Minhas respostas a algumas perguntas que são repetidamente feitas, serão breves e nunca exaustivas - pois viraria algo muito longo - coisa para sermões...
Eu acho que ela articulou o que está no coração de muita
gente, causando muita angústia sobre as Doutrinas da Graça.
Mas devemos começar com
um esclarecimento antes de tentar dar uma resposta. Que deve ser breve e não
exaustiva. Algumas pessoas pensam que o calvinismo ( ou o que todos os
Reformadores ensinaram – conforme claro ensino bíblico ) implica que algumas
pessoas acabam no céu e que não queiram estar lá, ou algumas pessoas acabam no
inferno que queriam estar com Cristo. CS Lewis não disse tudo o que podia e
devia ser dito sobre o inferno ( Deixou algo bastante incompleto a respeito),
mas ele estava certo, e chegou a uma visão válida quando observou : "No final, só existem
dois tipos de pessoas: aqueles que dizem a Deus: 'Tua vontade seja Feita
", e aqueles a quem Deus diz, no final," seja feita a Tua vontade
".
Em minha jornada no
calvinismo e em numerosas conversas com aqueles que lutam com o ensinamento da
Bíblia sobre a eleição divina e soberania absoluta, não demorou muito para encontrar
duas questões que se repetem:
(1) Se isso é verdade ,
Então como Deus é justo?
(2) Se isso é verdade,
como Deus pode nos responsabilizar?
Uma das experiências
mais óbvias para mim é ler atentamente através de Romanos 9
e ver que, como Paulo ensina sobre a eleição, essas são precisamente as
perguntas que ele encontra sendo feitas, e ele as responde. Por exemplo, depois
de explicar que Jacó foi escolhido e Esaú não, antes de terem nascido e antes
de terem feito algo bom ou mau (verso 11), Paulo conhece a inevitável objeção:
"Há injustiça da parte de Deus?" V. 14). E ele é enfático que não
existe.
Paulo continua
explicando que Deus tem compaixão e misericórdia de quem Ele quer, e que isso não
dependente da vontade ou do esforço humano (versos 15-18). Paulo mais uma vez sabe
o que todos os seus leitores devem estar pensando: "Por que [Deus] ainda
encontra culpa? Pois quem pode resistir à sua vontade? "Paulo continua a
explicar que Deus é Deus e nós não somos.
Eu nunca ouvi um
arminiano (ou alguém que ensine o teísmo aberto, ou universalista) ensinar de
tal maneira a verdade e a Graça, que sequer essas perguntas aparecessem
como naturais ou plausíveis como
aconteceu com Paulo ensinando. Isso acontece, porque é lógico que a mentalidade
de quem fez essas perguntas a Paulo, é exatamente a do arminianismo, teísmo
aberto, universalismo... portanto, quando esses ensinam... essas perguntas
nunca vão aparecer... pois a mente natural não fica ofendida com o que está
sendo ensinado, pois o que está sendo ensinado é o que todo homem natural e
morto em seus pecados já pensa.
Eu vejo que quem tem
essas dúvidas, precisa abandonar o que ela
chama de "nosso senso de justiça,
injustiça, misericórdia, dado por Deus". Mas eu acho que precisamos
"testar todas as coisas" (1 Tessalonicenses 5:21). ) - incluindo
nossas pressuposições e disposições - contra a palavra de Deus – e pior, dizer
que esse sendo de “justiça” foi dado por Ele. A linha divisória funcional em
muitas dessas discussões é se estaremos SOBRE
ou SOB a palavra de Deus . Estamos no Trono ou no banco do Juiz ou é Deus que
está? Estamos comprometidos em sermos transformados pela Palavra de Deus e pela
cosmovisão bíblica, ou estamos satisfeitos em conformar-nos à maneira pela qual
o mundo define as coisas? Se for assim, tentaremos conformar a Bíblia a mente
humana caída e inimiga de Deus.
