Você realmente crê
somente nas Escrituras? No Sola Scriptura? Jesus nos conta a história de dois
homens, um rico que não foi justificado por Deus e um muito pobre que foi
justificado. Os dois morreram, diz Jesus, e o mendigo foi para o céu e o homem
rico para o inferno.
Céu e inferno, ninguém
falou mais sobre isso na Bíblia do que Jesus. Deleite do céu ou os horrores
conscientes do inferno, essas são as únicas possibilidades de experiência
depois da morte. É como se todos nós estivéssemos numa sala onde há apenas duas
saídas. Sobre uma está escrito “Céu” e na outra “inferno”. Não há aniquilação;
sono da alma... céu ou inferno consciente é tudo que há. O Filho de Deus
enfatiza aqui que a alma dos homens e mulheres vivem e são conscientes...
inteligentemente conscientes do amor de Deus ou da ira de Deus imediatamente
após a morte.
Este homem rico no
inferno em seu horror mantém uma conversa com Abraão. Com este patriarca em
particular, porque Abraão é o “pai” de todos os que creem, os que são
justificados pela fé que é um dom de Deus. Deus mandou Abraão cantar as
estrelas... e disse que sua progênie
seria tão grande quanto a quantidade de astros no céu que ele podia ver. Ou
seja, todos os eleitos de Deus. Deus daria a Abraão um filho na sua avançada
velhice e, através daquele filho, todas as nações da terra seriam abençoadas,
porque um dia através da descendência desse filho, nasceria um Filho que seria
o Salvador.
Abraão, mesmo sendo um
pagão, ao ser chamado eficazmente creu e foi justificado. Ele saiu de sua casa
em Ur e foi para um lugar desconhecido que Deus disse que estava preparando
para ele. Por isso, Abraão se tornou o paradigma real para todos que, de forma
semelhante, seriam chamados eficazmente e soberanamente pelo Espírito Santo
através da Palavra e seriam justificados – todos os que Deus pôs na eternidade
na corrente de ouro: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que
chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também
glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será
contra nós?” - Romanos 8:30,31
Todos os homens são
pecadores e merecem a justiça, a ira infinita de Deus para sempre, mas Deus
providenciou uma redenção soberana em Cristo Jesus.
O mesmo Salvador que
falou do céu também falou em linguagem inequívoca, advertindo o mundo da
horrível realidade do lugar da aflição, do verme que nunca morre, as chamas que
não se apagam, ranger de dentes, trevas exterior, fogo eterno preparado para o
diabo e seus anjos. O Senhor Jesus ensinou que o inferno é real, é governado
por Deus, envolve rejeição e dor. Ele disse mais sobre isso do que qualquer
outra pessoa na Bíblia.
Então o Senhor Jesus contou
esta parábola, e temos que ser sérios para jamais distorcer o significado de
qualquer parábola. Devemos derivar claramente um ponto ( apenas um ) para cada
personagem principal de uma parábola. Isso nos ajuda a entender o que Jesus
está ensinando e impede que saímos da trilha da Verdade.
Aqui os três
personagens principais são Abraão, o homem rico e Lázaro.
Abraão é o porta-voz de
Deus.
O homem rico representa
todos os homens não justificados.
O nome Lázaro significa
“Deus ajuda”, e portanto, esse homem pobre e desprovido representa todos os que
nada tem em si mesmo, mas receberam a ação soberana salvadora de Deus.
A parábola aponta para
a ideia de só ver as coisas “muito tarde”. O homem rico só presta atenção em
Lázaro muito tarde; ele só vê a realidade do abismo muito tarde; só se preocupa
com seus irmãos muito tarde; só se volta para o que a Lei diz muito tarde...
A primeira conversa do
homem no inferno diz respeito a um pedido de que ele pudesse experimentar um
alívio em seu tormento ( a qual não vamos nos ater neste artigo )
O segundo pedido do
homem no inferno trata de seus cinco irmãos. Eles ainda estavam no mundo, então
o homem no abismo tenta inventar um esquema de evangelismo, ele cria um plano
de evangelismo – para que seus irmãos não se juntassem a ele – o que muitos na
igreja hoje fazem também.
