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    Perdão posicional!





    Algo me perturba. Um número enorme de vezes, quando alguma tragédia acontece, um ato violento, assalto com morte, a irresponsabilidade de um motorista bêbado que acaba com a vida de alguém... ou em coisas comuns da vida em que pessoas são atingidas... eu vejo pessoas... ou vítimas, ou parentes... normalmente cristãos, começando a “perdoar” os infratores sem que haja nenhum arrependimento.


    Parece bonito... e podemos entender o motivo... ou a tentativa de mostrar como é belo o perdão cristão... Mas nada disso é uma testemunha verdadeira do Perdão de Deus. Não é uma declaração fiel de como Deus perdoa... e Deus deve ser o padrão do nosso perdão.


    Mas como Ele perdoa?


    Deus jamais perdoa aqueles que não querem perdão.


    1. Deus está disposto, pronto para perdoar a todo coração que foi levado ao arrependimento: Esta é Sua bela natureza de Graça e amor incomparável, Seu caráter compassivo...


    2. Deus oferece perdão a todos: Mesmo que o homem por si mesmo não possa se arrepender sem ação soberana do Espírito, mas não é por falta da oferta de perdão de Deus e sim pela morte espiritual do homem. Deus oferece graça para libertar aqueles que O ofenderam de sua merecida punição e alienação Dele. Há uma grande diferença entre oferecer e dar. Oferecer é incondicional; Dar não é.


    3. Deus não perdoa a todos, independentemente de sua resposta a Sua oferta: Embora Ele ofereça perdão a todos, nem todos respondem. Alguns nem sequer pensam que fizeram algo que precisasse de perdão de Deus.  A maioria  (incluindo alguns que se dizem “cristãos”, nem veem razão para do céu Deus manifestar sua Ira sobre a impiedade e injustiça dos homens ).


    4. O perdão de Deus é condicional ao arrependimento (Lucas 13: 3 e Atos 2:38): O perdão de Deus depende do ofensor querer o perdão e querendo se desviar e odiar os velhos caminhos.


    5. O perdão através do arrependimento produz reconciliação em ambos os lados. Deus jamais perdoou alguém sem que isso gerasse reconciliação, o fim da alienação. Oferecer perdão reduz a temperatura do conflito; Mas apenas o perdão, em resposta ao arrependimento, termina e encerra o conflito.


    Nosso perdão deve ser padronizado sobre o perdão de Deus:

    “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” Efésios 4:32

    “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” - Mateus 6:12


    Sendo assim:


    1. Devemos sempre estar dispostos, até mesmo ansiosos por perdoar a todos que nos ofenderam. Sabemos que não há nada fácil nisso, é um trabalho do Evangelho em nossos corações... ao contemplarmos diariamente como Deus nos perdoou.


    2. Devemos oferecer perdão a todos:  é claro que este passo se juntarmos ao anterior, será uma espécie de “perdão menor” – o que podemos chamar de “perdão posicional”. Ou seja, estamos um uma posição em que há uma prontidão para perdoar e oferecer o perdão. Se for isso que alguém tem em mente e quer dizer quando afirma: “A pessoa não pediu perdão, mas eu perdoei” – então faz algum sentido. “Eu perdoei o assassino do meu pai...” Se for isso – é bom. É graça e fruto do trabalho de Deus em nós. No entanto, NÃO É O PERDÃO NO SENTIDO BÍBLICO  e não deve ser confundido com ele.


    3. Não podemos ou devemos perdoar a todos, independentemente da sua resposta à oferta de perdão: Perdoar alguém antes que ela se arrependa não é divino. Na verdade, evita a lidar com questões graves e pode ser cômodo ou oferecer algum alívio temporário, mas é totalmente superficial. Não produz os efeitos do perdão, não atinge a consciência e não produz reconciliação.


    4. Devemos perdoar na condição de arrependimento como ensino claro de Cristo: De acordo com Mateus 18: 15-17: “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; 16 Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. 17 E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.”  

    Nada pode ser mais claro. Se alguém pecar, devemos reprová-lo. Se ele não responde com arrependimento, devemos levar isso para outro nível... se em qualquer fase ele se arrepender, devemos prontamente perdoar, mesmo que seja a 490ª vez que aconteceu: “Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” - Mateus 18:22


    5. Esse processo traz perdão verdadeiro. Através do arrependimento e produz reconciliação de ambos os lados. O pleno perdão, ou o que podíamos chamar de transacional, é quando os cinco passos do que a Bíblia diz aconteceu... o resultado é reconciliação profunda e duradoura. Este tipo de perdão, que é o perdão bíblico, glorifica realmente a Deus – não é uma simples fuga do problema – e beneficia o ofensor. Porque no processo ele realmente é perdoado por Deus... um homem se sentir perdoado em sua consciência... porque o outro unilateralmente disse que perdoava, sem ter se arrependido, é terrível para ele... embota sua consciência.

    O que fazer então se eu sei que o ofensor não pedirá perdão? Eu devo estar pronto para perdoar e desejoso por perdoar. Então devo orar a Deus ( e ele conhece nossos corações ).





    “Deus, o senhor (a) X  me fez um grande mal, mas eu sei que ele não confessará nem pedirá perdão.

    Não posso, portanto, perdoá-lo sem deturpá-lo e lhe fazer mais mal do que bem... endurecendo sua consciência e coração, sem prejudicar seu bem-estar espiritual...

    Mas eu não quero e não vou leva esta dor e carga sobre meus ombros, nem deixar este fogo queimar meu coração e minha mente. Estou te entregando isso Pai, porque disseste: “Minha é a vingança, eu retribuirei...” – Tu sabes Pai, que eu não quero que tua vingança e retribuição caia sobre o Senhor(a) X como cairá sobre todo homem um dia... leve-o ao arrependimento e que, tua justiça caia sobre a Cruz e ele saia livre como aconteceu em minha própria vida em meus pecados. Estando em tuas mãos, eu estou em paz... sem desejos de retribuição. Entrego totalmente a Ti.

    Eu prometo não remoer este incidente, nem me debruçar sobre ele, nem debater ele com outras pessoas fomentando rancores... confio em Ti para colocar tudo em seu devido lugar no tempo certo da maneira que soberanamente decidires.

    Tu sabes que eu estou pronto para perdoar o Senhor(a) X completamente, livremente e pra sempre como Tu me perdoas em Cristo... se esse pedido um dia chegar a mim.

    Ajude Pai, ajude o Senhor(a) X a entender a tua visão sobre o pecado e a buscar perdão diante de ti e então o meu. Um mero homem... que jamais poderia negar perdão tendo sido infinitamente perdoado por Ti. Em nome do teu Filho Amado, Amém!”