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    Poética - A musa Domesticada


    A Musa Domesticada

    Podemos definir provisoriamente a Poética como designativa, ao mesmo tempo, da arte e da ciência da poesia. É também um domínio simultaneamente público e secreto, onde é conveniente avançarmos com cuidado. Não seria melhor deixar a Poética aberta a todos os ventos do espírito, ver nela, simples e generosamente, a soma nunca total de todos os discursos passados, presentes e futuros, que tenham por objeto a poesia, entidade indefinível e libertária, em perpétuo vir-a-ser? A Poética se transformaria no Grande Livro de Ouro da poesia, já cheia de uma grande quantidade poliglota de tratados, aforismos, intuições fulgurantes ou ridículas, de fioretti às braçadas, de códigos pedantes ou místicos, de manifestos calorosos ou provocantes, fraternais ou incompreensíveis, rica ainda de uma infinidade de páginas virgens e onde os poetas e seus comentaristas não cessarão jamais de teorizar.

    Mas o estado de liberdade, de disponibilidade quase vertiginosa em que se encontra a poesia, não nos deve fazer esquecer que ela era regida, outrora, por leis e legisladores, métodos e programas. Ainda hoje, a poesia não se contenta apenas em existir. É preciso que viva segundo a sua natureza, sua essência; ela não se identifica com qualquer coisa. Não se pode nunca postular que a Poética cobre apenas as glosas suscitadas pela atividade dos poetas. Na realidade, ela tem sua história, suas funções próprias, adquiriu uma certa autonomia conceitual e pragmática, e não existe apenas como um acessório à margem da poesia, como um guia, um modo de usar, uma Intendência. O próprio vocábulo ...

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    Este artigo está no tópico – Textos, Artigos e Crônicas

    O próximo artigo desta série é DE ARISTÓTELES AOS MANIFESTOS LITERÁRIOS


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