O Puritano William
Bridge (1600-1671), diz algo que infelizmente poucos de nós sequer já parou
para meditar, e nisso se deleitar, colocando sobre nós um senso de maravilha
que devia sustentar uma vida de alegria para a glória de Cristo. William Bridge
diz:
“... Um crente agora
por ir com ousadia na presença de Deus de uma forma muito mais profunda que
Adão no seu estado de inocência no Paraíso, pois embora Adão no estado de
inocência não tivesse o véu ou a cobertura da culpa lançada sobre a sua face,
havia ainda uma grande “distância” entre ele e Deus.
Mas agora, desde a
Queda, depois de Cristo ter nascido neste mundo, algo inimaginável no Jardim do
Éden tomou forma, DEUS veio em nossa natureza e a assumiu – lá era Deus e o
homem, agora Deus se torna homem ( mesmo continuando sendo totalmente Deus) –
agora é Deus manifestado na carne, e assim, dessa forma, Deus veio ao nosso
encontro, e assim, pela fé, nos aproximamos de Deus.
Não é de admirar, portanto,
que o apóstolo diz: “No qual temos
ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.” - Efésios 3:12 – É o
novo homem, o homem regenerado, se aproximando de Deus em Cristo, Filho de
Deus, Filho do Homem. A fé mostra um Deus que veio como homem se aproximar do
homem e levá-lo a Deus. Portanto é uma proximidade que Adão sequer sonhou mesmo
na inocência do Jardim do Éden, sendo ela então um grande remédio contra todos
os meios de desânimo que possam surgir”.
Ah! Os eleitos, essas
pobres criaturas insignificantes: “Porque,
vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne,
nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus
escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu
as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as
coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as
que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele.” - 1
Coríntios 1:26-29
O que Deus diz para
eles agora? Como eles chegaram a Ele? “Porquanto
com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.” - Jeremias 31:3 – Jeremias nos diz que o
amor de Cristo é INFINITO, mas não é uma paixão de sua humanidade – mas a
perfeição de sua DIVINDADE! Ele sempre existiu, e Ele sempre amou o seu povo.
Seu povo...
Sempre teve um lugar em
seus pensamentos,
Nunca deixou de estar
diante de Seus olhos, e
Sempre foi amado por
Ele!
Ele os amou desde que
os conheceu – e Ele os conheceu de antemão por toda a eternidade! Seu amor
corria através da eternidade passada, através dos tempos sem fim – este amor
estava fixado e fixo sobre os pobres pecadores indignos que o Pai lhe deu como
um dom para que Sua glória em todos os seus atributos fosse manifestada por
toda a eternidade futura... e por uma eternidade passada seu amor manteve a “espera!”
A terra e todo o
universo foi criado como palco desse amor... para a demonstração eterna da
glória da Trindade. Quando meditamos na eternidade passada – ao mais distante
que nossas pobres mentes podem ir, pode-se dizer em referência ao mais distante
que possamos chegar: “Meu Salvador me amava, Ele me amou deste toda a
eternidade!” Essa é a gloriosa verdade! Ele sempre me amou – e sempre vai me
amar! Ele me amava...
Antes dos anjos serem
criados,
Antes dos demônios
surgirem,
Antes do pecado ser
cometido pela primeira vez!
Ele amava seu povo,
seus eleitos... quando só a divindade habitava sozinha! Ó a profundidade e
mistério surpreendente! Parece bom demais para ser verdade! Mas Deus afirma
isso, e minha alma se alegrará nele, em sua santidade, na promessa que serei
conformado a imagem de Cristo, que santidade eterna é o futuro que me espera...
Seu amor por mim é tão
eterno quanto a sua natureza: “Porquanto
com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.” - Jeremias 31:3 – sem princípio de dias
ou fim de anos. De seu amor, que é como
um oceano sem margens e sem fundo, flui...
Todos os atos de poder
que transformam e me faz amar o que Ele ama, santidade, santidade, santidade...
Todas as manifestações
de Sua benevolência,
Todas as manifestações
de Sua graça, e
Todas as disposições do
seu Evangelho.
Nada pode ser mais doce
do que meditar em silencia, encher o pensamento com a verdade de que uma
criatura tão vil como eu sou – Que na eternidade Jesus não só pensava em mim –
mas eternamente me amou com toda a força de sua divindade. Ele me amou a ponto
de estar disposto (quando se tornou necessário) a tomar a minha natureza, me
salvar por sua humilhação, sofrimento e morte!