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    Até onde posso ir sem que seja pecado?



    “Até onde posso ir sem que seja pecado?” – Essa mentalidade cobre grande parte das perguntas que as pessoas fazem. Das perguntas que me fazem – ainda que usando outras palavras. Gostamos do conforto da ideia de que podemos fazer o que desejamos sem culpa... portanto, sem arrependimento... Isso me faz lembrar uma história.


    Há uma história sobre Tetzel, o monge dominicano que viveu no século XVI na Alemanha vendendo indulgências para construir o Vaticano - o que escandalizou Martinho Lutero e o fez se levantar naqueles dias. Tetzel costumava cantar uma pequena cantiga: “sobald das Geld im Kasten klingt, Die Seele aus dem Fegfeur springt "(" Tão logo o seu dinheiro cai em minha caixa, e tua alma pula livre do fogo do Purgatório!').


    Um ladrão aproximou-se dele e perguntou quanto custaria  uma indulgência para perdoar todos os seus pecados passados. 'Mil peças de ouro.' "E quanto custaria para perdoar todos os meus pecados futuros também? ' "Mais duas mil' "Tudo bem, aqui está, três mil. Dá-me a indulgência." -  'Aqui está. Obrigado, disse Tetzel.' -  "E agora, disse o ladrão, aqui está um daqueles pecados futuros. Está vendo esta espada? Me Devolva as três mil peças.'"

    Peter Kreeft, Céu (São Francisco, 1980), páginas 186-187.


    É a impenitência (falta de temor a Deus, falta de arrependimento, mundanismo...) que “vende” indulgências hoje. ( Diz o que você quer ouvir por um preço. Usa psicologia secular e não a Verdade – porque deseja simpatia, ser visto como culturalmente relevante, ser admirado como líder, ganhar um membro...).


    É a Impenitência (falta de temor a Deus, falta de arrependimento, mundanismo...)  que compra indulgências. Impenitência compra ou rouba – como o ladrão de Tetzel. Qual é a diferença moralmente? (Quem faz esse tipo de pergunta já decidiu que vai crer no que lhe for conveniente) Sem arrependimento, qualquer aparência de cristianismo é deixado inevitavelmente no absurdo caricato. Com arrependimento, motivado pela graça de Deus em Cristo, a beleza da honestidade começa a aparecer onde antes havia apenas absurdo e racionalização. Com arrependimento tudo muda – Não estamos mais preocupados até onde posso ir sem que seja pecado – nossa preocupação é: “Como Deus pode ser mais glorificado em minha vida?” É sempre a falta de temor a Deus e o egocentrismo que tenta encontrar exceções, brechas... 



    Sempre haverá um Tetzel. Sempre haverá alguém para comprar o que ele vende – que você não seja nenhum dos dois.