Qualquer semelhança com nossos dias não é mera coincidência. A estratégia de pressão é sempre a mesma.
“Eu
deveria ter vergonha de viver nesta geração e não ser um herege!” - Harry
Emerson Fosdick
Harry Emerson Fosdick
nasceu em Buffalo, Nova York, em 24 de Maio de 1878. Ainda menino ele afirmou
ter nascido de novo, mas quando adolescente, se rebelou contra o movimento que foi
denominado "nascer de novo", que era então conhecido como
fundamentalista. Ele desenvolveu um interesse precoce por teologia e optou por
seguir a formação ministerial na Colgate Divinity School, onde ele foi
influenciado por William Newton Clarke,
um dos primeiros defensores do evangelho
social. Ao se formar a partir de Colgate, ele continuou no Union
Theological Seminary. Em 1904, ele aceitou seu primeiro pastorado na Primeira
Igreja Batista em Montclair, New Jersey, e quatro anos mais tarde, também
aceitou um cargo docente no Union, onde permaneceu ensinando até 1946. Fosdick
rapidamente provou ser um hábil comunicador e orador convincente, e não demorou
muito até ele ser conhecido como o ministro mais importante da América.
Em 1919, Fosdick foi
convidado para se tornar pastor associado na Primeira Igreja Presbiteriana em
Nova York. Ele rapidamente ganhou uma reputação de ser uma voz de liderança no
meio cristão, e centenas e depois milhares, foram para a Primeira igreja
Presbiteriana em Nova York para ouvir seus sermões. Foi ali, em 21 de maio de
1922, que ele pregou o sermão que veio a definir toda a sua carreira e
influência. Neste sermão, ele proclamou que havia uma grande batalha na igreja
entre os fundamentalistas e os modernistas ou liberais, e que ele ia ficar firmemente
do lado dos liberais. Por causa de seu desejo de modernizar a fé cristã, ele tranquilamente
rejeitou a crença em uma série de doutrinas cristãs tradicionais, incluindo a
infalibilidade e inerrância das Escrituras... ( Começou usar novas “chaves
hermenêuticas”). Ele denunciou os fundamentalistas como sendo intolerantes por insistirem
em pregar doutrinas que a ciência, a razão e um mundo moderno já não podiam
sustentar. John D. Rockefeller ( Que foi o homem mais rico da história dos
Estados Unidos ) – como era de se esperar, pois o erro sempre tem grande apoio,
apreciou muito este sermão específico - tanto que ele mandou imprimir 130 mil
exemplares e enviou para todos os pastores protestante no país.
Seu sermão definiu o que
logo seria chamado de a controvérsia fundamentalista-modernista. Quando Fosdick
lutou contra os fundamentalistas de sua época, ele lutou contra nada menos do
que o Cristianismo Bíblico tradicional. Os fundamentalistas foram os que
insistiam sobre os princípios básicos e históricos do cristianismo ortodoxo - que defendiam as doutrinas fundamentais da fé.
Uma das táticas do liberalismo – como hoje – sempre é chamar a Verdade bíblica
de fundamentalismo...
Fosdick não foi o único
teólogo liberal de sua época, mas ele foi o único a ganhar ampla aclamação e a
plataforma mais ampla para difundi-lo. Enquanto muitos outros estavam
pressionando o liberalismo teológico nos seminários e nos salões da academia,
Fosdick estava nas ondas de rádio e nas livrarias - tendo a sua mensagem chegando
às pessoas comuns. Sua voz se estendia longe através de seu programa de rádio, The
National Vespers Hour, que era transmitido no Norte e Leste dos Estados Unidos,
e também através de muitos livros best-sellers que eventualmente venderam na
casa dos milhões. Em duas ocasiões distintas ele esteve na capa da revista Time.
Em meados da década de
1920, Fosdick havia se estabelecido como a principal voz do liberalismo do século
XX. Sua posição em favor do liberalismo o colocou em desacordo com muitas das
vozes conservadoras no presbiterianismo, e isso o levou a deixar a Primeira
Igreja Presbiteriana em 1925, e ir para a Park Avenue Baptist Church.
No início dos anos
1920, J. Gresham Machen emergiu como um dos principais adversários do
liberalismo. Seu livro de 1923, Cristianismo e Liberalismo - foi uma resposta forte e bíblica, que comparou
a teologia bíblica e liberal, e mostrou que as duas estavam em clara oposição.
Ele, com razão, perguntou: "A questão não é se o Sr. Fosdick é um homem
vencedor, mas se a coisa pela qual ele é chamado vencedor, é o
cristianismo." Outros se juntaram à batalha também. Fosdick permaneceu
firme declarando: “Eles me chamam de herege.
Bem, eu sou um herege se a ortodoxia convencional é o padrão. Eu deveria ter
vergonha de viver nesta geração e não ser um herege.”
Em 1929, Princeton, uma
vez um bastião do pensamento e ensino Reformado, foi reorganizada sob as influências
modernistas. Quase imediatamente, quatro professores que mantiveram a fé
reformada (Robert Dick Wilson, J. Gresham Machen, Oswald T. Allis, e Cornelius
Van Til) se retiraram de Princeton e estabeleceram o Seminário Teológico de
Westminster, na Filadélfia, a fim de continuar a defender a fé que uma vez
Princeton defendeu. Se a controvérsia fundamentalista-modernista foi iniciada
com o sermão de Fosdick em 1922, efetivamente se instalou nas igrejas
conservadoras em 1929, com a saída desses professores.