Os cinco irmãos dele
conheciam o mendigo que vivia à porta do seu irmão rico que havia morrido. Ele
esteve sempre lá... todos sabiam que ele havia morrido. O homem rico fala com
Abraão: “Mande esse homem, Lázaro, que está ao seu lado, que volte e se mostre
a eles como um ressuscitado dentre os mortos. Eles crerão no testemunho de um
homem ressuscitado dos mortos... se um homem que esteve morto falar com eles
sobre o que está acontecendo comigo, eles mudarão. Eles vão crer.
Essa é a sabedoria de
um homem no inferno. Essa é a sua proposta. A partir desse pedido surge uma
discussão entre Abraão e o homem no inferno. Abraão argumenta de um lado e o
homem do inferno argumenta de outro lado. Abraão está defendendo a posição
daqueles que creem em Deus através do Senhor Jesus Cristo, e o homem no inferno
está defendendo a posição daqueles que usam a razão humana, o misticismo,
milagres... para a conversão... Este argumento está acontecendo ainda, e é
importante para nós vermos no que esse argumento consiste e a diferença entre
as duas abordagens.
De um lado, há Abraão e
todos os que são levados pelo Espírito a crer como ele fez. Uma coisa é verdade
para cada um deles, e é que eles estão satisfeitos com a Bíblia e somente com a
Bíblia.
Teologicamente, podemos
dizer que eles sustentam a suficiência das Escrituras e ela sozinha, para
salvar alguém do inferno. No versículo 29, Abraão diz: "Eles têm Moisés e
os profetas; Deixe-os ouvi-los. "Moisés escreveu os primeiros cinco Livros
da Bíblia. Gênesis, por exemplo, nos diz que Deus é um Deus pessoal, um Deus
Todo-Poderoso, como Ele fez o mundo e por que o mundo está no estado em que está.
Ele fala da grande resposta à rebelião do homem através de Cristo, que um dia
virá e ferirá a cabeça da serpente. Então, no Êxodo, somos informados da
Páscoa, daqueles para quem um cordeiro morreu substitucionalmente, e como o
anjo da morte passou por todos que não estavam sob o sangue do cordeiro. Por
causa do cordeiro que derramou seu sangue, eles foram perdoados. O Livro do
Levítico nos diz que "sem derramamento de sangue não há remissão de
pecados". Ele aponta para os sacrifícios da redenção instituídos por um
Deus santo, justo e amoroso. O Livro de Números nos diz sobre a serpente de
bronze levantada no deserto e como se os homens olharem para o que ela
representa, eles terão vida. O Livro do Deuteronômio nos fala da relação da
aliança entre Deus e seu povo, Jeová – o grande “Eu sou”. Deus prometendo a si
mesmo como seu Deus e Salvador pelos séculos dos séculos.
"Eles têm
Moisés", diz Abraão, e os irmãos do homem rico tinham todo o resto do
Velho Testamento escrito pelos profetas que juntamente falaram sobre Cristo.
Cristo está em cada página. Então Abraão diz: “Que eles os ouçam”. Imagine nós
hoje, que ouvimos nas páginas do Novo Testamento as testemunhas oculares da
majestade de Jesus... a revelação perfeita e final de Deus.
Você vê o argumento de
Abraão? As Escrituras são suficientes para levar um homem à fé em Jesus Cristo.
Ou seja, essa é a maneira como o Espírito faz o chamado Soberano e nada mais
pode chamar um homem da morte para a vida.
Então Abraão acrescenta
essas palavras definitivas no verso 31: “Se eles não ouvirem a Bíblia, nada
mais os convencerá; nada mais fará qualquer bem a eles, nem mesmo se vissem um homem ressuscitar dos mortos para falar com eles”. Então, toda
questão aqui é: Você concorda com Abraão?
De um lado do debate (
verso 27), o homem no inferno está dizendo que teve uma ótima ideia, uma ótima
estratégia... enviar um homem ressuscitado dos mortos – um grande milagre – para
avisá-los. Mas Abraão responde: “Eles têm as Escrituras, que eles a ouçam”.
“Não”, diz o homem rico no inferno como muitos “cristãos” diriam hoje, a Bíblia
sozinha não é suficiente”. Ele não confia na Palavra final de Deus. Ele
acreditava ser necessário um milagre, misticismo, novas revelações... algo
“impactante!” – segundo a visão do inferno.
Este homem no inferno
pensa que a Bíblia é um livro ineficaz. Você já percebeu que sempre que um
“cristão’ diz: “Deus ainda fala hoje” – ele não está se referindo a Bíblia?
