O ser humano adora
clichês – e falar em relacionamento com Cristo e em não ter religião é um dos
que mais encontrou eco na nossa geração. Mas esse é um clichê vazio de
significado. Na verdade é uma tolice que virou mantra.
A igreja, pastor,
cristão... que oferece aos homens “um relacionamento com Cristo” – estão
atrasados e fora da realidade.
A palavra religião se
tornou completamente pejorativa na boca de muitos pregadores de hoje, e como se
era óbvio de esperar, se espalhou pelos bancos das igrejas, e redes sociais... Pregadores, bem
intencionados ou não – sei lá – se dispuseram a fazer um trabalho duro e muito
longo para retratar religião como uma roupa negra de regulamentos e regras...
então Cristo é apresentado como uma alternativa completamente nova a tudo o que
a vilania da religião representa. Então um clichê quase virou um versículo
bíblico: “Cristianismo não é religião, é relacionamento!”
Toda a ideia é um tanto
superficial. Você não tem que fazer rituais estranhos, raspar a cabeça, se
vestir estranho, usar gravata... para ser “religioso” – Um grupo de pessoas –
não importa como eles sejam, abraçando um determinado conjunto de crenças
qualifica-se como religião. Na verdade, todas as pessoas são religiosas de
alguma maneira.
Ateus, por exemplo, são
muito mais religiosos do que supostamente “racionais – em sua fé obstinada de
incredulidade em algo, quando abraçam a fé em outras determinadas coisas e
pressupostos – insistindo no nada racional – “o nada criou tudo!”
Não se engane, você é
religioso quando repete a crença de um grupo que inventou um clichê, e que repete junto que não é religioso, mas que
tem um relacionamento... Você é
religioso, mesmo quando nega enfaticamente que é religioso. Na verdade, Paulo
diz em Romanos 1 que todos os homens estão adorando e cultuando algo...
A questão primordial na
verdade, é se a religião – não importa se agora você odeia o nome – que você
abraça é verdadeira ou falsa. Se ela glorifica a Deus ou o ofende. Se lhe dá
glória ou “rouba” sua glória.
A Bíblia lança luz
sobre isso o tempo todo – definindo uma religião pura que reflete o correto
relacionamento com Deus. A Bíblia não se furta em dizer: “A religião pura e
imaculada é esta...”
O Cristianismo bíblico,
ou a religião divina, é uma questão de tendo sido regenerado e levado a Cristo
pelo Espírito, ser levado a uma vida de santa obediência à Palavra de Deus –
que é refletida em um enfrentamento com honestidade do que nós somos –
moralmente falidos e dependentes da Graça soberana, que chama, regenera, dá o arrependimento,
santifica... nosso interesse pela igreja de Cristo e pelo próximo e uma posição
espiritual e moral intransigente em relação ao mundo e sua cultura que
religiosamente adora a tantos deuses quanto é possível o homem criar.
A religião pura – que
Tiago descreve, por exemplo – é o transbordar de um coração humano regenerado e
por isso, em correta relação com o Deus único e Verdadeiro, Pai, Filho e
Espírito Santo. Portando, sendo levado pelo amor que esse novo coração tem pela
Nova Aliança, a obediência alegre e cheia de deleite à Sua Palavra.
A ideia de que o
cristianismo não é religião, mais um relacionamento – essa frase – não faz
nenhum sentido. É vazia.
A religião que um homem
pratica ( e todo homem pratica ) depende, e é um reflexo do nosso relacionamento
com o Deus verdadeiro. ( E todo homem tem um ).
Como dissemos no
início, a igreja, pastor, cristão... que oferece aos homens “um relacionamento
com Cristo” – estão atrasados demais e fora da realidade.
O ponto claro e
evidente que parece que os repetidores de clichês evangélicos perderam, é que
todos os homens estão num relacionamento com Deus, com Jesus... A questão
apenas é se é um relacionamento bom ou ruim... todas as criaturas estão num
relacionamento com Deus para o bem ou para o mal.
