“Ó Senhores! Nós
podemos pregar para as pedras ou para os homens e será a mesma coisa, a menos que
o Espírito Santo use a Palavra para regenerar suas almas”. – Charles H.
Spurgeon
A verdade tem bordas
duras que não podem ser suavizadas. Mas há uma grande tentação de suavizá-las
dependendo da força motivadora dentro de nós. Como medimos o sucesso? Que
padrão temos usado na proclamação do evangelho? Que tipo de ministério é eficaz?
Avaliamos economicamente? Contamos cabeças...?
É engraçado, mas muitas
pessoas em nossos dias que dizem crer na soberania de Deus sobre todas as
coisas, quando falam em sucesso, usam os mesmos meios de aferição do mundo. Muitos
quando falam de Charles H. Spurgeon, começam a mencionar cabeças... Mas isso
não é o fato relevante em Spurgeon, e sim o que Spurgeon ensinou. Multidão Charles Finney
também conseguiu. A. W. Pink não experimentou em vida nada do que Spurgeon
experimentou em sua vida ministerial, mas quão fiel a Verdade ele foi.
Onde está o ponto? Quando
você faz um balanço de sua vida você usa os critérios do Ibope? Todos nós somos
tentados a medir-nos comparando o que temos produzido com o que outros
produziram... nós investimos demais na
opinião dos corretores do poder em nossa sociedade, seja espiritual ou secular.
É impossível exagerar
os efeitos devastadores que estão inexoravelmente consumindo a vida da igreja
quando essa perspectiva é abraçada. A Verdade fatalmente é comprometida,
cortando os cantos duros do evangelho, suavizando bordas que irão afastar o
homem natural, a vontade de esconder a borda afiada da moralidade bíblica numa
sociedade amoral, o desejo de ser relevante para um mundo que acha Deus
irrelevante em suas reivindicações... Porque queremos um aumento de apoio, um
aumento de número, um aumento de doadores, um aumento...
Preste atenção nas
palavras de Paulo: “Porque para Deus
somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para
estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida
para vida...” - 2 Coríntios 2:15-16
Eis a norma bíblica
para o sucesso!! Um “cheiro!” – A verdade articulada aqui pelo apóstolo Paulo é um
poderoso remédio para a tentação de encontrar fórmulas que fatalmente irão
comprometer a Verdade por desejar definir que “cheiro” seremos na vida
das pessoas que ouvirem a verdade do evangelho.
Você deseja ser um
cheiro de Deus para o mundo? Seja fiel na proclamação da Verdade. Seja fiel em
todos os seus termos, pregue a loucura da cruz, não suavize a sua ofensa, proclame
as promessas do evangelho, declare as consequências eternas... Jamais pense em como mostrar o evangelho de
uma maneira que ele pareça mais favorável a depravação do coração natural do
homem. Eis o padrão de Paulo: "Acaso
busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a
homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de
Cristo. "Gálatas 1:10
Eis o ponto nevrálgico
de qualquer estratégia voltada para ser atraente ao homem natural, independente
da estratégia, a própria motivação de ser agradável ao homem já é um desvio -
só a intenção mostra um desvio do propósito - "... Se eu estivesse ainda agradando aos homens eu não seria servo
de Cristo" - Você não pode ser ambos.
Você
não pode agradar a homens e ser o escravo de Jesus Cristo.
Você não pode ser um soldado comprometido para agradar o seu comandante e ser
um prazer para o homem natural que está em inimizade para com Deus: "...a mentalidade da carne é inimiga de
Deus porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo." - Romanos 8:7 - Só há uma direção: "...como homens aprovados por Deus, a
ponto de nos ter sido confiado por ele o evangelho, não falamos para agradar a
pessoas, mas a Deus, que prova os nossos corações." - 1 Tessalonicenses
2:4
Só há duas respostas
possíveis ao verdadeiro evangelho de Cristo – nós não procuramos induzir essa
resposta. Quando a mensagem é dada a conhecer ao mundo, fatalmente haverá uma
resposta. A neutralidade é impossível, não existe tal coisa em relação a
Verdade de Deus. A indiferença ou apatia é um mito. Ignorar é negar a
verdade... O homem está entre os que
estão sendo salvos ou está entre os
que estão perecendo – a mesma Verdade tem dois cheiros distintos. A palavra
da cruz é “loucura” – absoluta loucura, ou é “o poder de Deus “ para a salvação
– “Porque a palavra da cruz é loucura
para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” - 1 Coríntios 1:18
A mensagem de Cristo
proclamada por Paulo ( e não o
mensageiro, ou a linguagem, ou o método...) é por si só responsável por
dividir os ouvintes dessa maneira.
