Me fizeram perguntas
sobre “13 Reasons Why”.
Não me sinto animado em
falar sobre isso... e demorei porque tive que dar uma olhada para responder.
Vivemos numa época que cada vez mais até mesmo cristãos justificam de
alguma forma ( com a psicologia secular ) e encontram racionalizações para o suicídio... Cada vez é mais raro teologia bíblica...
agora a moda e teologia da “compaixão” – como o homem está cheio de distúrbios
e todos eles recebem um nome e um diagnóstico... tudo é doença... fazer teologia baseado nas
síndromes que a psicologia secular cria todo dia é acabar fazendo a teologia de um mundo
sem pecado, apenas "doente".
Junto com isso, e por causa disso, a depressão é quase uma coisa “divinizada” e virou uma "panaceia" justificadora de quase tudo – além de ter virado uma epidemia que deve ser “viral” ( Toda insatisfação com a vida e frustração de um mundo consumista e com expectativas que o mundo não pode cumprir... se transforma em tristeza e desânimo por não se lidar com isso de forma certa – depois essa insatisfação ou tédio, ou decepção.... recebe o nome de depressão pela tristeza que inevitavelmente traz – quando na verdade, na grande maioria das vezes, nada tem a ver com distúrbios bioquímicos do cérebro, mas com a perda dos nossos ídolos - Aquelas coisas que colocamos no lugar de Deus para nos dar significado, autoestima, felicidade, realização, completude... e que por não serem Deus... inevitavelmente morrem e nos deixam desesperados). Mas vamos ao seriado.
Junto com isso, e por causa disso, a depressão é quase uma coisa “divinizada” e virou uma "panaceia" justificadora de quase tudo – além de ter virado uma epidemia que deve ser “viral” ( Toda insatisfação com a vida e frustração de um mundo consumista e com expectativas que o mundo não pode cumprir... se transforma em tristeza e desânimo por não se lidar com isso de forma certa – depois essa insatisfação ou tédio, ou decepção.... recebe o nome de depressão pela tristeza que inevitavelmente traz – quando na verdade, na grande maioria das vezes, nada tem a ver com distúrbios bioquímicos do cérebro, mas com a perda dos nossos ídolos - Aquelas coisas que colocamos no lugar de Deus para nos dar significado, autoestima, felicidade, realização, completude... e que por não serem Deus... inevitavelmente morrem e nos deixam desesperados). Mas vamos ao seriado.
O suicídio não é heroico.
E se matar não é uma estratégia de vingança ou para consertar injustiças ou qualquer outra coisa.
Hannah é claramente uma
garota esperta. Sua inteligência rápida e habilidades de observação ultrapassam
claramente a maioria de seus pares, especialmente os meninos. As gravações que
deixa para trás são igualmente inteligentes e incisivas. Sem revelar muito do
enredo, mas explicando brevemente, as
fitas de Hannah servem como um instrumento crucial de sua vingança, uma
vingança que expõe atividade criminosa em sua escola e culmina em um processo.
No final da série, Hannah, embora impulsionada, como vemos em flashbacks, ao
desespero pela crueldade de seu mundo ( que é de todo fútil em todos na
história - e que tristemente expressa
nossa cultura e juventude), conseguiu algo muito parecido com uma vindicação.
Suas fitas ganham; Seus valentões perdem.
Justiça poética? Sim.
Mas a que custo? A vingança póstuma de Hannah faz com que sua decisão de se
matar seja mais trágica, ou menos trágica?
Como eu disse, o
suicídio não é heróico. Se matar não é uma estratégia de vingança.
É um ato monumental de
egoísmo. Os amigos de Hannah ( no seriado ) processam sua morte e suas fitas
exatamente como ela esperava que eles fizessem. A empatia que ela não sentia na
vida, recebe na morte. Mas e daí?
Isso é um “conto de
fadas.” Não passa disso. Mas não um dos bons. E é um conto de fadas que pode
ter consequências letais para as pessoas que lutam para valorizar sua vida.
A morte não é uma
amiga. Não é um veículo para sua auto-realização. Suicídio não te dará um
assento na primeira fila para assistir como seus amigos e familiares finalmente
começaram a te compreender e amar pela
primeira vez. Mas isso é exatamente o que acontece para Hannah. Os cineastas
por trás de “13 Reasons Why”, por que
sabem que a morte de Hannah é trágica e nada mais do que isso, não se regozijam nela. Mas, infelizmente, ao
dar a Hannah uma inteligência “divina” e um tipo efêmero de controle sobre os
acontecimentos que se desenrolam após sua morte, esses criadores de “13 Reasons
Why” contaram uma história profundamente errada e moralmente confusa. É uma
história que representa uma ameaça única para o público que pode estar
considerando o caminho de Hannah, simplesmente para sentir o “amor” mostrado a
ela.
