Uma grande tragédia
lentamente foi se apoderando de toda a nossa geração. Vivemos numa era de
amigos instantâneos, relações superficiais, namoros superficiais, casamentos
que se desfazem com a mesma rapidez que começaram... tudo vira humor
descompromissado, tudo leve, tudo sem peso ou importância real, tudo
passageiro, pulando de um entretenimento a outro, sucessos musicais
instantâneos que rapidamente passam... Você está imune?
No meio disso tudo os
cristãos estão perdendo completamente o senso da santidade de Deus. Oramos
contra o ruído de fundo da televisão, meditamos na Palavra enquanto conversamos
no Facebook... nosso senso de santidade divina é tão fraco que estamos num
lugar de culto enquanto nos alongamos e mascamos nosso chiclete... Eu sei, você
dirá que isso é normal, mas quando diz isso você expressa a Bíblia ou nossa
geração goma de mascar? Até a defesa da verdade é mero humorismo e
descontração em nossos dias - tudo por uma boa gargalhada!
Quando Jacó fugiu da
casa de seu pai depois de enganá-lo, pegar o que não era seu... ela vai dormir
de tão cansado... eu diria que aquela, para ele, é uma noite profana... comum,
como os dias se arrastam em nossa sociedade profana e superficial que tem sido
um espelho da relação da relação de nossa geração (na igreja) com Deus. Temor? Senso de santidade divina? Percepção da
presença de Deus? Não! Ali está apenas um homem cansado e focado na vida a sua
frente. Mas então ele tem um sonho – um sonho que nossa geração não tem sonhado
– e por isso age e vive (mesmo os cristãos) sem a percepção de Jacó naquele
instante.
Então Jacó acordou do
sonho – Acordamos nós também? “E sonhou:
e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos
de Deus subiam e desciam por ela; E eis que o SENHOR estava em cima dela, e
disse: Eu sou o SENHOR Deus de Abraão...” - Gênesis 28:12-13 – Quem dera estivéssemos acordados! Jacó disse: “Acordando, pois, Jacó do seu sono, disse:
Na verdade o
SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não
é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus.” - Gênesis 28:16-17 – Era terrível, não
era mais comum. Ele se encheu de temor.
Que percepção, senão
esta, devia ser o sentimento constante
no coração regenerado? “Quem é como tu,
glorificado em santidade?" - Êxodo
15:11 – Que denúncia mais terrível poderia ser feita aos “adoradores” de nossos
dias do que sua superficialidade que faz comum e não terrível a presença de um
Deus santo?
Como pecadores que
viram a realidade do pecado podem chegar diante de Deus a não com a percepção
que Jacó teve? Eu sei, falaremos da Graça, mas a graça não diminui o espanto, o
senso da perfeição da santidade de Deus e de nossa indignidade, pelo contrário.
Mesmo a alegria dos santos é cheia de tremor: “Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor.” Salmos 2:11 – Na graça a
nossa salvação é operada nestes termos: “...assim
também operai a vossa salvação com temor
e tremor” - - Filipenses 2:12
Isto deve ser assim,
pois Deus é infinitamente santo, transcendentalmente santo, superlativamente
santo, imutavelmente santo, gloriosamente santo. Em Cristo somos totalmente
santos – como imputação – mas olhamos para as nossas vidas – Ah! O que vemos?
Orgulho misturado em nossa humildade, incredulidade misturada em nossa fé,
impertinência misturada na doçura, carnalidade misturada a espiritualidade,
dureza misturada com ternura.
