas para
camuflar o que caracteriza a vida irregenerada. Para que isso não aconteça, o
apóstolo de forma clara e distinta, enfaticamente afirma que a carne não tem
QUALQUER reivindicação válida sobre o cristão verdadeiro. E que portanto, como
é óbvio, ele NÃO ESTÁ sob nenhuma OBRIGAÇÃO de produzir suas exigências que
fluem das concupiscências do engano.
Somos devedores? Sem
dúvida... mas jamais a carne é o nosso credor. Não devemos NADA a carne –
portanto, não temos que cumprir suas demandas – essa é a liberdade dos filhos
de Deus. O que significa isso? Não devemos nada ao pecado, pai de todas as
desgraças, o que de forma alguma é visto pela cultura a nosso redor – que vê o
pecado como amável e só chora por suas consequências amargas – o que faz o
mundo almejar um “Paraíso” com o pecado, numa insana luta de tentar extirpar a
morte, tragédias nossos relacionamentos humanos... as consequências do pecado, enquanto o acaricia. Existe descrição melhor
de nossa cultura?
Em Cristo estamos num
lugar completamente diferente de nossa cultura. Não somos “devedores a carne
para vivermos segundo ela” – e se alguém afirmar que é – esta é a declaração de
quem jamais nasceu de novo. Não precisamos cumprir suas demandas – O que quer
dizer que não devemos nada ao pecado. Nada! Nada a Satanás, que conspirou na
queda humana e tem o mundo, a cultura humana em escravidão - "Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno." - 1 João 5:19. - Nada! Não devemos nada ao mundo de armadilhas, enganador e
ruinoso. Nada! Pois todos eles são auxiliares da carne... a qual não devemos
nada... a ela devemos apenas o mais profundo ódio e a oposição mais determinada
de novos corações.
Mas certamente somos
devedores. Não a carne, mas a quem? Ao Pai, por Seu infinito amor eletivo – “Como também nos elegeu nele antes da
fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em
amor” - Efésios 1:4 – Por ter
nos abençoado com TODAS as bênçãos espirituais – Ah! Somos devedores: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares
celestiais em Cristo” - Efésios 1:3 – Enquanto um “falso evangelho” – tão popular
- é um mero linguajar para justificar a vida que continua devedora da carne – Nós
imperfeitamente estimamos a dívida de amar, gratidão, santo viver e serviço que
devemos a Ele cuja mente o Filho Eterno veio revelar, cuja vontade Ele veio
fazer e cujo coração Ele veio revelar e revelou perfeitamente. Foi o Pai que
enviou o Filho. Nele está a origem do maravilhoso expediente da Redenção que
libertou o homem de estar em dívida com a carne, livre para viver para a glória
de Deus. Foi o Pai que colocou todos os nossos pecados sobre Cristo. Foi a Sua
espada de Justiça que feriu o Pastor, para que Sua justa Ira fosse satisfeita,
enquanto a mão de amor e proteção fosse colocada sobre homens dignos da
perdição eterna.
A Expiação em Cristo
não foi concebida para inspirar a misericórdia – ela propicia a justiça de Deus
– não ela não desperta em seu coração um amor que não existia anteriormente.
Portanto, não podemos por um minuto sequer esquecer a fonte de onde se originou
a salvação e perder de vista a verdade que a mediação de Cristo não foi a
causa, mas sim o efeito, do amor eletivo de Deus – “Nisto consiste o amor – não
em que nós tenhamos amado a Deus, mas que Ele nos amou e deu o Seu Filho por
propiciação pelos nossos pecados” – Que o Espírito nos leve a entender mais
profundamente, e pela graça nos fazer sentir e então nosso amor ser amplificado
– e fique mas evidente nossa profunda obrigação a Deus por seu amor eterno que nos
deu o Seu Filho. Somos devedores, sem dúvida – mas “não à carne para viver segundo a carne.” - Romanos 8:12
Somos devedores! Somos
devedores ao Filho. Ele foi agente ativo na nossa redenção. Foi ele quem
assumiu e cumpriu tudo o que a nossa salvação requeria. Ele não deixou nenhum
palmo do caminho não trilhado. Nem uma maldição sequer destinada aos redimidos
deixou de cair sobre Ele, nenhum pecado deixou de ser castigado e punido nEle,
nenhuma parte da Lei foi cancelada... Ele cumpriu toda a justiça... Levante os
olhos para Ele e diga, “nada devo a carne para viver segundo a carne – mas devo
tudo a Ti, para viver para tua glória em santidade. Tu suportastes o meu
pecado, minha maldição, extinguiu o inferno para mim, garantiu o céu. Fui poupado,
mas teu espírito foi ferido por mim, teu coração sangrou por mim, teu corpo foi
dilacerado por mim, tua alma foi golpeada por mim – eu, um pecador – eu, o
principal dos pecadores – Eu sou devedor, um devedor do seu amor, um devedor da
sua eterna misericórdia. Nem uma eternidade de amor, serviço e louvor...
expressando tua glória e vivendo para tua glória, jamais poderia pagar o que
devo a Ti.” – Somos devedores, mas “não à
carne para viver segundo a carne.” - Romanos
8:12 – Quão profunda é nossa dívida.
E de forma nenhuma
somos menos endividados para com o Espírito Santo. Ele que despertou a primeira
emoção verdadeira e espiritual da vida em nossa alma, que mostrou nossa
terrível culpa e selou o nosso perdão. O que não devemos a Ele por nos levar a
Cristo em Seu Chamado Eficaz. Nos levantou da morte, nos santifica... Sua
influência e operação é constante em nos levar a viver para a glória de Deus...
nos curou da ingratidão reinante em nossos corações em relação a Deus, exerce
profunda paciência, que jamais se esgota, por seu amor que aniquila o pecado
como poder reinante... quanto devemos ao Espírito? Devemos na mesma proporção
que NADA devemos a carne. Devemos ao Espírito o intelecto renovado, o véu
retirado de nossas mentes, os olhos abertos para ver a verdade, o coração que
Ele santifica, o corpo que Ele habita, cada sobre de vida que Ele impulsiona,
cada pulso de verdadeiro amor a Deus em consagração feliz e satisfatória em
desfrutar tudo que Deus é para nós em Cristo.
Assim todos os
verdadeiros cristãos... todos os homens que de fato foram regenerados... são
DEVEDORES ao Deus triúno – Devedores ao Amor eterno do Pai, a Graça redentora
do Filho, a Misericórdia vivificante do Espírito. Mas para a Carne não devemos
nada – qualquer “evangelho” que tenta justificar a continuação da escravidão e
dívida a carne, tentando justificar uma vida igual a dos homens do mundo,
homens irregenerados – não passa da mais grosseira falsificação. NADA devemos a
carne, a não ser o ódio intransigente – Ao Deus eterno – Pai, Filho e Espírito
Santo, devemos tudo – amor indivisível e supremo... um viver voltado tão
somente para sua glória em meio a uma sociedade completamente hostil a verdade
de Deus. Somos devedores – mas “não à
carne para viver
segundo a carne.” - Romanos
8:12