O título deste diálogo de Platão faz referência a Górgias, sofista grego (487-380 A.C.), mestre de Tucídides, e que é aliás um dos intervenientes. Nesta obra, a doutrina de Sócrates sobre a retórica é confrontada com a dos sofistas. Górgias é uma obra plena de atualidade. A problemática que equaciona e resolve é a que mais fundamentalmente preocupa os homens dos nossos dias. A questão da “retórica”, tema central do diálogo, é, na realidade, um complexo de questões: princípios de atuação dos homens de Estado, natureza e função da propaganda política, crise dos valores tradicionais, ideal de realização humana. “Retórica” para os Gregos dos tempos de Platão era muito mais do que o uso imoderado da palavra para fins de aliciamento, extravagância ou auto-afirmação. Era uma atividade que se pode classificar de “política” no mais amplo sentido, porque abrangia a preparação técnica, cultural e humana daqueles cidadãos que quisessem dedicar-se à causa pública.
Esta obra nos fala, inicialmente, do papel da Retórica, qual a sua função e como esta deve ser usada, contrapondo o seu uso habitual - o dos sofistas (representados por Górgias, Polo e Cálicles) - com uma nova visão - a do filósofo Sócrates - que conclui que esta é não só inútil, mas mesmo imoral.
Iniciando um debate com Górgias, Sócrates induz o seu oponente em contradição, levando-o a dizer que a Retórica, a arte dos discursos políticos que tem como objeto a justiça, pode ser usada de forma errada e, ao mesmo tempo, que todos aqueles que a aprendem são incapazes de cometer qualquer ato injusto. (Para continuar, clique AQUI)
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