Muitas pessoas pregando
a “graça”, "santidade"... conseguem prescrever uma vida ainda mais ansiosa, ocupada,
frenética... insistindo em mover as pessoas ainda para além da culpa e da
vergonha desnecessária que foram eliminadas para sempre pela obra terminada de
Cristo na cruz.
Desligue pregadores assim. Aperte Stop.
Eu vejo muitos de nós
esmagados sob o peso de todo o trabalho religioso que pensamos que devemos
fazer... mudar a igreja na terra, mudar o mundo... preparar o futuro... impactar
o presente...
E alguns moralistas
religiosos não podem deixar de nos dizer o que devemos estar fazendo, e fazendo,
e fazendo, e fazendo...
Mas quando paramos para
examinar a vida real dos cristãos, por exemplo, na Igreja primitiva, pouco se
diz sobre o que os cristãos ordinários realmente fizeram... além, é claro, de
glorificarem a Deus em tudo que faziam. Claro, os apóstolos aparecem ativos e
envolvidos em viagens missionárias e tudo que envolvia a gestão de uma igreja
nascente... mas na maioria da vezes... o João, a Maria, o Mário, o Francisco, a
Suzane... apenas realizavam suas tarefas diárias como filhos de Deus. Como o
próprio Jesus fez por 30 anos como Carpinteiro.
Diário! Essa é a chave.
Jesus mostrou aos seus
discípulos que orassem assim:
'Pai nosso que estás
nos céus,
santificado seja o teu
nome,
venha a nós o teu Reino,
seja feita a tua
vontade,
assim na terra como no
céu.
O pão nosso de cada dia
nos daí hoje,
e perdoa-nos as nossas
dívidas,
assim como também
perdoamos aos nossos devedores;
E não nos deixeis cair
em tentação,
Mas livra-nos do
maligno.
Pois teu é o Reino, o
Poder e a Glória para sempre. Amém!
( Mateus 6 )
Pra quando era o Pão?
Hoje.
Mais tarde, nesse mesmo
capítulo, Jesus acrescenta isso no versículo 34:
"Portanto, não se
preocupe com o amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada
dia o seu mal.
Qual é o foco? Hoje.
Ele também disse isso
em Lucas 9:23:
"Se alguém quiser
vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz diariamente e siga-Me".
A cruz somente de
quando? De hoje. Diariamente.
Quanto mais estudo as
Escrituras e vivo nesta vida, mais me impressiona a verdade de que o que Deus
nos pede é viver hoje. Viver a vida comum para sua glória. Deixa amanhã para
amanhã. Eu não vou mudar o presente, que dirá o futuro. Eu não vou mudar o mundo, eu não vou mudar a cidade, eu não
vou mudar o país... mas se viver a vida comum diariamente para a glória de
Deus, Deus pode fazer grandes mudanças... foi o que acabou acontecendo nos dias
da Igreja primitiva. Ou a 500 anos atrás, quando Deus decidiu ser o momento de
uma Reforma! Por que não antes se tantos cristãos se mantiveram fiéis a
Verdade? Eu não sei.
O imediatismo da vida
cristã é uma atenção a este momento, a este presente, a esta pessoa diante de
nós, a esta situação agora, e a esses recursos que temos em mãos. Ao forçar os
cristãos a viverem no momento presente, de maneira comum para a glória de Deus.
Deus torna-se mais real, e nossa dependência menos do que temos feito, armazenado...
e mais sobre o que Ele pode fazer através de nós, apesar de nossa falta de “preparação”
perfeita e sermos pessoas comuns.
Isso não quer dizer que
os cristãos nunca devem se preparar. Só que a nossa preparação está enraizada
no agora, na colocação diária de um pé na frente de outro baseado no que Deus
está nos levando neste momento, mesmo se não pudermos ver a desinformação. Essa
é a essência de caminhar pela fé, não pela visão.
O que sempre podemos
fazer no momento:
Orar.
Amar os outros.
Ter uma boa palavra na
pronta.
Usar nossos dons
espirituais.
Usar nossos dons
naturais.
Comum com o Senhor.
Ser fiel no cotidiano
de uma pessoa comum.
Você e eu podemos
sempre fazer essas coisas. E devemos sempre estar prontos para fazê-los.
Mas, além disso,
podemos dizer pouco sobre onde iremos e o que faremos. E como o mundo mudará, a
igreja, a terra... e como o futuro será se nós fizermos isso ou aquilo... de
maneira que acabamos por sentir o peso do mundo, da igreja e da história em
nossas costas.