Porque a vida é
imensamente preciosa, mostrar seu valor é imensamente precário e necessário. O
poder das histórias é a sua capacidade de moldar as nossas intuições, os nossos
amores, as nossas expectativas de mundo. Tentando ajudar os amigos desesperados
a ver o valor de sua vida exige mais do que contar uma história de alguém como
eles e que quer ser como eles. Requer peneirar através de mitos sedutores e ser
honesto sobre a nossa morte inimiga. Tenho medo de “13 Reasons Why” porque torna isso
mais difícil, não mais fácil. É um programa de “televisão” (Netflix) estúpido. Sua mensagem é totalmente destrutiva.
“13 Reasons Why” não é,
na verdade, simplesmente sobre um grupo de adolescentes egoístas em suas ações ou
que se omitem e por isso levam uma menina frágil ao suicídio. Não! É sobre
alguém que do túmulo deseja matar seus colegas – se é que eles podem ser
chamados assim, “colegas” – matar física e emocionalmente. É a história de uma vingança a um custo
inacreditável – aqueles que ficam para trás depois do suicídio de Hannah –
mesmo aqueles que são moralmente e totalmente reprováveis de todas as formas
que imaginarmos, não são culpados pelo ato final dela de forma nenhuma. Ela é
responsável por ele.
As razões fúteis de
todos os adolescentes na série, que mostram uma sexualidade totalmente doentia e
fútil, desprovida de qualquer alma, ou interesse com algo mais do que meras
futilidades divinizadas em todos em nossa geração, nunca é questionada na
série. E todas as frustrações que toda essa visão de vida superficial traz,
quando pessoas não conseguem dela o que imaginavam obter, também não são
questionadas.
Não há nenhuma verdade
sendo vista ali. Apenas a ideia “pós-moderna” de minha verdade, tua verdade...
tudo baseado na conveniência de uma geração que tem sua consciência entorpecida pela banalização do
sexo, expressões e linguajar chulos...
“13 Reasons Why” é um
lembrete a nós, como cristãos, que há um poder na “arte” – e nos aproximar apenas
superficialmente sem achar que não há consequências sobre nossa maneira de ver
a vida é um erro sério.
É um erro porque as
histórias nos moldam além e acima do nível de palavras e cenas ruins. Se os
evangélicos não tentam entender a cultura com uma cosmovisão bíblica, e em um
nível mais profundo, nos permitiremos, mesmo sem querer, ser moldados por histórias sem mesmo pensar em
seus propósitos, e essas histórias podem ser avaliadas ( no pensamento de
muitos) de uma maneira “cristã”, mas
ainda assim serem espiritualmente destrutivas.
Independentemente de
onde você trace seus limites e linhas delimitadoras, o que ver e o que não ver
na cultura, pergunte qual é a história
que está sendo contada, por que ela está sendo contada, para quem está sendo
contada, e como ela está sendo contada. Porque é o significado que nos molda
mais profundamente do que as coisas ou partes ruins do que vimos e podemos resolver ignorar.
“13 Reasons Why” em seu
enredo promove a ilusão ( conscientemente ou não ) de que o suicídio é a
solução ( em algumas situações ) para alguma coisa, quando na verdade, ele não é a solução para nada – e de modo
algum, sob nenhuma circunstância, justificável. E sempre é responsabilidade de
quem o comete.
Obs: Sei que alguns
dirão: “mas e os que tem problemas mentais...?” – Como eu disse, não acredito
que nossa geração viva uma epidemia sem precedentes na história de problemas
mentais e nem de distúrbios bioquímicos no cérebro gerando uma epidemia de depressão por causa disso. E existem hoje muitos recursos para lidar com causas físicas - que na verdade são poucas perto da generalização. E a depressão não tira nenhum ser humano do seu estado de responsabilidade. Se alguém "deprimido" matar alguém ( Quem sabe alguém de nossa família? - filho, pai, mãe, amigo...) - nenhum de nós diria: "Ele não é responsável, estava deprimido. Foi por isso que ele matou minha família. Eu entendo que ele não é responsável, ele não é culpado". Ninguém diria isso, e nenhum tribunal aceitaria o argumento: "Eu estava deprimido" como atenuante para o assassinato. Porque sabemos que alguém deprimido está em suas plenas faculdades mentais. Em nossos dias todas as síndromes tem virado mera justificação para o
mal e uma geração que, tendo abandonado Deus... não tem como lidar com
frustrações inevitáveis em um mundo caído. E muitas vezes frustração pelas
banalidades que nós mesmos criamos e demos status de deuses.