Então, o homem do inferno diria o mesmo. O homem no inferno está dizendo, você
não espera que alguém sinta a seriedade e veracidade da realidade simplesmente
lendo ou ouvindo a Palavra sendo pregada, não é mesmo?
Agora, é interessante,
até estranho, que aqui o homem do inferno se dirige a Abraão respeitosamente e
o chama de “Pai Abraão”, e Abraão reconheça isso e o chame usando a palavra
“filho”. Ou seja, esse homem era um judeu – um membro do povo da aliança do
Antigo Testamento. Ele foi circuncidado. Étnica e externamente ele é um “filho”
de Abraão. Jesus nesse capítulo está se dirigindo a seus compatriotas – e ele
está se dirigindo aos Fariseus que estavam zombando dele – “E os fariseus, que amavam
o dinheiro, ouviam todas estas coisas, e zombavam dele.” - Lucas 16:14 – Mesmo
quando eles viram Lázaro ressuscitar dos mortos, continuaram com mais
tenacidade a conspirar para matar Jesus.
Este homem rico no
inferno, cresceu então na Sinagoga,
ouvindo e memorizando as Escrituras semana após semana. Ele não a
amava... mas nunca sonhou que terminaria no inferno, com um abismo infinito
separando ele e Abraão. Isso é comum nas páginas da Bíblia. Judas ouviu os
sermões de Cristo; Ananias ouviu grandes pregações com sua esposa Safira...
Demas ouviu Paulo pregar... todos estavam perdidos.
Agora, você percebe o
que o homem rico está dizendo do inferno? O mesmo que todo coração irregenerado
diz: “Se as Escrituras são as únicas coisas que meus irmãos vão ouvir, não será
suficiente... pois eu ouvi isso muitas vezes. As Escrituras não me
mudaram”. Na verdade, ele está dizendo
lá do inferno do fundo do seu coração: “É perfeitamente compreensível eu não ter
crido e que eles não venham a crer – pois tudo o que tínhamos era a Bíblia.
Conheço meus irmãos muito bem, sei como eles vivem, sei como pensam... A Bíblia
não irá tocá-los – eles precisam de algo mais...” Com efeito, ele está dizendo
diretamente: “Eu não totalmente culpado, se ao menos eu tivesse visto um
milagre que me emocionasse, eu teria acreditado. Se um homem fosse curado, se
um homem fosse ressuscitado dos mortos e tivesse falado comigo eu teria
prestado atenção. Se eu tivesse ido a uma reunião em que coisas incríveis
acontecessem, teria sido diferente. Mas tudo que eu tinha era a Bíblia. A
Bíblia! A Bíblia sozinha!” Isso é o que muitas pessoas que se dizem cristãs
falam também. “Vocês não esperam que
alguém seja atraído só pela pregação da Bíblia expositivamente. Vocês não
esperam que as pessoas sejam atraídas por isso? Nos dê um show místico e as
pessoas virão. Dê ao mundo um “evangelho social” e as pessoas virão. Precisamos
de superstars e de celebridade para dar seus testemunhos – mas não a Bíblia
sozinha.”
Mas você vê, Abraão é
inflexível. “A Bíblia é suficiente”, disse ele. “O resto não teria nenhum
proveito”.
Agora, é fácil ver que
há uma quantidade enorme de pessoas na igreja hoje que argumentam exatamente
como aquele homem do inferno.
Como o homem do inferno
as pessoas ( “cristãos ) ensinam que isso não é "evangelismo do
poder": "A menos que possamos fazer milagres, não haverá conversões...".
"Não, o pai Abraão", diz ao homem no inferno, "não, a Bíblia
sozinha - a Bíblia e nada mais.”
