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    Somos a prostituta, não a princesa. Você entende a "insanidade" da Graça Soberana?



    As metáforas nos ajudam a ver coisas que de outra forma não seria possível ver. Por exemplo, pegue o pecado contra Deus. O que é pecado contra Deus? Bem, poderíamos dizer que o pecado contra Deus é simplesmente pecado contra Deus. É exatamente isso que é, pura e simplesmente.


    Ou, poderíamos dizer que o pecado contra Deus é quando uma mulher é casada com um marido, que é um homem bom, um marido que a ama e cuida dela, e, no entanto, essa mulher deixa seu marido, abandona seu amor e ela vai por querer vender seu corpo nas ruas. . . "Ela vende amor para outro homem" -  e ela faz isso não porque está desesperada, mas porque ela quer, porque gosta. Ela tem lábios esbranquiçados e um rosto pálido e roupas molhadas numa esquina...  porque prefere isso ao carinho e a segurança que ela recebe do  amoroso marido. E tão triste como tudo isso soa, ela faz tudo isso sem pena, mas se vangloriando. Ela realmente gosta de tudo isso. Devassidão ao máximo.


    Essa é outra maneira de descrever o pecado contra Deus. 


    E é assim que Oséias explica isso para nós, e, de fato, nos dramatiza o seu livro. E se vamos entender o que Deus nos diz aqui, temos que entender essa metáfora em sua crueza.


    Não podemos olhar tudo num artigo, mas queremos olhar algumas coisas importantes aqui.

    Podemos ver como Oséias descreve a grosseria do pecado no capítulo 2 de seu livro, mas me deixe primeiro levá-lo rapidamente até ali.


    No capítulo um, Deus diz a Oséias para se casar com uma prostituta e começar uma família com ela como símbolo do adultério espiritual de Israel para Deus. E assim, Oséias faz isso. Ele vai se casar com uma mulher chamada Gomer - [Um nome estranho]. Então, Oséias se casa com Gomer e eles têm três filhos e cada um de seus filhos recebe nomes especiais. O primeiro é Jezreel, o que significa "Deus semeará". A segunda ( uma filha ) é Lo-Ruama, que significa "sem misericórdia". E o terceiro é Lo-ami,  que significa "Não é meu povo". Então há Oséias e Gomer e seus três filhos pequenos correndo por aí: Deus semeará, Sem Misericórdia e Não é Meu Povo.


    Mas o principal símbolo que vemos neste livro, especialmente nos três primeiros capítulos, é que Gomer - como uma prostituta casada com Oséias - é o símbolo de Israel ( povo de Deus ) na sua idolatria. Gomer, a esposa de Oséias, é um drama da vida real de um coração que se afastou de Deus. E temos que entender a metáfora.


    Quando Oséias está falando sobre Gomer, a prostituta, é
    Deus falando sobre Israel ( povo de Deus ) na sua idolatria.
    O que é totalmente relevante para nós.

    E o que é dito aqui revela para nós a grosseria do pecado. Deus está expondo toda a infidelidade de Israel. Três palavras aqui resumem isso:

    barganha,
    bloqueio e
    frustração.



    Para ver a barganha, veja o versículo 5:

    "A mãe deles foi infiel, engravidou deles e está coberta de vergonha. Pois ela disse: ‘Irei atrás dos meus amantes, que me dão comida, água, lã, linho, azeite e bebida’. - Oséias 2:5


    Os amantes mencionados aqui, os homens com os quais Gomer tem dormido, são nações pagãs, e Israel tem formado diferentes alianças com eles. Israel vem fazendo acordos com essas nações em troca de coisas ( buscando “relevância” no mundo). Ela quer pão e água e lã e linho, e ela quer tanto que ela está abandonando Deus e está saindo, tarde da noite, para vender seu corpo por isso. Essa é a barganha que foi feita. Israel dá e Israel recebe. Isso é o que é uma barganha. Há uma troca. Para obter o que você quer, custa-lhe algo. E quando se trata do pecado, não podemos esquecer isso.


