Tentar descrever a influência de Calvino e do Calvinismo em qualquer país específico é uma tarefa complexa, que se torna ainda mais difícil por causa da necessária brevidade com que cada autor de uma obra tal como esta tem de abordar sua respectiva área geográfica. A Suíça apresenta alguns problemas peculiares de interpretação, pois a Suíça gerou o movimento que estamos descrevendo: Começaremos com o trabalho de Calvino na cidade de Genebra, porém dedicaremos a maior parte deste artigo a uma discussão sobre sua influência na Suíça no século dezesseis: seus contatos com Bullinger em Zurique (o Consensus Tigurinus); a Segunda Confissão Helvética; e a continuação do seu pensamento através de Theodore Beza, seu sucessor em Genebra, que morreu em 1605. Faremos uma rápida revisão da Suíça do século dezessete ao examinarmos a teologia de Wollebius e dos autores da Fórmula Consensual Helvética (1675). Um fecho natural de nossa discussão sobre o Calvinismo na Suíça, é a ascensão de J. A. Turretin, em Genebra, e a vitória do Racionalismo francês sobre o Calvinismo naquela Universidade.
Na Suíça, a Reforma teve seu começo em Zurique, com Ulrich Zuínglio (1484-1531), cuja morte precedeu inclusive a primeira edição das Institutas de Calvino. Mais especificamente, a Reforma em Genebra foi iniciada por Guillaume Farel (1489-1565). Farel visitou Genebra pela primeira vez em 1532, e em 1533 celebrou ali o primeiro culto protestante, num jardim, na Sexta-feira Santa. A disseminação do Evangelho em Genebra trouxe alguns frutos violentos: em maio de 1533 irrompeu uma revolta na qual um cônego foi morto. O bispo de Genebra tinha prendido os líderes da revolta, mas os magistrados da cidade alegaram que a corte episcopal não tinha jurisdição em caso de assassinato. Vendo que não seria capaz de julgar os assassinos, o bispo deixou Genebra e nunca mais retornou. Mais tarde, os criminosos foram executados.
Genebra estava em aliança com as cidades de Friburgo e Berna. Friburgo, uma cidade fortemente católica, tinha protestado contra a presença de Farel em Genebra, mas Farel tinha a aprovação da cidade de Berna. Após várias disputas e tumultos, foi descoberto que um tabelião episcopal tinha documentos assinados pelo bispo; esses documentos autorizariam a indicação de um governante militar de Friburgo para a cidade. Enfurecida com isso, Genebra recusou-se a manter a aliança com Friburgo, ficando Berna como a única protetora da cidade. (Para continuar, clique AQUI)
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O próximo artigo desta série é: A IDADE DE OURO DO CALVINISMO NA FRANÇA: 1533-1633
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