Sempre que a Palavra de
Deus é proclamada uma fragrância é liberada. Para alguns é um aroma de vida, de
esperança, de perdão, de regeneração, de justificação... Essas coisas não são
manipuláveis – o mensageiro deve entregar o que recebeu para pregar. Esse aroma
de vida é incomparável – nada pode ser comparado ao cheiro de vida exalado pelo
Filho de Deus. O Espírito pela Palavra regenera o coração, desperta a vida,
ressuscita alguém que estava “morto em
delitos em pecados”... é maravilhoso!!!
- “E vos vivificou, estando vós
mortos em ofensas e pecados - Efésios”
2:1
Mas para outros, a
Verdade do evangelho é um sufocante
fedor venenoso. Cheiro de morte e não de vida. Charles Spurgeon nos lembra:
“O evangelho é pregado aos ouvidos de todos, mas ele só vem com poder para alguns. O poder que está no evangelho não está no mensageiro, sua eloquência, argumentos... caso contrário, os homens e seus métodos seriam conversores de almas. Também não está na técnica do pregador... caso contrário, consistiria na salvação pela sabedoria dos homens. Podemos pregar até nossas línguas apodrecerem, até o ar de nossos pulmões se esgotarem e morrermos, mas nunca uma alma será convertida a menos que haja o misterioso e soberano poder do Espírito Santo operando como quer naqueles que Ele quer operar. O Espírito Santo muda a vontade do homem. Ó Senhores! Nós podemos pregar para as pedras ou para os homens e será a mesma coisa, a menos que o Espírito Santo use a Palavra para regenerar suas almas”.
Mas veja, Paulo é uma
fragrância de Deus independente da resposta da mensagem! ““Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e
nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte.”
Quando Paulo pregou e
sofreu de cidade em cidade, apanhou, foi ridicularizado, difamado... e o nome
de Jesus foi blasfemado. Paulo estava
sendo uma fragrância de Deus (Um cheiro de morte). Quando no meio do sofrimento
ele proclamou fielmente o evangelho e a Verdade foi abraçada, homens
regenerados... ele foi uma fragrância de
Deus ( Um
cheiro de vida ).
Ao pregarmos a Verdade
sem aparar as arestas duras para o homem natural, sem esconder parte da
Verdade, sem tentar desenvolver técnicas para que o homem natural sinta um bom
cheiro de um evangelho corrompido segundo suas paixões... Somos uma fragrância
de Deus, mesmo quando a mensagem é completamente rejeitada.
A fragrância começa
imediatamente a ser corrompida no momento em que nosso padrão de sucesso é o
mesmo que o do Ibope. O que Paulo está dizendo é que mesmo se nossa “multidão” for pequena e insignificante
para o Ibope, o sucesso é medido pela fidelidade – não determinamos sobre cada
pessoa, ou “público alvo”, ou cultura... que tipo de fragrância seremos – “cheiro
de vida ou cheiro de morte” – Se nosso
esforços, nossa proclamação da verdade levarem a “vida” ou a “morte”, continuamos sendo o
aroma de Cristo para Deus – “Porque
para Deus somos o bom perfume de Cristo...” - 2 Coríntios 2:15. E somos o bom perfume de Cristo para Deus apenas
quando pregamos Jesus verdadeiramente e biblicamente. Não tentamos definir se
seremos “Cheiro de vida ou de morte”.
Isso é uma pílula muito
difícil de engolir se o propósito é o sucesso e não a glória de Deus. É difícil
de engolir se o nosso temor dos homens é maior que o nosso temor a Deus – se nós
desejamos o louvor e a aprovação dos homens em detrimento do que vem de Deus.
Quem acha duro demais tomar essa pílula, tenta negar, mas está servindo ao
Pragmatismo e não a Deus.
Devemos ser um cheiro bom para Deus em Cristo, mesmo
que ele seja um cheiro podre e de morte para o mundo que se perde, ou um cheiro
agradável de vida para os que são regenerados pelo Espírito Santo.