    Pecado/idolatria! - quando colocamos outras coisas diante de Deus  (aquilo que mais tememos ofender ou perder é o nosso deus)  sempre nos fará pagar alguma coisa . Custa-lhe algo. Então, a questão é, o quê? Que tipo de pechincha está na mesa diante de você? Quanto ele está pedindo que você pague?


    Veja, Gômer valorizou seu “ganho” na prostituição mais do que ela valorizava o amor de Oséias, e, portanto, ela estava disposta a pagar o que precisava ser pago - Enquanto você me der a isso, você pode fazer o que quiser com meu corpo. E em nosso pecado, quando nos separamos de Deus, algo assim, é o negócio que fazemos.


    E um dos grandes problemas aqui é que negócios como este sempre não parecem a princípio o que são. O pecado, a idolatria, as coisas que colocamos na frente de Deus, sempre nos pedem mais do que estamos dispostos a pagar realmente e víssemos o todo – nunca conseguiremos manter a barganha no fim. Você pagará mais do que pensou que concordou pagar, e o pecado não irá entregar o que disso que entregaria. Isso simplesmente não acontecerá. Talvez por um tempo as coisas possam parecer estar indo bem. Mas não vai durar. E Deus irá cuidar disso, o que nos faz chegar a  segunda palavra. 


    Há a barganha, agora olhe para o bloqueio.


    “Por isso bloquearei o caminho dela com espinheiros; eu a cercarei de tal modo que ela não poderá encontrar o seu caminho.” - Oséias 2:6.

    “Bloquearei seu caminho com espinhos” – Isso significa que Deus frustrará a idolatria de Israel.

    O pecado, você sabe, é muito acessível, mas não é fácil. Neste caso, Deus bloqueou as estradas do comércio que Israel viajava para fazer negócios com outras nações.


    É como, por exemplo, que Oséias soubesse que Gomer estava saindo da casa todas as noites para dirigir seu carro até o distrito da prostituição, então ele começasse a esconder suas chaves, ou cortasse os pneus. Ele indo até as ruas escuras onde ela ocupava a maior parte do negócio vendendo seu corpo e instalasse uma fileira de luzes de rua e uma loja de conveniência, e uma pizzaria... E então ele mudasse os nomes em todas as placas das ruas... Ele apenas faz o que quer que fosse necessário para tornar mais difícil para Gômer fazer o que faz. Deus fica no caminho. Na verdade, não das maneiras que eu disse – bloqueia todo o caminho com espinheiros.


    Isso na verdade, parece julgamento, juízo... mas na verdade não é. Não aqui ainda, não nesta parte da história. Veja, o julgamento de Deus por agora é mais como romanos 1 do que fogo e enxofre. Isso significa que o julgamento de Deus por hora é mais um entregar o homem ao seu pecado e não colocar nenhum impedimento... simplesmente deixar o homem chafurdar nele. É o que vemos a nossa volta. Isso é juízo.  Em Romanos 1 Paulo diz 3 vezes: “Deus os entregou!” Então, muito do julgamento de Deus agora é deixar o caminho livre para o  homem para expandir todas as possibilidades de pecado.


    Então, se Deus está deixando nosso pecado desagradável, se ele está bloqueando nosso caminho para a idolatria, devemos ver isso como uma gentileza, graça. Uma das maneiras que Ele faz esse bloqueio é através de uma consciência aguda e acusadora. E nós queremos isso. Queremos que ele construa esses bloqueios, paredes realmente altas em nossa consciência. Quando se trata das estradas que levam ao pecado e à idolatria – com levava Israel a comunhão com outras nações – queremos que Deus jogue o máximo possível de coisas no caminho. Queremos que ele deixe nosso pés descalços numa estrada cheia de espinhos. Queremos ver nessa estrada para o pecado a carcaça de corpos decompostos, pés sangrando por espinhos afiados, e cobras venenosas, leões, tigres, ursos... matilhas de lobos famintos... o que quer que seja para nos impedir de caminhar na estrada... e não estamos falando apenas na estrada para a pornografia... mas na do orgulho que nos faz problemáticos na igreja, impaciência com nossos filhos e cônjuge... quando estamos a ponto de comprometer a glória de Deus no trabalho... Queremos que Deus coloque blocos, e Ele faz isso se nos trata com Graça e não com o Juízo que nos entrega.