De muitas maneiras, o
que aprendi de Deus é que Ele não espera mais de mim do que o uso comum dos dons
naturais e espirituais com que Ele me deu, usado em conjunto com os recursos
atualmente dados mim, para os propósitos que Ele colocou Diante de mim neste
momento, nesta vida comum que ele me deu. Visto assim, a vida do cristão ganha
um simples “imediatismo” que nos mantém
enraizados no presente e no agora onde Deus nos e no que ele colocou dentro de nós.
Muito do peso de fazer grandes coisas para o Reino no mundo, na igreja... cai
no caminho à luz da imediação do que está diante de mim neste segundo, neste
momento... então vivo em paz para a glória de Deus.
O caixa do supermercado
parece atormentado? Podemos falar com alegria
e calma para sua vida neste momento presente?
A mulher idosa que não
pode colocar o saco de comida de gato em seu carro - podemos fazer isso por
ela?
A jovem que está
chorando - podemos ouvir a história dela?
A porta aberta no carro
daquela pessoa ali - podemos fechá-la?
O representante de
atendimento ao cliente que lida com pessoas irritadas o dia todo - podemos ser
o único refúgio de paz em seu dia?
Os argumentadores
zangados - podemos ser o mediador de sua batalha?
Nós podemos?
E as nossas próprias
famílias? De que forma estamos servindo-os no presente? Nas pequenas coisas. De
que maneira estamos fazendo nosso trabalho bem como uma ajuda para eles? Ou
atendendo às suas necessidades no agora, no momento?
Acho que muitos de nós
cristãos são tão voltados para fazer coisas grandiosas para Deus que todas as
pequenas coisas na nossa frente vão sendo
ignoradas e esquecidas. E, no entanto, isso, às vezes, é a única coisa que podíamos
realmente fazer.
Em meio a tudo isso “fazer”
é graça. Deus é cheio de graça para nós, seu povo quebrado, falho, sem noção
clara de tudo. Ele está sempre nos dando oportunidades, e às vezes conseguimos
fazê-las bem, e outras vezes nós erramos. Ele nos ama, no entanto.
Cristão, creio que o
que Deus nos pede é simplesmente viver aqui e agora de maneira comum para sua
glória. O próprio problema do dia é suficiente para o dia. Faça o que puder no
momento com o que lhe foi dado, e não adivinhe ou lamente as oportunidades
perdidas ou como você mudaria o mundo, a igreja... Você é pó. Esse pó poder
fazer qualquer coisa é milagre em si mesmo. Somos servos e miseráveis salvos,
não Salvadores.
Descanse em Deus.
Coloque todos os seus problemas de hoje sobre Ele. Faça o que puder para a
glória de Deus ( não use isso para fazer menos que puder), quando puder, com o
que tiver, e deixe o resto para Deus. Conheça a graça. Fique em paz.
Desligue os pregadores
que falam de Graça... pregam sobre “santidade”, mas que no fim você se vê mais
cansado e sobrecarregado do que nunca em sua vida e te faz confundir santidade
com moralismo e ativismo...
Ativismo! Muitos dizem:
faça mais, faça mais... mas esse “mais” nunca será o suficiente. Como servo de
Deus você deve lembrar a cada manhã que o que as pessoas mais precisam de você
é a sua santidade pessoal.
Durante os primeiros 30
anos da vida de Jesus ele ficou quieto. Ele era um carpinteiro desconhecido que
não estava fazendo "grandes" coisas para Deus. Ele trabalhou ao lado
de seu pai usando as mãos para trabalhar a madeira, fazer a barba, consertou
telhados, fez janelas...
Ele calmamente estudou
as escrituras e cresceu em estatura com Deus e diante dos homens. Ele não tinha
um ministério público. Ele não escreveu nenhum livro, não fez nenhuma
"turnê" de conferências, não adotou um órfão, não doou 80% de sua
renda, ou fez viagens missionárias... Ele amava o Senhor com todo o seu
coração, honrou seu pai e sua mãe e ficou calado sobre seu propósito no mundo.
Jesus estava
desperdiçando sua vida? Absolutamente não. Ele estava fazendo exatamente o que
Deus o chamou para fazer. Enquanto suas mãos criavam calos nas tábuas ásperas
de madeira, ele foi discretamente ganhando a nossa salvação, vivendo uma vida
santa e justa que seria creditada a nós para sempre. Jesus, o carpinteiro
humilde e fabricante de móveis. E por 30 anos ele ficou quieto.
Muito da agitação que
atribuímos a Deus é mais expressão de nossa era do que de nosso chamado.
Corremos tanto e nos vemos como tão importantes que a impressão que passamos é
que o mundo irá desabar e o plano de Deus ruir quando nós morrermos.
Ficar quieto também é
bom!