Agora, lembre-se de uma
coisa, Abraão estava no céu muitos anos antes de Moisés escrever os cinco
primeiros livros da Bíblia. Sua própria história foi contada por Moisés. Abraão
estava na presença de Deus quando o Senhor deu a Palavra a Moisés e aos
profetas... Ele estava lá ouvindo o Senhor nas ocasiões em que Deus enviou o
Espírito Santo, o Espírito de iluminação: “Vá a Moisés, a Samuel, a Davi, a
Salomão, a Isaías, a Jeremias, a Ezequiel...” Abraão ouviu Deus falar, e ele
conhecia a fonte e o poder daquilo que havia vindo do Trono do Universo. Dos
lábios do Deus vivo vieram diretamente aquelas palavras. Abraão conheceu e amou
aquelas palavras – nada poderia se comparar. Elas eram Espírito e vida. Elas
eram o poder de Deus para a salvação. Elas eram tão poderosas e eficazes como
quando Deus havia dito: “Haja Luz!” O Deus Todo-poderoso quebrou o silêncio dos
céus como quando falou ao caos primevo. Deus falou com os pecadores. Ele abriu
seu coração e revelou seu íntimo. Ele está em seu trono e não está em silêncio.
Temos a Palavra final dele. “ Deus, que em diversas ocasiões e de diversos
modos falou no tempo passado aos pais pelos profetas, nos falou agora por seu
Filho, a quem Ele designou herdeiro de todas as coias, por quem também fez o
mundo”. ( Hb 1.1,2).
Nos últimos tempos
falou por seu Filho, o Senhor do céu, o Salvador, o Profeta, a Palavra final de
Deus. Jesus disse que ninguém conhece o Pai, senão o Filho, Ele sozinho tendo
esse conhecimento infinito do Pai pode revelá-lo final e definitivamente. Quando no fim de sua vida aqui ele está
orando, ele agradece ao Pai por toda a ajuda recebida como Filho do Homem para
cumprir a sua missão. Ele não omitiu nada, e quando Ele envia seus apóstolos ao
mundo, lhes dá o Espírito Santo para levá-los a toda a Verdade, e eles nada
imitem dessa revelação perfeita. Tudo foi providenciado desde a eternidade
para que tudo que é necessário para toda
a história da Igreja até o fim. Quando Paulo se revela como um apóstolo, ele
diz: “E depois, por ÚLTIMO a mim também”. Em outras palavras, Paulo, no último
apóstolo, toda a Palavra de Deus foi selada. É óbvio, não era mais necessário
mais apóstolos e nem ninguém mais poderia ter as credencias que fizeram deles
apóstolos. Nenhuma casa precisa de mais de um fundamento, alicerce... esse é o
fundamento final e satisfatório.
Temos Moisés, temos os
Profetas, temos os Evangelhos e temos as epístolas. Nós as temos em nossa
língua, português. Podemos manter conosco todo o tempo, ler, meditar... Um dos
Reformadores ingleses pregando sobre as Escrituras disse: “Você é pai? Você tem
filhos? Leia as Escrituras. Você é um rei? Leia as Escrituras. Você é um
pastor? Leia as Escrituras. Deus te abençoou com riquezas? Leia as Escrituras.
Você é um homem comum? Leias as Escrituras. Você é um fornicador? Leia as
Escrituras. Você está na adversidade? Leia as Escrituras. Você é um grande
pecador? Você ofendeu a Deus? Leia as Escrituras. Você está desesperado pela
misericórdia de Deus? Leias as Escrituras. Você está saindo desta vida? Você
está morrendo? Leia as Escrituras”.
Abraão estava dizendo
estas mesmas palavras do céu para o homem no inferno: “Você quer que teus
irmãos vejam um milagre? Seus irmãos tem um grande milagre; eles têm ouvido
Moisés em todas as vezes que estão na sinagoga... ouvido os profetas... ouvido
Deus.” Nós que vivemos 21 séculos depois temos mais, temos muito mais, temos os
Evangelhos, os Atos, as Cartas, o Apocalipse. Isso eleva o milagre a níveis
infinitos. Temos tudo da mente de Deus que uma criatura pode saber deste lado
da vida. Quando pego minha Bíblia, estou segurando uma das mais poderosas obras
de Deus. É algo absolutamente único. É algo completamente milagroso na
independência de seu pensamento, na abrangência de seu tema, na sua veracidade
absoluta e invencível... do que em qualquer palavra que poderia sair hoje da
boca de um homem. Em momentos de dúvida nossas mentes devem descansar nisso: “Eu
tenho a Bíblia” – Eu tenho a grande “intrusão” do céu na terra. Este livro vem
de outro “mundo” – ou além de todos os mundo, do cosmo... só nele os homens
podem ouvir as expressões únicas do Filho de Deus que é a imagem e expressão
perfeita do Pai.