    Mas então há a frustração. Às vezes, acabamos por atravessar a estrada... Essa é a terceira coisa. Confira o verso 7.


    “Ela correrá atrás dos seus amantes, mas não os alcançará; procurará por eles, mas não os encontrará. Então ela dirá: ‘Voltarei para o meu marido como no início, pois eu estava bem melhor do que agora’.” - Oséias 2:7.
    Ah! O pecado!


    Os bloqueios nem sempre são suficientes. A palavra aqui para "correr atrás" é um verbo intensivo. O que significa que não significa apenas "buscar" - significa realmente perseguir. Então, no versículo 5, Israel "vai atrás de seus amantes". Aqui Israel está "perseguindo intensamente seus amantes".


    Isso significa que você está no caminho do pecado que está bloqueado por todo caminho com vidro e cobras e cães raivosos, e você simplesmente se afunda de qualquer maneira por esse caminho. Você simplesmente não se preocupa com o quão ruim é o bloqueio, você corre até lá pisando descalço sobre espinhos pontiagudos, e você está tão decidido a chegar ao pecado que você simplesmente dá de ombros e tenta caminhar por esse caminho sofrendo a dor... Mas quando você chegar ao final da estrada, o que você procura não está lá.


    Esta busca intensa é Gômer descobrindo que o pneu do carro está furado... e indo a pé... vendo todas as dificuldades para chegar até o lugar de sua prostituição, mas indo assim mesmo... ela está tão determinada em ter o que seus amantes supostamente podem dar... que com esforço ela chega na esquina onde vendo o seu corpo... e não aparece nenhum comprador.


    Ela faz uma pechincha, barateia mais ainda o valor da prostituição do seu corpo... tome o meu corpo. Apenas me dê o que eu quero.


    Essa é a grosseria do pecado como é descrita pelo Espírito de Deus nesse capítulo. Essa é uma compreensão geral do pecado - barganha, bloqueio e frustração. E isso sempre nos levará a um lugar pior do que o anterior.

    Até aqui tudo isso é apenas graça... mas esse caminho leva a outra coisa. Uma necessidade de julgamento.


    Apenas para ser bem claro. Israel está fazendo tudo isso, e não está bem... então, não é o suficiente. Para amplificar a grosseria do pecado e, como forma de seguir em direção ao juízo de Deus, observe o que o versículo 8 diz.


    “Ela não reconheceu que fui eu quem lhe deu o trigo, o vinho e o azeite, quem a cobriu de ouro e de prata, que eles usaram para Baal.” - Oséias 2:8


    Em outras palavras, todas as coisas que Israel estava buscando em sua prostituição com outras nações eram realmente coisas que só Deus poderia fornecer. Israel ( Gômer ) queria grãos e vinho, e ela vendeu seu corpo por isso, mas ela não sabia que o próprio Deus possui todo o grão? Ela não sabia que o próprio Deus é o grande enólogo? Pão e vinho! Satisfação e alegria! Ele possui todo grão e todo vinho.


    Deus mesmo é o doador de todos os bons presentes, e em algum lugar ao longo do caminho Israel pensou que eles vieram de Baal, que era um falso deus cananeu. Então, Israel toma os dons que Deus deu a Israel e Israel pensa que eles são presentes de Baal e então ela usa esses presentes para adorar Baal. Podemos ver isso ao longo do Antigo Testamento. E é uma daquelas terríveis experiências na Escritura quando nós, como leitores, sentimos a ironia dramática do que está ocorrendo. Lembre-se de como a ironia dramática funciona - é quando uma audiência entende algo que os personagens não do evento não estão entendendo. É quando podemos ver algo se desenrolando e sabemos que é ruim, mas aqueles que estão na história não conseguem. Ironia dramática.


    Por exemplo, sabemos no início da Bíblia que Deus despreza o sacrifício infantil. Ele diz a Israel, em Deuteronômio 18: 9, que nenhum deles deveria queimar seu filho ou filha como uma oferta. Isso é mal. Nunca faça isso. Mas então, chegamos a 2 Reis 16, e lemos sobre o rei de Judá, Acaz.