Me permitam dar dois
exemplos rápidos de porque esta questão finalmente se resume a exegese. Em um
sentido muito áspero nós provavelmente definiríamos nossos termos de uma
maneira similar ( apenas superficialmente ):
Justiça é alguém que
recebe o que merece, com uma proporção apropriada entre o crime e a punição.
Graça é receber favor
que é imerecido.
Mas não podemos chegar
muito além disso até examinarmos cuidadosamente como os autores bíblicos
entendem o que fazemos e merecemos, e a natureza do que Cristo realizou em sua
vida, morte e ressurreição. Por exemplo, podemos discordar de que ofender a
Deus é um crime infinito, e por isso discordamos sobre a recompensa apropriada.
Mas então já estamos desmerecendo e diminuindo Deus e mostrando o pecado, e
porque ele merece essa Justa punição. E a ideia de “merecer a graça”, é uma
contradição de termos. Merecer e Graça nunca podem estar juntos. Portanto, ao
não receber graça, o homem não pode estar sendo injustiçado. Já que justiça
fala necessariamente de merecimento, de receber o que se merece.
Por exemplo: Se dez
pessoas pegassem emprestado comigo hoje 1.000 reais para serem pagos em um ano
com juros... No ano que vem, eu podia cobrar de cinco pessoas os mil reais com
os juros combinados – isso seria justiça... é o que elas devem. Mas eu poderia
liberar as outras 5 pessoas de pagarem. Isso seria graça, já que elas deviam a
mim o dinheiro. Mas o dinheiro é meu e eu posso fazer dele o que eu quiser. Mas
eu não sou obrigado por isso, liberar a dívida de todos. Com os que eu cobrei a
dívida, eu estou sendo justo. Com os que eu liberei a dívida, eu estou sendo
gracioso. Mas eu não estou sendo injusto com ninguém. Injusto é se eu cobrasse
de alguém que não devia o que está sendo cobrado na justa proporção:
Deus trata os homens
com justiça ou com graça - jamais com injustiça, ou injustamente. Jesus, sendo
perfeito homem ( e perfeito Deus ) não merecia a morte, ou a ira que caiu sobre
Ele - é o único - mas isso não foi injusto, porque Ele voluntariamente se
entregou no lugar dos que o Pai deu a Ele.
“Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus;” - Romanos 3:23.
“Porque do céu se
manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que
detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se
manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde
a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se
entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles
fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como
Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu
coração insensato se obscureceu.” - Romanos 1:18-21
Não há ninguém buscando
Deus... portanto... não há ninguém que tenha desejado verdadeiramente Cristo e que
a Eleição o tenha impedido de ser salvo... É a eleição que cria o desejo do
homem ir a Cristo... Ela não impede NADA... Ela possibilita, e sem ela, todos
estariam perdidos. O que seria muito justo. Mas Deus resolveu manifestar sua
Graça. Que por definição, é Soberana. E
como sabemos, Graça e merecimento são contradições. Portando, falar em
injustiça, é falar um absurdo – não só teológico, mas de compreensão da língua e do significado
das Palavras:
“Como está escrito:Não
há um justo, nem um sequer. 11 Não há ninguém que entenda;Não há ninguém que
busque a Deus. 12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há
quem faça o bem, não há nem um só.” – Rm 3.10-12.
Todos que desejam
Cristo, desejam por uma única razão:
“Ninguém pode vir a
mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.”
João 6:44.
“E dizia: Por isso eu
vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.”
João 6:65.
Mas como Deus é um Deus
infinitamente santo e justo, Ele não podia simplesmente liberar – como eu fiz
no exemplo do meu dinheiro – a dívida. Então o próprio Deus teve que pegar o
preço infinito para poder dispensar sua Graça dando do que é dele, como Ele
quer, quando Ele quer... Graça! Isso
mostra a grandiosidade incrível da Graça. Não há nada de espantoso sobre a
punição ao pecado – é só fazer simplesmente justiça.
Não é algo difícil de
entender. É algo difícil da mente natural engolir. Mas se não engolimos, caímos
na definição de Paulo: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra
Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.” – Rm 8.7.