No que diz respeito aos
homens, a Bíblia define o relacionamento do homem com Deus em duas categorias.
Aqueles que são seu
inimigos.
Aqueles que eram
inimigos e foram reconciliados por Graça Soberana.
Alguém me perguntou:
"Como alguém pode ter um relacionamento com alguém que não conhecem?"
- Paulo responde: "Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se
manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a
criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem,
e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem
inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus,
nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração
insensato se obscureceu." - Romanos 1:19-21 - ( Deus! Pai, Filho e
Espírito Santo! )
A Regeneração, Chamado
Eficaz, arrependimento e conversão... é a transição entre estar num
relacionamento com Ele ou no outro.
“Porque se nós, sendo
inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais,
tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto,
mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora
alcançamos a reconciliação.” - Romanos 5:10,11
Você vê – antes de
sermos Chamados, não estávamos sem um “relacionamento” com Deus... vivendo uma
vida neutra... estávamos nos relacionando com Ele... como inimigos. E sendo
religiosos, como todo ser humano, de forma errada – expressando nossa inimizade
e desprezo a Ele.
Em Adão todos nascemos
rebeldes contra Deus – nos relacionamos com Ele como Caim se relacionava... e
todos os homens que já nasceram. Essa relação pessoal era tal, que estávamos
debaixo da Ira infinita de Deus. Cada coisa que você fazia em toda a sua vida
fora de Cristo se relacionava a Deus e era feita num relacionamento de
inimizade contra Ele. Toda a obra de salvação cai num vazio, quando a reduzimos
a um convite simplesmente a um “relacionamento”.
O problema humano
JAMAIS FOI UMA FALTA DE RELACIONAMENTO COM DEUS! O problema era um
relacionamento hostil – de nossa parte, e da parte dele em relação a nós. É
isso que torna a Graça Soberana tão surpreendente: “Entre os quais todos nós
também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e
dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.” -
Efésios 2:3
Então o problema era o
tipo de relacionamento pessoal que tínhamos com Ele – inimigos e hostis! – E
esse é o estado ainda de todo homem que está fora de Cristo – debaixo da Ira
infinita, neste relacionamento inevitável com Deus.
É por isso que a
pregação não é descrita com formar um relacionamento, mas como uma mudança de
relacionamento. Nosso ministério não é o ministério de relacionamento – pois
relacionamento já existe – nosso ministério é “o ministério da reconciliação” (
2 Co 5.18 ) – Através da expiação e propiciação o status do relacionamento pode
ser mudado.
Se você falar que o
cristianismo não é uma religião, mas um relacionamento, você criou uma
dicotomia totalmente falsa e enganadora. Porque o que você está oferecendo é a
escolha entre religião ou um relacionamento. Mas a divisão que existe, é entre
falsa e verdadeira religião, e um relacionamento reconciliado pela expiação e
propiciação e um relacionamento de inimigos debaixo da Ira.
Quando o homem é
reconciliado pela obra soberana de Cristo, então a religião pura e imaculada
começa.
Essa é a tragédia em
andarmos por clichês, eles obscurecem a verdade. Para diferenciar coisas,
precisamos de profundas raízes bíblicas e perspicaz discernimento da Palavra.
Clichês são “boas ideias” ( assim achamos quando os inventamos ) – que soa tão
bem exatamente por seu distanciamento da verdade – a mente natural logo os
começa a reproduzir – enquanto que normalmente acha difícil e não gosta das
profundas definições bíblicas.
Os clichês se tornam
populares da mesma forma que as falsas promessas de políticos, falsos
pregadores, falsos profetas... não são verdade, mas nós já queríamos acreditar
naquilo... então acreditamos quando alguém diz o que queríamos que fosse dito.
Precisamos pensar tão somente
e claramente em termos bíblicos – Sem novos insights, clichês ou frases de
efeito. A Palavra basta. Sola Scriptura!!