    “Acaz tinha vinte anos de idade quando começou a reinar e reinou dezesseis anos em Jerusalém. Ao contrário de Davi, seu predecessor, não fez o que o Senhor seu Deus aprova. Andou nos caminhos dos reis de Israel e chegou até a queimar o seu filho em sacrifício, imitando os costumes detestáveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas.” - 2 Reis 16:2,3


    Vemos com mais clareza do que Acaz, como é que tudo isso está fora de contato com a realidade. O falso deus Moloque ou Baal ou quem quer que seja, não dá filhos às pessoas. Mas Acaz, assim como Israel, tomaram seus filhos como presentes desses falsos deuses e os ofereceram a esses deuses falsos em sacrifício. Deus diz em Ezequiel 16,
    " ‘E você ainda pegou seus filhos e filhas, que você tinha gerado para mim, e os sacrificou como comida para os ídolos. A sua prostituição não foi suficiente? Você abateu os meus filhos e os sacrificou para os ídolos!” - Ezequiel 16:20,21

    Veja o que ele diz. Deus lhes havia dado os filho. Nós vemos. Nós sabemos isso. E, no entanto, Israel está tão longe, tão profundamente enganado, que ele acha que os filhos vieram de um deus falso, e assim as crianças são sacrificadas ao falso deus. Ele está matando seus filhos e ele acha que ele está fazendo o que é certo. Podemos imaginar o que é isso? Deus dá as crianças e, no entanto, toda uma sociedade de pessoas abate essas crianças ao deus de Baal, ou ao deus da liberdade de escolha, ou o deus da liberdade reprodutiva.

    [Obs: aqui está uma pergunta para nós. Vemos a ironia dramática na história de Israel porque estamos lendo isso. Mas e em nossas próprias histórias? Se alguém estivesse lendo tua história, o que eles podem ver que você não pode ver? Qual é a coisa irônica que eles veriam se desdobrando em sua vida que você não pode reconhecer? Que coisas Deus te deu mas você age como se não tivesse sido ele. E está usando isso não para glorificá-lo, mas sacrificando a deuses do mundo e cultura a tua volta?]

    Então, Deus deu a Israel todo o grão e vinho e ouro e prata - vemos isso - mas Israel pensa que veio de Baal. Oséias dá a Gômer tudo o que ela precisa. Ele a protege e cuida dela, a leva às compras e lhe dá todo tipo de coisas boas, e ela acha que tudo vem dos homens estranhos com quem dorme todas as noites. E não é apenas uma questão de dar crédito à pessoa errada, mas ela toma os presentes que Oséias lhe dá e ela os usa para impressionar homens estranhos, para encontrar mais amantes que ela possa vender seu corpo. É assim que Deus está descrevendo o teu pecado.

    E Deus diz: chega. Ele deve julgar isso. Ele deve vir e parar isso, e dificilmente precisamos de uma explicação por que Ele deve fazer isso. A realidade do pecado é tão clara aqui que dificilmente precisamos de uma explicação para o porquê Deus envia julgamento. Já vimos o que está acontecendo aqui. Nós vemos a prostituição que está acontecendo aqui. Israel fez um deus soberano e verdadeiro do universo um marido traído. Em um reverso completo, em vez de espalhar a verdade sobre a glória de Deus para as nações, Israel está espalhando mentiras sobre ele e o difamando. Israel está dizendo que o que ela recebe em casa não é bom o suficiente, que prefere a prostituição e variedade de amantes. Deus é grande e santo, justo e puro, é bom doador de todas as coisas boas. E as mentiras serão interrompidas.

    "Por isso levarei o meu trigo quando ele ficar maduro, e o meu vinho quando ficar pronto. Arrancarei dela minha lã e meu linho, que serviam para cobrir a sua nudez. - Oséias 2:9


    “Agora, pois, vou expor a sua lascívia e depravação diante dos olhos dos seus amantes; ninguém a livrará das minhas mãos.” - Oséias 2:10


    O que significa que Deus vai envergonhá-la. Ele vai tirar os presentes que ele lhe deu e ele vai expor sua moralidade corrompida e baixeza  a todos. Não haverá mais festas. Não mais lábios vermelhos e saias pequenas e apertadas. Toda a receita de prostituição que ela acumulou será queimada. E ninguém vai ajudá-la.


