J. I. Packer diz: "Enquanto o principal
objetivo do verdadeiro Evangelho, o “velho evangelho” pregado pelo Puritanos, era ensinar os homens a adorar a Deus, a
preocupação da pregação hoje, parece limitada a tentar fazê-los se sentirem
melhor. O assunto do velho evangelho era Deus e Suas atitudes para com os
homens; o assunto do novo é o homem e a ajuda que Deus dá a ele. Há um mundo de
diferença. A completa perspectiva e ênfase da pregação do evangelho têm-se
mudado.
Esta mudança de
interesse deu origem a uma mudança de conteúdo, pois o novo evangelho tem, com
efeito, reformulado a mensagem bíblica nos supostos interesses de ser
"prestativa". Portanto, os temas da incapacidade do homem natural
para crer, da eleição gratuita de Deus como a principal causa da salvação, e de
Cristo morrer especificamente por Suas ovelhas, não são pregadas. Estas
doutrinas, seria dito, não são "prestativas"; elas levariam os
pecadores ao desespero, sugerindo-lhes que não está em seu próprio poder o
serem salvos através de Cristo. (A possibilidade de que tal desespero poderia
ser salutar não é considerada; é tomada como ponto pacífico que não pode ser,
porque é muito destrutiva para nossa auto-estima). Seja como for, o resultado
dessas omissões é que parte do evangelho bíblico está agora sendo pregada como
se fosse o todo desse evangelho; e uma meia-verdade disfarçando-se de verdade
completa torna-se uma inverdade completa.
Dessa forma, apelamos
aos homens como se todos eles tivessem a habilidade de receber Cristo a
qualquer momento; falamos de Sua obra redentora como se Ele não tivesse feito
nada mais, ao morrer, do que tornar possível que nos salvemos a nós mesmos
simplesmente por crermos; falamos do amor de Deus como se não fosse mais do que
uma prontidão geral para receber qualquer um que se volte e creia; e nós
descrevemos o Pai e o Filho, não como soberanamente ativos em atrair pecadores
a Si mesmos, mas como que esperando, impotentes, “à porta de nossos
corações" para que Os deixemos entrar. É inegável que pregamos assim;
talvez seja isso que nós realmente cremos. Mas é necessário dizer, com ênfase,
que este conjunto de meias-verdades torcidas é algo diferente do evangelho
bíblico. A Bíblia está contra nós quando pregamos dessa maneira; e o fato de
que tal pregação tem-se tornado quase uma prática padrão entre nós, mostra
apenas quão urgente é que revisemos este assunto. Recuperar o velho, autêntico
e bíblico evangelho, e fazer com que nossa pregação e prática estejam somente
de acordo com esse evangelho, é, talvez, nossa. necessidade mais premente. E é
neste ponto que o tratado de Owen sobre a redenção pode nos ajudar" – J. I.
Packer.