Toda a literatura
humana que já li, não serviria sequer de notas de rodapé para este conteúdo.
Aqui está um livro que absolutamente único. A Bíblia é a Palavra do Deus que me
conhece, me descreve, me sonda, me busca, me encontra, me transforma, me santifica,
me faz mais e mais como Cristo até ser dia perfeito.
Só as Escrituras falam
com as necessidades mais profundas do homem. Aqui estão palavras que são
invencíveis, insuperáveis e puras em sua originalidade divina.
Toda vez que a igreja
se reúne em torno da Palavra, do Evangelho... fazem isso em torno de um grande
e insuperável milagre – este Livro está no centro de nosso culto corporativo,
então estamos nos encontrado na presença Do Milagre. Você me diz que quer um
milagre? Bem, aqui está o Milagre!
Abraão diz: “Não! Um
grande sinal como Lázaro levantar dos mortos e falar com seus irmãos não
poderia regenerar o coração deles. Eis o milagre que eles precisam, as
Escrituras!”
Crer, a fé... é um dom
de Deus. E a fé vem pelo ouvir a mensagem perfeita, a perfeita revelação do
coração de Deus através da Palavra de Cristo no poder do Espírito” ( Rm 10.17
).
Abraão sabia que este é
o único método divino. Esse sempre foi e será o meio de Deus salvar um homem.
Desde a era apostólica, nem uma única pessoa chegou VERDADEIRAMENTE a Deus de
outra forma. O texto chama o lugar dos
redimidos de “ceio de Abraão” – Abraão sabia que todos os que estavam lá com
ele na presença de Deus haviam sido salvos através da Escritura e que os
milhões e milhões que ainda se juntariam a eles seria da mesma forma.
Foram as Escrituras no
poder Soberano do Espírito que os tornaram “sábios para a salvação e pela fé
que está em Cristo Jesus” ( 2 Tm 3.15 ). Deus está dizendo desde o Céu através de
Abraão para o homem no inferno: “É assim que eu resgatai por graça soberana
todos que mereciam o inferno, mas jamais o conhecerão”.
Os testemunhos do
Senhor são seguros e certos, mais nada é. Nós temos apenas esta mensagem. Se os
homens não forem chamados eficazmente pele Espírito através dela, se não forem
regenerados pela Palavra da Verdade e
vindo a crer como consequência disso, eles não serão convencidos ou virão
verdadeiramente mesmo que vários mortos ressuscitassem para falar com
eles...mesmo que presenciassem a maior “experiência mística” imaginável.
As Escrituras são
suficientes para tornar perfeito, maduro, o homem de Deus. Até que ponto as
Escrituras podem nos levar? Elas podem nos levar a maturidade total, isto é, “estar
completamente equipado para todo o chamado de Deus” ( 2 Tim 3.17 ).
O que está diante de
nós no futuro? Que desafios? Que deveres? Que sacrifícios? Que sofrimentos? Que
está diante de nós para vivermos nosso chamado? A Bíblia nos equipará
completamente para ele.
Como nos tornaremos
maduros? Como nos tornaremos adultos deixando as coisas de menino? Como nos tornaremos sábios. Como somos
transformados na imagem de Cristo de um grau de glória para outro grau de
glória? Através da Bíblia e somente através da Bíblia. A Escritura e só ela
santifica e aperfeiçoa o que é completamente imperfeito. Ela nos capacita para
tudo o que fomos chamados para viver para a glória de Deus. Para toda montanha
que tenhamos que escalar. Para todo fardo que tenhamos que suportar. Para todo
serviço que Deus nos pede para fazer. Para toda pressão que teremos que
suportar.
As Escrituras nos
capacita par tudo. Nos diz como fazê-lo, porque devemos fazê-lo, nos dá força
para a tarefa... As Escrituras terminarão o bom trabalho que Deus começou em
nós através dela. Ela nos transforma em “homens de Deus... bem equipado para
toda boa obra” – É uma benção sobrenatural ter a Bíblia.
Jesus encerra o Sermão
do Monte falando sobre o homem sábio que construiu sua casa sobre a rocha, e as
tempestades, os ventos e inundação chegaram, e a casa permaneceu. Este homem
estava edificando sua vida na verdade do Senhor Jesus e estava alicerçado nela.