    Todos os homens estranhos, todos os outros amantes, eles vão desprezar ela. E rir dela. E não querer nada com ela. Isso é o que acontece quando a idolatria é julgada. O que tentamos adorar no lugar de Deus eventualmente nos devorará. Isso nos esmagará. Deus vai deixar isso fazer isso, e quando isso acontecer, nunca mais teremos sentido o poder da solidão como agora. Solidão que é o julgamento de Deus, quando tudo gira contra você e em você. É um abandono completo. Israel jogou de prostituta com Deus, e ele, sendo justo e verdadeiro e justo, trouxe o castigo. Ele é Deus. Ele é santo. Ele castiga o mal. É assim que é.


    E essa parte, sobre a necessidade do julgamento, é realmente a parte que faz mais sentido neste capítulo inteiro – é a que faz todo sentido – e concordamos interiormente com isso. Quem olharia Gômer de outra forma.  Eu não acho que nenhum de nós esteja olhando para Oséias 2, lendo este capítulo e, quando chegamos nessa parte do julgamento de Deus, pensamos: "Como ele poderia fazer isso!". Não! Nós vimos o Gomer fazer o que ela fez. Sabemos o que Israel tem feito. O julgamento aqui é o que faz sentido – condenação faz sentido, ira faz sentido, desprezo faz sentido, condenação faz sentido...


    “Acabarei com a sua alegria: suas festas anuais, suas luas novas, seus dias de sábado e todas as suas festas fixas. Arruinarei suas videiras e suas figueiras, que, segundo ela, foi pagamento recebido de seus amantes; farei delas um matagal, e os animais selvagens as devorarão. Eu a castigarei pelos dias em que ela queimou incenso aos baalins; ela se enfeitou com anéis e jóias, e foi atrás dos seus amantes, mas de mim, ela se esqueceu", declara o Senhor.” - Oséias 2:11-13


    O que não faz sentido é o que lemos sobre o versículo 14,15. Esta é a insanidade da misericórdia e graça.


    "Portanto, agora vou atraí-la; vou levá-la para o deserto e vou falar-lhe com carinho. Ali devolverei a ela as suas vinhas, e farei do vale de Acor uma porta de esperança.” ( O vale de Acor é uma metonímia para a maldição final. É o lugar onde a ira de Deus é derramada contra o pecado – em Josué 7. Onde Acã e sua família foram apedrejados até a morte. Mas agora, Deus faz do Vale da Ira uma porta de Esperança ).


    “Ali ela me responderá como nos dias de sua infância, como no dia em que saiu do Egito.” Oséias 2:15


    A última parte deste versículo se refere quando Deus primeiro salvou Israel da terra do Egito. Quando Israel foi livre pela primeira vez. É aquela pequena janela antes do bezerro de ouro, antes de cair no pecado e na idolatria. E o que Deus está dizendo aqui é que sua misericórdia é quase como começar tudo de novo. Isso significa que o perdão de Deus é o seu olhar para nós como se o nosso pecado nunca tivesse acontecido. É ele soberanamente que nos leva de volta ( Só merecíamos a Ira do vale de Acor – mas filhos da ira, no vale da ira... Deus soberanamente põe a porta da misericórdia e fala soberanamente ao nosso coração nos chamando eficazmente. Ele soberanamente nos leva de volta, voltando o tempo, antes do nosso pecado, e diz: Aqui está. Todo esse pecado, toda essa bagunça, desapareceu.


    E provavelmente, agora mesmo, muitos de vocês estão tendo dificuldade em acreditar nisso. Você quer começar imediatamente a qualificar o que acabei de dizer: mas ainda há consequências para o pecado. A graça não é barata. A misericórdia não é fútil.


    E sim, você está certo. Mas a misericórdia é sempre “insana”. Sempre. Penso que muitas vezes podemos perder a nossa maravilha diante da Graça soberana de Deus. A misericórdia perde sua maravilha. Isso talvez seja a coisa mais notável e terrível que acontece.