Se os querubins,
serafins... em sua santidade se tapam e clamam: “Santo, santo, santo...” – de onde
tiramos “intimidade afetada?” – A santidade de Deus é pura e sem qualquer
mistura – “Só Ele é santo!” – Toda santidade, mesmo do céu... é derivada. “Deus
é luz e nele não há treva alguma” – 1 João 1.5 – Nele está toda luz sem nenhuma
escuridão, toda santidade sem qualquer vestígio de mal, toda sabedoria sem
nenhuma loucura... Ele é santo em todos os seus caminhos, em todas as suas
obras, em todos os seus preceitos e leis, em todas as suas promessas... santo
em todas as suas ameaças, santo em toda a sua ira, todo o seu ódio contra o
pecado expressão a perfeita santidade. Sua natureza é santa, seus atributos são
santos, suas ações são todas santas.
Ele é santo ao exercer
misericórdia ( não faz isso sem propiciação ) – portanto, Ele é santo ao poupar
e também santo ao punir eternamente. Ele é santo ao justificar alguns e santo
na condenação dos outros, pois “todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus!” – Ele é santo ao levar um povo ao céu e santo ao atirar multidões no
inferno.
Jacó ao perceber a
verdade sobre o ser de Deus disse: “Na
verdade o SENHOR
está neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar!” - Não
percebemos mais isso? Deus já estava lá, Jacó é que não tinha a percepção disso
– será essa a história de nossa “geração de adoradores?”
Deus é santo em todas as suas palavras, em todos os
seus atos, em tudo que Ele põe a mão, em
tudo que Ele decide em seu coração. Sua face de desaprovação e ira é santa, seu
sorriso é santo.
Quando Ele dá, suas
dádivas são santas. Quando Ele tira é sua santidade que está operando. “Eu não
sabia!” – disse Jacó – Podemos dizer o mesmo depois da perfeita revelação de
Deus em Cristo? Depois da clareza dessa revelação no Novo Testamento? Depois da
cruz mostrando que mesmo ao ver o pecado colocado sobre Seu Filho amado e
santo, ele teve que derramar sua ira sobre Ele?
"Santo, santo,
santo é o Senhor Todo-Poderoso!" Isaías 6:3 – Sua santidade está elem de
toda possibilidade de ser sondada por homens como nós, não há medição possível,
não há compreensão exaustiva, pois infinito é o mar da santidade que Deus é e
que está em Deus. Não podemos concebê-la em sua totalidade. Seria mais fácil
apagar o sol, ressuscitar os mortos, fazer um mundo, contar as galáxias,
esvaziar o mar com um balde, do que expressar a santidade perfeita e
transcendente de Deus.
Sua santidade é
simplesmente infinita – sendo assim não pode ser limitada, nem diminuída ou
aumentada. Só Ele é fonte de toda santidade e pureza. Toda santidade do céu,
dos anjos, dos redimidos... é apenas reflexo da Sua santidade infinita. Podemos
orar por uma igreja santa, por filhos santos... mas não podemos comunicar
santidade – Só Deus é o doador de santidade. Só Ele pode causá-la e só dele ela
pode fluir. Só Ele pode infundir santidade no homem.
Não devíamos nós que
somos descritos por Isaías assim: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas
as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha,
e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam” - Isaías 64:6 – Falar como
Jacó? “Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia.
E temeu,
e disse: Quão
terrível é este lugar!”
Deus é santo! E apenas
um Deus totalmente e perfeitamente santo pode iluminar nossa mente, mudar nossa
vontade, derreter e quebrantar nossos corações, criar novas afeições, purificar
nossas consciências e reformar completamente nossas vidas.
Como eu disse no
início, oramos contra o ruído de fundo da televisão, meditamos na Palavra
enquanto conversamos no Facebook... nosso senso de santidade divina é tão fraco
que estamos num lugar de culto enquanto nos alongamos e mascamos nosso
chiclete... - toda essa verdade sobre a santidade de Deus não é a ênfase do que
chamamos culto, ela foi esquecida ou não tem qualquer peso sobre nós. Temos
sido um espelho de nossa cultura que esqueceu Deus e não um espelho da glória
da santidade de Deus.
Está na hora de
acordarmos e como Jacó dizer: “Na verdade
o SENHOR está
neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar!”