Jesus estava olhando para frente ao longo dos séculos em que a igreja viveria...
o tempo em que vivemos. Cristo conhecia as tempestades que alcançariam os
pequenos cristãos e cristãs. As grandes ondas da pretensão “científica”, da
filosofia e do humanismo secular, do materialismo... contudo, o pequeno rebanho
que está alicerçado no Verdade, sobreviveria a qualquer tempestade. O Salvador
tem absoluta confiança nisso... pois Ele decretou isso.
A igreja não merece
mais esse nome, se os seus membros começarem a acreditar que a Bíblia sozinha é
insuficiente para a tarefa diante de nós.
Não estamos em nossos cultos procurando sinais e vozes adicionais.
Ninguém neste estado foi convencido da suficiência da verdade divina. Então, o
problema que quem se diz cristão em nossa geração enfrenta é: Você está contente
com a Bíblia ou não?
Certo homem estava
sendo exposto a Bíblia verso por verso... e finalmente ele disse: “Agora vamos
fechar o Livro e ouvir o Espírito” – Essa é a essência do desvio da Verdade.
Quando fechamos as Escrituras, cessamos de ouvir o Espírito... então começamos
ouvir nosso coração, nosso hormônios, nossas cobiças, nosso anseios...
As Escrituras nos dizem
claramente o que devemos pensar e fazer. Então surge a questão. Devemos sondar
a Bíblia para encontrar tudo o que Deus disse sobre determinado assunto.
Encontraremos respostas para tudo que imaginarmos...? Para tudo que devemos
saber para vivermos para a Glória de Deus no mundo, encontraremos ajuda
perfeita e suficiente na Bíblia. Quanto mais familiarizados com ela, maior será
nossa capacidade de formular questões e ter respostas para tudo que surgir em
nossa vida de tal maneira que Deus seja totalmente honrado nela.
Nada devemos ou
queremos acrescentar as Escrituras. Não há ideia adicionais sobre o futuro que
devamos saber que não temos nele. Nada sobre a vida cristã, a natureza de Deus,
homens, anjos e demônios, vida após a morte...
sobre tudo Deus falou conosco nas Escrituras. Todo o resto é especulação
humana, não só inútil, mas mortal. Experiências “místicas” não acrescentam
nada... a não ser heresias.
Não temos nenhuma
história sobre o pecador crendo... a não ser que pela Palavra Deus tenha dado o
dom da fé. E todas as respostas de Deus para nos vem da Sua Palavra. Nossas
consciências são, portanto, cativas apenas a Palavra de Deus. Não queremos
ouvir nada sobre Deus que não seja encontrado nas páginas do Velho e do Novo
Testamento. Sequer chamamos de avivamento algo que não flui apenas da Palavra
sendo restaurada numa geração. Não importa se alguém ouviu um “sermão
inspirador”. Não importa se o que ele disso era o que eu estava pedindo como “resposta”
– Temos, diz Abraão como disse ao homem no inferno, “Moisés e os Profetas...” e
temos agora os Apóstolos... e suas palavras não podemos perder nada, nem nada
acrescentar.
Não devemos chamar de
pecado nada que a Bíblia não tenha feito, explicitamente ou por implicação. Ninguém
pode dizer que Deus lhes deu autoridade para impor regras morais além das
Escrituras. A desobediência generalizada, mas também o moralismo no lugar da
santificação bíblica pela união com Cristo e não pela Lei, a falsa culpa... são
sempre o resultado do afastamento da Verdade. Não há nenhum benefício em
qualquer não toques, não olhes, não manuseies vinda do coração de qualquer
homem, o que flui disso é apenas o terrível afastamento da Verdade. O Espírito
Santo não nos capacita a obediência a qualquer regra ou ensino que não venha
apenas do coração de Deus, e assim, esse tipo de compromisso é realizado pela
carne e traz glória somente a carne, nos afastando da Verdade. A “vitória”
sobre essas regras humanas é procurada e buscada... por “oração, esforço,
jejum...” – mas nenhuma vitória é dada – e o que se supões ser vitória, nada
mais é do que um afastamento da verdade de Deus que traz glória a carne. Um
homem legalista não quer que nos pareçamos com Cristo, quer que nos pareçamos
com ele. Quando esse padrões comportamentais se encaixam nas suas próprias preferências
constitucionais... tudo que se tem é presunção, e o orgulho prospera. É
diabólico. Deus nos deu a Sua Palavra, e basta passar dias atentos ao sábio
ensino que flui dela, sem aumentar os encargos dos outros.
