Muitas vezes O Senhor
dos Anéis tem uma boa descrição do comportamento, sentimento e percepção da
essência de cada verdadeiro cristão vivendo num mundo caído e com a esperança
da glória futura inundando o coração.
Barbávore, um dos
personagens do Senhor dos Anéis, possui o que poderíamos chamar de
comportamento essencial “Tolkeano”, sobre o estado do mundo, mas ao mesmo tempo
uma alegria primordial que não pode ser apagada.
Em determinado momento
é dito: “Pippin podia ver um olhar triste em seus olhos (do Barbávore), triste,
mas não infeliz”.
O apóstolo Paulo
colocou desta forma:
"Como
contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como
nada tendo, e possuindo tudo.” - 2 Coríntios 6:10"
Este é um tema muito
importante em Tolkien. Os elfos são geralmente descritos como velhos (não
morrem) e jovens, tanto alegres quanto tristes. Uma expressão mais explícita é
a descrição de Gandalf: “. . . num primeiro olhar se via em suas faces linhas
de cuidado e tristeza, embora se alguém olhasse mais atentamente, perceberia
que havia uma grande alegria, uma fonte de alegria o suficiente para encher um
reino de riso se ela jorrasse”.
"Entristecidos,
mas sempre alegres." - No contexto mais imediato, estes membros da
igreja de Corinto deram muita tristeza para Paulo. Assim como fez a igreja na
Galácia. Ele chorou quando ele advertiu a igreja de Éfeso sobre aqueles que
distorcem o evangelho.
'Triste' Esta palavra é
encontrada 18 vezes nesta carta. Paulo foi certamente, como seu Mestre, um homem de dores. A visão da cidade
desafiante de Jerusalém fez Jesus chorar. A dor de Maria e Marta, na morte de
seu irmão Lázaro, encontrou lágrimas de simpatia correndo pelo rosto de Jesus.
George Whitefield disse
para suas congregações, "como eu não vou chorar por vocês quando vocês não choram por vocês mesmos?" Se você estivesse caminhando para casa e
passasse em frente a porta da casa de
Paulo, você ouviria através das cortinas os gemidos e soluços de um homem
profundamente triste, angustiado... No entanto, ele sempre foi alegre na
vontade de Deus, na majestade de seu Salvador, no desejo de em tudo conhecê-lo,
na boa notícia do perdão dos pecados, na
esperança da coroa prometida naquele grande dia, de ver o seu Senhor e estar com
Ele para sempre...: “entristecido, mas sempre alegres!”
Num contexto mais
amplo, tudo isso é muito útil para descrever o comportamento dos cristãos de
maneira geral, que se sentem num mundo caído, e sentem essa queda com uma
intensidade como mais ninguém no mundo pode sentir, pois eles sabem, e só eles
sabem, que tudo foi criado para a glória de Deus. E sabem também que nada feito
pelo homem caído na história vai reparar os danos fundamentais das coisas, sua
morte, sua degradação, sua escravidão... então, “tristes!”
Ainda assim os
cristãos também sabem e tem uma garantia infalível e inextinguível de que no
final tudo trará glória a Deus – através da demonstração de sua Graça e do seu
Julgamento. Então o caminhar diário é “triste, mas não infeliz” – Muitas vezes “aflitos,
mas não esmagados” – “chorando, mas cheios de alegria!!”
“Como
desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos; como
castigados, e não mortos; Como contristados, mas sempre alegres; como pobres,
mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo.”
- 2 Coríntios 6:9-10