    Isso pelo menos é o caso em um nível cultural. Quando não temos categoria para a severidade do nosso pecado, a grosseria do nosso pecado e o que ele merece (Ira infinita) - e a santidade de Deus, o perdão é simplesmente um blá. Pense nisso: quem se importa se Deus perdoa o pecado se o pecado não é uma grande coisa, e Deus realmente é um Deus que por “amor” não se importa? Para muitos, porque pensam que todas as pessoas são inerentemente boas, e porque pensam que Deus é um grande urso de pelúcia no céu, o perdão não significa nada.


    Quando pensamos que não temos realmente um problema e que nada merecemos senão a fúria de Deus e que Ele não deve salvação ou misericórdia a ninguém, só justiça, ou que Deus realmente não se importa com o que fazemos, então o perdão é apenas outra música no rádio entre tantas. Quando relevamos e relativizamos a nossa condição espiritual ou perdemos a grandeza de Deus, o perdão é apenas uma ideia vazia que pode significar algo decente, mas não nos surpreende – por isso tanto tédio nos que dizem crer.


    Em outras palavras, se não compreendemos a grosseria do pecado e a necessidade do julgamento, nunca entenderemos a insanidade da misericórdia.


    Basta pensar em quão difícil é para nós estender misericórdia mínima aos outros. Mesmo dentro do casamento, pense em quão difícil pode ser às vezes, quando você se sente prejudicado, mesmo pelas mais ínfimas coisas, pense em como é difícil ser gracioso. Ou pense sobre esse colega de trabalho, ou aquele chefe, que acabou de estragar o caminho e a promoção desejada. Mesmo nestas pequenas coisas, sentimos o quanto é difícil mostrar misericórdia. Queremos selar nossa graça, punir uns aos outros, reter a restauração. E a razão pela qual é porque sabemos, mesmo nessas pequenas coisas, que o perdão e graça é estranho, justiça não é.  Há uma insanidade no perdão que faz parecer tão fora de lugar,  não é merecido.


    E esse é o ponto principal. NUNCA é merecido. O perdão é sempre a opção inesperada. Às vezes eu me pergunto se esquecemos disso. Deus nunca nos deveu perdão. Nós nunca merecemos sua misericórdia ( merecer misericórdia é uma contradição de termos) -  quem compreende a realidade nunca se espanta porque Deus odiou Esaú, se espanta e não entende como e porque ele amou Jacó - "Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão". Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus.” - Romanos 9:15,16


    O perdão é sempre a opção inesperada. E Ele tem que dar tanto o perdão como o arrependimento. Ele nos dá por causa dele mesmo, nas dá Soberanamente e a quem Ele quiser. É assim que ele coloca em Oséias 11: 8-9, 


    " Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Te poria como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se acendem. Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir a Efraim...”


    Você vê o que Deus diz aqui? A razão pela qual ele perdoa o pecado é porque ele é Deus.  Esse Deus Soberano: "Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão". Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus.” - Romanos 9:15,16


    Ele perdoa o pecado por motivos internos e soberanos: “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” - Efésios 1:11


    Ele não perdoa o pecado porque o pecado não é um grande coisa e não mereça ira infinita, e ele não perdoa o pecado porque o homem tem alguma coisa nele que o faça merecer boa vontade divina. É “conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”. Perdoar assim que só mereça fúria e ira, é “insano” – espantoso... assim é a graça soberana.


    E ele não pára por aí. Não só ele perdoa o pecado, ele nos resgata dos ídolos que nos destruiriam. Observe o versículo 17: “E da sua boca tirarei os nomes dos Baalins, e não mais se lembrará desses nomes.” – Não é só Justificação, é libertação do poder do pecado... é o poder abundante da Graça dando nova natureza. Que dá um coração para amá-lo, desejá-lo, obedecê-lo... não por causa da Lei ( que nada pode dar senão condenação, maldição...), mas da união com Cristo que produz fruto:  “Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus.” Romanos 7:4. É um amor que constrange... nos faz viver para ele...  e não para si mesmos: “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” - 2 Coríntios 5:14,15. E isso não tem nada a ver com a Lei... os trovões do Sinai... mas com o Calvário.


