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    Idéias quase Cristãs são Falsas - John MacArthur




    O que acontecia nos dias de Judas está acontecendo hoje. A estratégia do inimigo na guerra pela verdade não mudou. Por isso, a admoestação de Judas aplica-se a nós, assim como se aplicava aos leitores originais da epístola. Os falsos mestres continuam a agredir a igreja com idéias quase cristãs. Além disso, os hereges continuam a surgir de dentro da própria igreja e a exigir reconhecimento e tolerância da parte dos cristãos, enquanto se esforçam muito para subverter os próprios alicerces da fé verdadeira. Estão até repetindo todas as mesmas mentiras.

    É necessário que seus ensinos sejam confrontados e claramente refutados com a clara verdade da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo disse algo semelhante, mas em linguagem mais enfática: "É preciso fazê-los calar" (Tito 1.11).

    Ora, conforme já ressaltamos, nem Paulo nem qualquer outro escritor do Novo Testamento sanciona a violência, a força física ou as armas carnais na guerra pela verdade. Pelo contrário, essas são condenadas, energicamente e reiteradas vezes (Mateus 26.52; 2 Coríntios 10.3-4). Tito 1.11 não é, de modo algum, uma exceção a esse princípio. Paulo não está sugerindo que os hereges devem ser calados mediante a força física. Ele deixou bastante claro o modo como Tito devia silenciar os "insubordinados, palradores frívolos e enganadores" (v. 10). Tito precisava confrontar e refutar por completo as mentiras deles, mediante a proclamação clara da verdade. Nisto também existe um aspecto negativo: "Repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé" (v. 13). Existe, também, um dever positivo: "Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina" (2.1).

    Embora o contexto deixe claro que Paulo não estava propondo o uso de nenhum tipo de violência, sua declaração a respeito de fazer calar os falsos mestres possui um tom de autoridade e uma firme certeza que a fazem parecer menos do que politicamente correta aos pós-modernos. Não é uma mensagem que se adapta bem à nossa época.

    Mas, por outro lado, as Escrituras sempre têm sido contrárias a cultura do mundo. Precisamos deixar que as Escrituras repreendam e corrijam o espírito de nossa época, e nunca vice-versa. Infelizmente, a igreja visível hoje está repleta de pessoas que resolveram que o discernimento bíblico, os limites doutrinários e a autoridade da verdade divinamente revelada são relíquias inúteis de uma era ultrapassada. Estão cansados de batalhar pela verdade e, com efeito, já cessaram, unilateralmente, a resistência. Conforme notamos desde o início, os cristãos de nossos dias parecem mais preocupados a respeito dos que crêem que ainda vale a pena lutar na guerra pela verdade do que a respeito dos perigos da falsa doutrina. A queixa deles se tornou um refrão familiar: "Por que você não pega mais leve? Por que não diminui a campanha para refutar as doutrinas com as quais você não concorda? Por que você critica constantemente aquilo que os outros cristãos estão ensinando? Afinal de contas, todos cremos no mesmo Jesus".

    Mas as Escrituras nos advertem, com clareza e reiteradas vezes, que nem todos aqueles que declaram crer em Jesus realmente crêem. O próprio Jesus disse que muitos alegariam conhecê-Lo, sem realmente conhecê-Lo (Mateus 7.22-23). Satanás e seus ministros sempre se disfarçaram de ministros de justiça (2 Coríntios 11.15). Não ignoramos as artimanhas ardis de Satanás (2 Coríntios 2.11). Afinal, essa tem sido estratégia dele, desde o inicio.

    Portanto, é o cúmulo da tolice (e da desobediência) quando os cristãos desta geração resolvem, de repente, que, em nome do "amor", devemos deixar de lado toda idéia aberrante a respeito do evangelho e abraçar, incondicionalmente, todo aquele que alega ser cristão. Fazer isso é o mesmo que entregar ao inimigo toda a batalha pela verdade.

    Devemos continuar lutando.