"Todos estes morreram
na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e
abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra". Hebreus
11:13
Pela fé, Moisés, por
exemplo, tomou uma decisão crítica. A regeneração sempre leva o homem a isso.
Não é uma coisa periférica na vida, é abraçar algo tão diferente de toda
sociedade a nossa volta, que a única
declaração que explica os novos desejos, novas prioridades, novos valores, novas
motivações... é essa: Eu sou estrangeiro e peregrino neste mundo, não sou
daqui.
Essa declaração
transborda do homem regenerado. Porque ele se sente um estranho neste mundo
ímpio. Este mundo não é mais seu elemento, não é mais sua casa. Você é um
estranho. Um estranho para seu labor, um estranho para as suas máximas, um
estranho para suas modas camaleônicas, um estranho para seus princípios de vida,
um estranho para todos os seus motivos, um estranho para suas concupiscências,
um estranho para todas as suas inclinações. Tudo que move este mundo não é mais
seu ambiente nativo.
Todas essas coisas
juntas estavam no coração de Moisés que ele se recusou ser chamado de filho da
filha de faraó (Hb 11.24). O coração dele agora era um estranho no grande
Egito. Se a luta contra o mundo não flui de dentro, desse coração que agora é
um estranho neste mundo, a Graça não separou você ( pelo menos não ainda).
Moisés não estava saindo do Egito levando um coração arrasado por ter que
partir. No seu coração ele já havia partido. É isso que a graça faz ao separar
um homem.
A decisão de Moisés,
não foi algo irrefletido, emocional, passageiro... Ele olhou, a Bíblia diz,
para “os prazeres do pecado” – e não é que ele podia suportar ficar sem eles –
eles não eram seu mundo mais. Ele olhou “os prazeres do pecado”, e preferiu ser “maltratado com o povo de
Deus” (Hb 11.25).
Ele era um homem
jovem, ele era um príncipe. Lembre que ele não tomou essa decisão num vácuo
existencial. Algo aconteceu e toda visão de vida de Moisés foi alterada, foi
alterado completamente a avaliação dos prazeres e tesouros mundanos. O ponto
central que Hebreus 11.26 nos mostra é que Moisés teve “por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do
Egito...” Hebreus 11:26 – ou seja, o abuso, o sofrimento, e o estigma de
viver para Deus num mundo alienado de Deus, para ele era uma riqueza maior do
que os palácios do maior Império do mundo até então.
O que aconteceu com
Moisés? Quando a Graça separa você pelo poder soberanos de Deus, embora você
esteja no mundo, sabe que não é dele. Eu quero dizer claramente que se você
estiver em casa neste mundo, se as coisas do tempo e do sentido são ainda o teu
elemento, se você se sente um com as máximas do mundo, se teu cristianismo
tendo cristianizar estas coisas, se está em acordo com os princípios e
motivação do grande mundo estranho a Graça de Deus – A Graça não atingiu teu
coração e a fé descrita neste capítulo de Hebreus, a fé dos eleitos, ainda não
habita em teu seio.
O que aconteceu com
Moisés? Ele firmou um longo e honesto olhar sobre tudo que ser um príncipe do
Egito, neto do homem que era adorada como um deus, poderia lhe oferecer. Não
pense nele como um homem ingênuo, que tomou uma simples atitude passional... Ele
sabia exatamente o que estava a sua frente, ele sabia exatamente o que estava
deixando para trás. Nós só podemos palidamente imaginar o que ser neto de Faraó
envolvia. Riqueza além de nossos sonhos, ilimitadas oportunidades sexuais em
seus haréns, poder, influência, conforto, autoridade, fama, respeito,
veneração... A Bíblia chama dos “tesouros do Egito!” – Mas Moisés disse: Não!!
É isso que a Graça soberana faz! Ele escolheu a dor, o sacrifício, a censura
daquele reino... O apelo que o Egito exercia sobre todos, perdeu o poder sobre
Moisés. Grandes oportunidades de gratificação sexual, poder, dinheiro,
influência, fama... A Graça que separa leva um homem como Moisés olhar para
tudo isso e dizer: É brincadeira? Isso é tudo que o Egito tem para oferecer?
Perto do prazer que eu tenho em Cristo, isso que vocês tem não tem a menor
chance em meu coração! Quando a Graça separa um homem ele não tenta
cristianizar o “Egito”, não tenta cristianizar o mundo, ele o deixa.
O primeiro efeito da graça é separar! Foi assim no caso de
Abraão. Ele foi chamado pela graça para deixar a terra de seus pais. A Graça
separa e diz: “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não
toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis
para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso”. 2 Coríntios 6:17-18
Esse separação só é
possível porque a Graça a fez no coração do homem regenerado. Por isso Moisés
podia olhar o Egito com aquela nova perspectiva. Separação de coração,
separação de princípios, separação de afetos, separação de espírito... É o que
acontece com o toque da Graça operando a fé dos eleitos. Você é um estranho neste
mundo, e isso se tornará manifesto por sua vida.
O desejo ardente é:
Honrar nosso
Redentor,
Glorificar nosso Pai
Celestial, e
Gratificar a natureza
sagrada que o Espírito Santo por Graça tem transmitido a nós.
A lei de Deus que era
objeto de nosso medo e desprazer, agora é o nosso objeto de amor! – “Oh! quanto
amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia”. Salmos 119:97
Ele é uma nova
criação de Deus, e é exatamente o oposto da natureza carnal com a qual entra em
conflito,“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é
sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser”. Romanos 8.7 – O homem deve ser novamente criado, uma nova criação,
antes que ele possa deliciar-se com a lei de Deus.
Moisés simplesmente
fez com seu novo coração uma avaliação cuidadosa e espiritual do que o Egito
ofereceu contra o que tinha agora em Deus e chegou a conclusão de todos aqueles
que foram separados pela Graça: Isto é o melhor que o Egito pode fazer? Eu
tenho uma oferta muito, mas muito melhor do que isso. Só um completo estúpido
preferiria os prazeres do Egito em detrimento de sofrer com o povo de Deus
agora, e gozar Deus para sempre.
A Graça de fato o
separou!!
Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do
que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o
Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível. Hebreus 11:26-27
Sola Gratia! - Josemar Bessa