    Então os versículos 19-20 dizem,


    “E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor.” - Oséias 2:19,20


    Este é um casamento. É uma aliança. Deus resgata Gômer (Israel) e ele faz uma nova aliança com ela. É como se ele a devolvesse à inocência... De fato, no versículo 18, quando ele menciona a aliança com os animais do campo e os pássaros dos céus, isto é uma reminiscência do Jardim do Éden. Então, é como que Deus ao nos trazer de volta -  ser como antes que Adão e Eva pecassem, e Ele se casa. Ele faz uma nova aliança. E nessa aliança, Ele garante sua fidelidade – garante a fidelidade dos eleitos. Sua promessa para ela não é apenas que ele será fiel a ela, mas ele promete que ela será fiel a ele. Novamente, isso parece apenas insano.


    “E a terra atenderá ao trigo, e ao mosto, e ao azeite, e estes atenderão a Jizreel. E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!” - Oséias 2:22,23

    Ele fará isso, e ele diz, ao pequeno Jezreel,  Deus semeará, eu vou plantá-lo.
    A pequena “sem misericórdia” - Lo-Ruama – Deus mostrará misericórdia.
    Ao pequeno “não é meu povo” - Lo-ami – será meu povo.
    E Gômer é agora a noiva fiel de Oséas.
    Deus faz tudo isso soberanamente.


    É o que o capítulo dois diz. Ou podemos contar de uma outra maneira o capítulo 3.

    É início da madrugada. Oséias sai pela porta da frente, e é inverno agora, então está frio lá fora. Então Oséias coloca seu casaco, mantém a cabeça baixa porque está chovendo, e ele calmamente caminha até a porta de seu carro e abre. Quando ele senta dentro, ele liga o carro, desliga o rádio e começa a dirigir no silêncio da noite até a zona de prostituição da cidade decadente. Ele vem para a última rua sombria, estaciona o carro e sai. Ele caminha uma quadra ou duas na chuva até que ele a veja. Gomer está sentado contra um prédio, lábios brancos e um rosto pálido e roupas rasgadas e molhadas. E ela se aconchegou entre duas outras garotas, enquanto compartilhavam um cigarro. Ela tem manchas de rímel escorrendo pelos seus olhos. Sua última camada de batom se apegou no cigarro, ela continua passando ele de um lado para o outro. E as meninas não estão falando, estão sentadas lá, tentando ficar quente. E Oséias se aproxima dela e ele diz para ela, Querida, sou eu. Estou aqui para levá-lo para casa. E ele estica a mão com uma pilha de dinheiro e diz, eu estou te levando para esta noite e eu estou levando você para sempre. Então ele se abaixa, ele segura a mão e ele a ajuda, e ele envolve o outro braço ao redor dela, e quando eles começam a caminhar até seu carro ele diz, eu sou seu marido e você é minha esposa e você ' não vai fazer mais isso. Não vou deixar você fazer isso. Você vem comigo. Eu vou cuidar de você porque eu amo você. E eles se tornam de fato marido e mulher, e eles viveram felizes para sempre.


    E tão insano quanto isso, Oséias, você sabe, está apenas apontando para outro marido. Veja, anos depois que Oséias vai e paga por sua esposa prostituta, havia outro marido - o verdadeiro e melhor marido. E este marido também foi para os arredores da cidade, e esse marido também pagou por sua esposa.


    Mas ele não pagou com uma pilha de dinheiro, ou com prata e cevada, como Oséias. Ele pagou sua noiva com sua própria vida. Este marido amou tanto sua esposa ( Que o Pai deu a Ele ) que se entregou por ela, morrendo em seu lugar, absorvendo o castigo e ira infinita que ela mereceu como prostituta. E o sangue que ele derramou por ela é o que ele chamou de sangue da nova aliança.


    E quando chegamos à mesa do Senhor, e tomamos o pão e o cálice, é isso que lembramos. Quando tomamos o cálice e bebemos, ouvimos o Cristo ressuscitado dizendo-nos: eu sou seu marido e você é minha esposa, e você não vai fazer isso mais. Você vem comigo. Eu vou cuidar de você porque eu te amo. Te darei uma coração para me amar e se deleitar em mim: “Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.” Ezequiel 11:19.

    Por causa da sua misericórdia e graça soberana, é isso que Jesus diz à sua igreja: “Eu oro por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste.” - João 17:9