Rockefeller, com seu
poderio econômico, construiu um grande edifício no Hudson, e em 1930 Fosdick
foi empossado como pastor na Igreja Riverside. Ele seria pastor dessa
congregação por 16 anos, e, após sua aposentadoria, permaneceu ali por mais de
vinte e oito anos. Esta igreja tornou-se seu laboratório para o liberalismo - e
foi ali que ele colocou em prática seus valores liberais ao máximo. (Abraçou
causas sociais...)
Fosdick morreu em Nova
York em 5 de outubro de 1969, duas semanas depois de ser hospitalizado por causa
de um ataque cardíaco. Ele morreu aos 91 anos de idade.
Harry Emerson Fosdick
não era um pensador original, mas um grande divulgador, que tomou a teoria do
liberalismo a partir dos seminários e a trouxe para um nível comum. Ele queria
modernizar a fé, tornando-a atraente e compatível com os tempos modernos e as sensibilidades
modernas. Queria colocar a fé em sintonia com a cultura. No fundo, o
liberalismo questionou a natureza da Bíblia e negou sua infalibilidade e
autoridade. O liberalismo negou que a Bíblia fosse a Palavra de Deus e insistiu,
que ela apenas continha a Palavra de
Deus ( Valeria só o que estivesse de acordo com a “chave hermenêutica”
determinada por ele). Uma vez que a autoridade das Escrituras tinha sido negada,
uma série de doutrinas necessariamente cairiam em seu rastro mortal.
Fosdick questionou as
crenças essenciais necessárias para ser um cristão - e começou a desafiar crenças
cristãs ortodoxas. Ele negou, por exemplo, a ira de Deus, sugerindo que a ira
era simplesmente uma metáfora para as consequências naturais de se fazer algo
errado. Com a ira removida, era inevitável que a expiação substitutiva de Jesus
Cristo também fosse negada. A propiciação... Em pouco tempo, o “cristianismo”
de Fosdick não se parecia em nada com o Cristianismo bíblico e histórico.
Em um sermão: "A
Igreja deve ir além do Modernismo", Fosdick falou de sua metodologia na
modernização da fé cristã, dizendo: “Nós já, em grande parte, ganhamos a
batalha que começamos; ajustamos a fé cristã para a melhor inteligência de
nossos dias, e ganhamos as mentes mais fortes e melhores habilidades das
igrejas para o nosso lado. O fundamentalismo ainda está conosco, mas
principalmente nos remansos. O futuro das igrejas, se vamos ter um, está nas
mãos do modernismo.” Claro, ele estava muito otimista, e demasiado cego pelo
seu próprio sucesso. O liberalismo representava um grande desafio para a fé,
mas como todos os outros adversários, ele se levantaria mas não poderia
vencê-la.
Se Fosdick foi o homem
que popularizou e legitimou o liberalismo – muitos outros, especialmente
aqueles que operavam no nível popular, seguiram seus passos. Homens como Norman
Vincent Peale, Robert Schuller e John
Shelby Spong estão entre eles. Martin
Luther King Jr., um teólogo liberal em sua própria definição, considerava
Fosdick como o maior pregador do século, e em 1958 assinou uma cópia do Stride
Toward Freedom para Fosdick com estas palavras: “Se eu fosse chamado para selecionar
os mais importantes profetas da nossa geração, eu escolheria você para liderar
a lista”.
O que a Bíblia diz?
O ensinamento de
Fosdick era falso em muitas áreas, mas o coração de tudo foi sua negação da
infalibilidade e autoridade da Bíblia e a tentativa de tornar o cristianismo
algo que a cultura pudesse abraçar como “relevante”. Ele elevou a razão humana
acima das claras palavras da Escritura; ele fez da razão o árbitro final da
verdade. Todas as outras doutrinas que ele negou, foi apenas consequência de
primeiro ter minado a Bíblia. Cristãos há muito tempo insistiram, como os que
foram chamados fundamentalistas nos dias de Fosdick, que a Palavra de Deus, não
a razão humana, é a medida do verdadeiro conhecimento. Provérbios 3:5-7 diz: " Confia
no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não
sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.”
Nossa compreensão de nós mesmos e do mundo que nos rodeia é falha; devemos
depender de Deus para revelar o verdadeiro conhecimento.
Em sua segunda carta a
Timóteo, Paulo advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme
as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando
às fábulas.” 2 Timóteo 4:3,4.
Fosdick queria fazer da
fé cristã um calmante para aqueles comichão nos ouvidos da cultura em que
vivia, e, ao fazê-lo, ele a distorceu diabolicamente. A realidade é que a fé cristã
é, e sempre será ofensiva. Se removermos a ofensa do evangelho, nós removemos o
poder do evangelho, removemos o próprio evangelho.
As palavras de Paulo
aos Coríntios são perfeitamente adequadas para Fosdick e seu liberalismo tão
sutilmente comum hoje entre nós:
“Onde está o sábio?
Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou
Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não
conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela
loucura da pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam
sabedoria; Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os
judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus
como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque
a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais
forte do que os homens.” - 1 Coríntios
1:20-25