Nada é exigido de nós fora
das Escrituras ou pela corrupção da interpretação correta do texto. Se um
pastor nos informa que devemos tomar determinado curso de ação, nos envolver em
certa prática, em certo relacionamento... só tem autoridade se o que for dito
estiver vindo das Escrituras no contexto correto e de acordo com toda a Verdade
de Deus. Somos livres para dizer que os cristãos encontram orientação só nas
Escrituras, não em coincidências, experiências, mudança de circunstâncias,
sentimentos de coração apertado ou sentimentos de prazer... Deus fala na Sua
Palavra e diz: “Seja esse tipo de esposa, pai ou filho. Viva na sociedade dessa
maneira. Siga este ensino como membro da igreja. Acredite somente nas Escrituras
e faça dela sua ênfase na vida diária.
Ao estudar verdadeiramente as Escrituras, ganhamos paz e liberdade como
cristãos.
Os homens – como disse
Abraão ao homem do inferno – devem se contentar com “Moisés e os Profetas...
Apóstolos” – porque é a perfeita e final revelação de Deus. Cremos na sabedoria
dessa decisão divina. Acho irônico que naquilo que a Escritura dá pouca ênfase,
homens coloquem tudo em sua vida sobre aquelas questões... pessoas assim são
motivadas pelo orgulho. Mas não pelo desejo de conhecer o coração de Deus.
Temos de nos contentar com o perfeito equilíbrio da Verdade revelada. A
inferência hábil é muito diferente da afirmação bíblica direta. Tudo que
precisamos saber para vivermos para a glória de Deus no mundo e completarmos
nossa missão, estão claramente ensinadas nas Escrituras.
É o homem que perece,
que pensa que a Palavra de Deus é insuficiente – como o homem no inferno
debatendo com Abraão a respeito. O homem que perece que achará Palavra loucura
e escândalo. Como diz o salmista: “A salvação está longe dos ímpios, porque não
procuram os teus estatutos” – ( Sl 119.155).
Eles permanecem longe
da salvação de Deus porque não buscarão a Palavra de Deus somente.
O homem rico era um
homem ignorante quando morava neste mundo. Ele ainda era um ignorante no
inferno, e Deus diz: "Aquele que é ignorante, deixe que ele ainda seja
ignorante para sempre". Ele nunca enfrentou a realidade da condição
humana. Ele pensou que tudo o que seria necessário era um milagre, alguma
ressurreição dos mortos e as pessoas acreditariam. Nunca entendeu a depravação
total do coração humano.
Ele sempre foi sábio em
sua própria visão da vida e não com a sabedoria de Deus, e nunca reconheceu a
hostilidade final que seu coração tinha pelo Deus e pela Verdade revelada por
Ele uma vez e para sempre. Ele estava, ao debater com Abraão e dizendo que a
Verdade era insuficiente – que era necessário milages... – dizendo: “Quem é o
Senhor para que eu deva ouvir somente Ele em sua Palavra?” – As pessoas não
querem só a Bíblia porque aquele que nos fala sozinho em suas páginas é o
Senhor Jesus Cristo. É sempre tão inconveniente se inclinar totalmente diante
do seu saber e segui-lo. Pois isso significa que devemos tomar nossa cruz –
morrer para nós mesmos – todos os dias, negar a nós mesmos – ideias,
percepções, “revelações”, impressões... e caminhar cada passo somente pela Sua
Palavra.
Isso faz o homem
sedento por sinais e milagres, mas foi a geração que viu os milagres de Jesus –
jamais repetidos na história do mundo – que gritaram: “Crucifica-O” – Isto que
Abraão estava dizendo ao homem no inferno. Os nove homens que foram curados de
lepra não se incomodaram em dar qualquer doxologia ao Senhor sem o Chamado
Eficaz do Espírito. Deus deu essa Palavra como meio de Salvação ( Regeneração,
Justificação... ) para os pecadores. E também como meio de santificar os
eleitos, sendo suficiente até nosso último segundo neste mundo. Então só
podemos honrar a Deus se ficarmos satisfeitos com isso – como Abraão e
diferente do homem do inferno – vamos ouvi-la e obedecer. Sola Scriptura!